Para o presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Alexandre Tombini, a meta de 1,2% para o superavit primário de 2015, “é um número duro, mas é sim factível.”
A declaração foi concedida nesta terça-feira (9), durante audiência pública da Comissão Mista de Orçamento e de outras cinco comissões da Câmara e do Senado, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em sua fala, Tombini apresentou um panorama da atividade econômica doméstica e ressaltou que é esperada uma recuperação gradual ao longo de 2015, "com a melhora progressiva dos níveis de confiança dos consumidores e empresários."
De acordo com o presidente do BCB, o consumo deve continuar a crescer, porém em um ritmo mais lento do que em anos anteriores. Esse movimento, afirmou Tombini, será uma resposta ao crescimento da renda e à expansão moderada do crédito.
Como resultado, disse o economista, "os investimentos devem ganhar impulso, em resposta à recuperação da confiança, aos impactos das concessões de serviços públicos e à ampliação das áreas de exploração de petróleo, dentre outros."
Mercado Externo
Em sua apresentação, Tombini apresentou as principais ações que ocorrem na economia mundial e que podem afetar o Brasil, direta ou indiretamente. "Uma parte da complexidade (do cenário atual) reside na coexistência do desempenho positivo dos EUA com as persistentes dificuldades de outras economias (Europa, Japão e a própria China", disse o economista.
Além disso, outro fator preponderante citado pelo presidente do BC é a atual baixa do preço do petróleo. Neste cenário, há um impacto positivo sobre o nível de atividade econômica de alguns países, mas, por outro lado, há uma pressão deflacionária nas economias recém saídas, ou em processo de saída, da crise econômica mundial
O presidente do BCB espera que, nos EUA, haja continuidade do processo de normalização da política monetária; na Europa e no Japão, a realização de reformas estruturais e a adoção de políticas para superar o ambiente de estagnação econômica; e, na China, uma transição orgânica para um modelo de crescimento baseado no consumo doméstico.
Exportações e mercado de trabalho
Na esteira da recuperação da confiança na economia, Tombini ressaltou que a previsão de maior crescimento da economia global e a desvalorização do real frente ao dólar deverão elevar as exportações brasileiras.
Desse modo, "emergem condições mais favoráveis à competitividade da indústria e da agropecuária", disse o presidente do BCB, que também exemplificou citando as estimativas de recorde para a safra de grãos e a maturação de investimentos no setor de petróleo e gás. Por outro lado, ponderou o economista, o setor de serviços deverá apresentar crescimento menor do que apresentado nos últimos anos.
Ao citar o setor que mais tem aberto postos de trabalho, o presidente do BC lembrou "que as condições do mercado de trabalho continuam
favoráveis, com geração de empregos, continuidade do processo de
formalização e manutenção da trajetória de expansão da renda real do trabalhador."
Além disso, prossegui Tombini, "a taxa de desemprego encontra-se em níveis historicamente baixos, sinalizando que estamos próximos ao pleno emprego."
Neste assunto, devido ao cenário do mercado de trabalho, Tombini afirmou que para manter o crescimento esperado é preciso estimular fontes complementares de crescimento e elevar a produtividade da economia.
Entre os exemplos citados pelo economista, estão políticas públicas voltadas ao aumento do acesso à educação e à qualificação de mão de obra.
Selic
Segundo o presidente do BC, os dois aumentos da taxa Selic após as eleições ocorreu devido a "uma valorização generalizada do dólar". "A nossa estratégia, que era válida, foi mudada ao longo do mês de outubro”, disse Tombini. Os juros básicos da economia aumentaram em 0,75 ponto percentual no fim de outubro.
Câmbio
O mecanismo de swap (troca) cambial, de acordo com o presidente do Banco Central, tem atingido plenamente seus objetivos. “O volume ofertado até agora, cerca de US$ 100 bilhões, corresponde a menos de 30% das reservas internacionais do País. Não traz comprometimento a esses ativos, uma vez que esses instrumentos são liquidados em reais”, afirmou.
O objetivo do swap é conter aumentos excessivos do dólar pelo crescimento da demanda pela moeda norte-americana, que está sendo negociada em torno de R$ 2,60.
Inflação
Em relação à inflação, Tombini disse que o BCB trabalha para conduzir o índice ao centro da meta estabelecida pelo governo (de 4,5%) até o fim de 2016. “Não haverá complacência por parte do Banco Central”, afirmou.
Apesar disso, o economista mencionou que a inflação deverá crescer no curto prazo. “A inflação vai ser elevada nos últimos 12 meses, pelo realinhamento dos preços domésticos e dos administrados em relação aos livres”, disse.
Para justificar suas projeções, Tombini citou os efeitos cumulativos e defasados das ações de política monetária adotadas pelo BCB, a política fiscal contida a ser executada pelo governo e as iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 6,56% em 12 meses. No acumulado do ano, até novembro, o índice é de 5,58%.
Para o presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Alexandre Tombini, a meta de 1,2% para o superavit primário de 2015, “é um número duro, mas é sim factível.”
A declaração foi concedida nesta terça-feira (9), durante audiência pública da Comissão Mista de Orçamento e de outras cinco comissões da Câmara e do Senado, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em sua fala, Tombini apresentou um panorama da atividade econômica doméstica e ressaltou que é esperada uma recuperação gradual ao longo de 2015, "com a melhora progressiva dos níveis de confiança dos consumidores e empresários."
De acordo com o presidente do BCB, o consumo deve continuar a crescer, porém em um ritmo mais lento do que em anos anteriores. Esse movimento, afirmou Tombini, será uma resposta ao crescimento da renda e à expansão moderada do crédito.
Como resultado, disse o economista, "os investimentos devem ganhar impulso, em resposta à recuperação da confiança, aos impactos das concessões de serviços públicos e à ampliação das áreas de exploração de petróleo, dentre outros."
Mercado Externo
Em sua apresentação, Tombini apresentou as principais ações que ocorrem na economia mundial e que podem afetar o Brasil, direta ou indiretamente. "Uma parte da complexidade (do cenário atual) reside na coexistência do desempenho positivo dos EUA com as persistentes dificuldades de outras economias (Europa, Japão e a própria China", disse o economista.
Além disso, outro fator preponderante citado pelo presidente do BC é a atual baixa do preço do petróleo. Neste cenário, há um impacto positivo sobre o nível de atividade econômica de alguns países, mas, por outro lado, há uma pressão deflacionária nas economias recém saídas, ou em processo de saída, da crise econômica mundial
O presidente do BCB espera que, nos EUA, haja continuidade do processo de normalização da política monetária; na Europa e no Japão, a realização de reformas estruturais e a adoção de políticas para superar o ambiente de estagnação econômica; e, na China, uma transição orgânica para um modelo de crescimento baseado no consumo doméstico.
Exportações e mercado de trabalho
Na esteira da recuperação da confiança na economia, Tombini ressaltou que a previsão de maior crescimento da economia global e a desvalorização do real frente ao dólar deverão elevar as exportações brasileiras.
Desse modo, "emergem condições mais favoráveis à competitividade da indústria e da agropecuária", disse o presidente do BCB, que também exemplificou citando as estimativas de recorde para a safra de grãos e a maturação de investimentos no setor de petróleo e gás. Por outro lado, ponderou o economista, o setor de serviços deverá apresentar crescimento menor do que apresentado nos últimos anos.
Ao citar o setor que mais tem aberto postos de trabalho, o presidente do BC lembrou "que as condições do mercado de trabalho continuam
favoráveis, com geração de empregos, continuidade do processo de
formalização e manutenção da trajetória de expansão da renda real do trabalhador."
Além disso, prossegui Tombini, "a taxa de desemprego encontra-se em níveis historicamente baixos, sinalizando que estamos próximos ao pleno emprego."
Neste assunto, devido ao cenário do mercado de trabalho, Tombini afirmou que para manter o crescimento esperado é preciso estimular fontes complementares de crescimento e elevar a produtividade da economia.
Entre os exemplos citados pelo economista, estão políticas públicas voltadas ao aumento do acesso à educação e à qualificação de mão de obra.
Selic
Segundo o presidente do BC, os dois aumentos da taxa Selic após as eleições ocorreu devido a "uma valorização generalizada do dólar". "A nossa estratégia, que era válida, foi mudada ao longo do mês de outubro”, disse Tombini. Os juros básicos da economia aumentaram em 0,75 ponto percentual no fim de outubro.
Câmbio
O mecanismo de swap (troca) cambial, de acordo com o presidente do Banco Central, tem atingido plenamente seus objetivos. “O volume ofertado até agora, cerca de US$ 100 bilhões, corresponde a menos de 30% das reservas internacionais do País. Não traz comprometimento a esses ativos, uma vez que esses instrumentos são liquidados em reais”, afirmou.
O objetivo do swap é conter aumentos excessivos do dólar pelo crescimento da demanda pela moeda norte-americana, que está sendo negociada em torno de R$ 2,60.
Inflação
Em relação à inflação, Tombini disse que o BCB trabalha para conduzir o índice ao centro da meta estabelecida pelo governo (de 4,5%) até o fim de 2016. “Não haverá complacência por parte do Banco Central”, afirmou.
Apesar disso, o economista mencionou que a inflação deverá crescer no curto prazo. “A inflação vai ser elevada nos últimos 12 meses, pelo realinhamento dos preços domésticos e dos administrados em relação aos livres”, disse.
Para justificar suas projeções, Tombini citou os efeitos cumulativos e defasados das ações de política monetária adotadas pelo BCB, a política fiscal contida a ser executada pelo governo e as iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 6,56% em 12 meses. No acumulado do ano, até novembro, o índice é de 5,58%.