Três variedades de um viveiro de mudas secundário que a cana encarretelou
Viveiros que perfilharam em agosto foram perdidos
Uma regra precisa ser difundida entre todos os profissionais envolvidos com cana-de-açúcar, não se deve usar cana encarretelada como muda, isso porque testes de germinação apontam para brotação abaixo dos 60%.
O fenômeno, que consiste na formação de colmos minúsculos seguidos, acontece principalmente por stress hídrico quando a planta começa a despontar seus primeiros toletes e, além de gerar queda de produtividade em canaviais comerciais, inviabiliza a destinação do material para o plantio, por produzir gemas com pouca capacidade de brotação.
Testes de germinação apontaram para diferentes percentuais em relação à sensibilidade considerando diferentes variedades. Por exemplo, em estudo feito com canas de um viveiro secundário (segundo corte), vítima do problema neste ano, mostrou que a IACSP95-5094 germinou apenas 30%; enquanto que a RB00-5014 foi duas vezes melhor, contudo ambas foram barradas para seguir sua destinação.
E mesmo com toda água desse verão, a seca prévia (de primavera) foi fatal para os canaviais que estavam iniciando o perfilhamento e dependiam de boas chuvas pelo menos no mês de setembro, o que pega boa parte das rebrotas que foram colhidas no meio de safra, época que muita gente fez uso das cantosis para formar as linhas-mães de suas meiosi em áreas destinadas à reforma.
Esse fator também precisa ser levado em consideração para o produtor pensar sua reforma de canavial, pois se plantar muito cedo (em fevereiro) e o início das águas voltar a atrasar, até mesmo uma cana-planta poderá ser vítima do problema, comprometendo toda a estratégia de plantio e a produtividade se esta tiver sido planejada para alimentar uma moenda.
