A produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais ficará 2% inferior na safra atual, com a moagem de 59,5 milhões de toneladas, o que quer dizer que 86,7 mil toneladas deixarão de ser processadas. A queda está diretamente ligada à estiagem atípica e ao fechamento de duas usinas em Minas Gerais. Os dados constam do 2º Levantamento da Safra Brasileira de Cana-de-Açúcar, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os números divulgados estão bem próximos dos da primeira estimativa divulgada pela Conab em abril, que previa uma produção de cana-de-açúcar 2,7% menor na safra 2014/15, com o esmagamento de 59,1 milhões de toneladas.
De acordo com o presidente executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os dados da Conab retratam bem a situação mineira. "A seca prejudicou o rendimento da cana-de-açúcar e, além disso, nesta safra duas usinas deixaram de moer, o que impacta a capacidade de produção", disse Campos.
Segundo dados da Conab, a área destinada ao cultivo de cana em Minas Gerais é de 800,9 mil hectares, o que representa um incremento de 2,7% sobre o espaço utilizado na safra passada, que era de 779,8 mil hectares.
A produtividade obtida na atual temporada apresentou queda em relação à safra passada, com decréscimo de 4,6% na média, retraindo de 77,9 toneladas por hectare para 74,3 toneladas por hectare. As condições climáticas, principalmente a falta de chuvas no final do ano passado e início deste ano, impactaram diretamente o desenvolvimento da cultura, tanto na fase de rebrota quanto de crescimento. No primeiro levantamento, a queda esperada na produtividade era de 3,8%.
Da produção total de cana-de-açúcar, 25,6 milhões de toneladas serão destinadas à produção de açúcar, volume 4,23% inferior aos 26,8 milhões de toneladas esmagadas na safra anterior. Com a queda no volume de cana, a produção de açúcar ficará 2,54% menor, o que representa 86,7 mil toneladas a menos. A produção estimada para Minas Gerais é de 3,32 milhões de toneladas, frente às 3,41 milhões de toneladas fabricadas anteriormente.
O restante da cana, 33,8 milhões de toneladas, será destinada à fabricação de etanol, uma pequena variação negativa de 0,25% frente ao volume moído em 2013/14, que somou 33,9 milhões de toneladas. A expectativa é fabricar 2,67 bilhões de litros, o que, se alcançado, será 1,49% maior que os 2,63 bilhões de litros gerados no ano passado.
No caso do etanol hidratado, a produção foi estimada em 1,45 bilhão de litros, volume praticamente estável na comparação com o período anterior, com queda de apenas 0,38%. Ao todo, serão esmagadas 18 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, montante 2% menor que o utilizado na safra passada.
Para a produção de etanol anidro serão utilizadas 15,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 1,84% superior aos 15,4 milhões de toneladas da última safra. A expectativa é fabricar 1,21 bilhão de litros, 3,81% ou 44,6 milhões de litros a mais que os 1,17 bilhão de litros registrados na safra passada.
Mistura
De acordo com Campos, a expectativa do setor é que o governo aprove, ainda neste ano, o aumento do percentual de etanol anidro na gasolina, hoje fixado entre 18% e 25%, para o teto de 27,5%. Caso aprovado pelo governo federal, a medida favorecerá o aumento da produção de etanol anidro já na próxima safra. Na última terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 647/14 que autoriza o governo a elevar o volume de etanol anidro presente na gasolina. A MP ainda precisa passar pelo crivo do Senado e, posteriormente, ir à sanção do governo federal.
"A aprovação da MP na Câmara é o primeiro passo para que o aumento do etanol na gasolina possa ser sancionado. Também está em andamento estudo técnico que mostrará se o aumento da mistura impactará ou não o desempenho da frota nacional. O setor sucroalcooleiro está otimista em relação aos resultados dos testes e, também, em relação à aprovação do aumento por parte do governo federal. Acreditamos que a decisão acontecerá entre setembro e outubro e, caso aprovada, as usinas mineiras estarão prontas para fabricar maior volume de anidro já em 2015. Essa aprovação é fundamental para a recuperação do setor", afirma Campos.
Michele Valverde
A produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais ficará 2% inferior na safra atual, com a moagem de 59,5 milhões de toneladas, o que quer dizer que 86,7 mil toneladas deixarão de ser processadas. A queda está diretamente ligada à estiagem atípica e ao fechamento de duas usinas em Minas Gerais. Os dados constam do 2º Levantamento da Safra Brasileira de Cana-de-Açúcar, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os números divulgados estão bem próximos dos da primeira estimativa divulgada pela Conab em abril, que previa uma produção de cana-de-açúcar 2,7% menor na safra 2014/15, com o esmagamento de 59,1 milhões de toneladas.
De acordo com o presidente executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os dados da Conab retratam bem a situação mineira. "A seca prejudicou o rendimento da cana-de-açúcar e, além disso, nesta safra duas usinas deixaram de moer, o que impacta a capacidade de produção", disse Campos.
Segundo dados da Conab, a área destinada ao cultivo de cana em Minas Gerais é de 800,9 mil hectares, o que representa um incremento de 2,7% sobre o espaço utilizado na safra passada, que era de 779,8 mil hectares.
A produtividade obtida na atual temporada apresentou queda em relação à safra passada, com decréscimo de 4,6% na média, retraindo de 77,9 toneladas por hectare para 74,3 toneladas por hectare. As condições climáticas, principalmente a falta de chuvas no final do ano passado e início deste ano, impactaram diretamente o desenvolvimento da cultura, tanto na fase de rebrota quanto de crescimento. No primeiro levantamento, a queda esperada na produtividade era de 3,8%.
Da produção total de cana-de-açúcar, 25,6 milhões de toneladas serão destinadas à produção de açúcar, volume 4,23% inferior aos 26,8 milhões de toneladas esmagadas na safra anterior. Com a queda no volume de cana, a produção de açúcar ficará 2,54% menor, o que representa 86,7 mil toneladas a menos. A produção estimada para Minas Gerais é de 3,32 milhões de toneladas, frente às 3,41 milhões de toneladas fabricadas anteriormente.
O restante da cana, 33,8 milhões de toneladas, será destinada à fabricação de etanol, uma pequena variação negativa de 0,25% frente ao volume moído em 2013/14, que somou 33,9 milhões de toneladas. A expectativa é fabricar 2,67 bilhões de litros, o que, se alcançado, será 1,49% maior que os 2,63 bilhões de litros gerados no ano passado.
No caso do etanol hidratado, a produção foi estimada em 1,45 bilhão de litros, volume praticamente estável na comparação com o período anterior, com queda de apenas 0,38%. Ao todo, serão esmagadas 18 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, montante 2% menor que o utilizado na safra passada.
Para a produção de etanol anidro serão utilizadas 15,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 1,84% superior aos 15,4 milhões de toneladas da última safra. A expectativa é fabricar 1,21 bilhão de litros, 3,81% ou 44,6 milhões de litros a mais que os 1,17 bilhão de litros registrados na safra passada.
Mistura
De acordo com Campos, a expectativa do setor é que o governo aprove, ainda neste ano, o aumento do percentual de etanol anidro na gasolina, hoje fixado entre 18% e 25%, para o teto de 27,5%. Caso aprovado pelo governo federal, a medida favorecerá o aumento da produção de etanol anidro já na próxima safra. Na última terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 647/14 que autoriza o governo a elevar o volume de etanol anidro presente na gasolina. A MP ainda precisa passar pelo crivo do Senado e, posteriormente, ir à sanção do governo federal.
"A aprovação da MP na Câmara é o primeiro passo para que o aumento do etanol na gasolina possa ser sancionado. Também está em andamento estudo técnico que mostrará se o aumento da mistura impactará ou não o desempenho da frota nacional. O setor sucroalcooleiro está otimista em relação aos resultados dos testes e, também, em relação à aprovação do aumento por parte do governo federal. Acreditamos que a decisão acontecerá entre setembro e outubro e, caso aprovada, as usinas mineiras estarão prontas para fabricar maior volume de anidro já em 2015. Essa aprovação é fundamental para a recuperação do setor", afirma Campos.
Michele Valverde