Programa de Boas Práticas e Certificações

09/08/2022 Coluna Boas Práticas POR: Comitê de Boas práticas e certificações da Canaoeste

Olá produtor, tudo bem?

Novamente estamos aqui para trazer informações importantes sobre as Boas Práticas Agrícolas. Desta vez vamos falar sobre o que envolve o controle de pragas e doenças e a sustentabilidade. Enquanto os anos passam, novas tecnologias surgem trazendo eficiência, agilidade e segurança para o produtor rural. De fato, conhecer e aplicar as tecnologias torna o produtor mais sustentável e, por consequência, mais produtivo. Ainda, o produtor sustentável sabe que integrar as tecnologias traz benefícios importantes para a produção agrícola. Um exemplo disso é o manejo integrado de pragas e doenças.

Há muito tempo que o manejo integrado vem sendo amplamente divulgado pelos engenheiros agrônomos como um dos métodos mais eficientes e sustentáveis para garantir produtividade, sem perdas significativas. O manejo integrado de pragas e doenças evita gastos desnecessários, mantém a biodiversidade do ecossistema, otimiza a utilização dos defensivos, o que ajuda a diminuir o impacto ambiental e aumenta a lucratividade.
O manejo integrado realmente começa com a escolha das variedades. Essa escolha deve ser realizada com cuidado, pois bem sabemos que a variedade escolhida ficará no campo por mais de cinco anos. É preciso avaliar todas as características, dentre elas a resistência às doenças e pragas.

É necessário conhecer o histórico da área, quais doenças e pragas são mais comuns na região do plantio. As variedades resistentes podem reduzir o uso de defensivos e economizar muito nos custos e operações, mantendo a produtividade e a qualidade da cana.

Além da escolha das variedades, o produtor deve conhecer as principais pragas e doenças da cultura e o nível de infestação que pode causar danos à qualidade e diminuir a produtividade. As amostragens e o monitoramento são ferramentas importantes quando aplicamos um manejo integrado. Estes devem ser realizados acompanhando tanto o desenvolvimento da cultura como o clima que favorece o desenvolvimento das doenças e o aumento na população das pragas. O monitoramento serve para agirmos somente quando realmente é preciso, ou seja, quando o nível de infestação puder causar danos.
Aplicar defensivos de forma calendarizada é um método ultrapassado e nada sustentável. Esta prática pode trazer diversos problemas, como promover a resistência dos patógenos e das pragas, a redução da biodiversidade, além do aumento dos custos de produção.

Como vimos até agora, existem diversas ferramentas que o produtor pode utilizar para o manejo integrado de pragas e doenças. O controle cultural é uma das ferramentas mais fáceis de aplicar: eliminar restos de cultura, escolher a época correta de plantio e colheita, adubar e nutrir as plantas e utilizar a rotação de cultura. Este tipo de controle ajuda a manter os inimigos naturais e diminuir a população de pragas e doenças no novo ciclo da cultura da cana. A rotação de cultura é uma boa prática bastante empregada e difundida atualmente, quase sempre o produtor de cana planta amendoim ou soja, ou outra cultura antes de iniciar um novo ciclo.

Outra ferramenta muito eficiente que atualmente vem sendo amplamente utilizada no manejo integrado de pragas é o uso de substâncias não químicas, dentre elas, os hormônios, feromônios e os defensivos biológicos. Os hormônios e feromônios podem ser colocados em armadilhas para atrair insetos ou repeli-los de maneira eficiente. Porém, estas armadilhas são mais eficientes em áreas pequenas ou controladas. Já os defensivos biológicos têm sua eficiência comprovada por diversos trabalhos em áreas extensas. Eles podem ser utilizados sozinhos ou de maneira integrada com os defensivos químicos. Diversos produtores que utilizam os produtos biológicos como ferramenta de manejo integrado mostram resultados excelentes no controle de pragas.

Integrar produtos químicos e biológicos é atual e sustentável, o produtor ganha em biodiversidade, reduz custos e aumenta a produtividade. Há relatos que quanto mais se usa este método de controle, menos danos na cultura se têm e menos defensivos é necessário. As vantagens estão na redução de custos, no incremento de produtividade e na qualidade de matéria-prima. Sem dúvidas, o manejo integrado de pragas e doenças é uma boa prática agrícola e promove a sustentabilidade.

Vistos os pontos até aqui, o produtor rural sustentável deve se questionar desta forma em relação ao controle de pragas e doenças:

• Eu escolho as variedades de cana-de-açúcar de acordo com as características que mais se adaptam ao ambiente e região de produção?
• Eu conheço as pragas e doenças que ocorrem com mais frequência em minhas propriedades?
• Conheço e aplico as tecnologias que favorecem a biodiversidade e controlam as pragas e doenças e não prejudicam o meio ambiente?
• Eu uso as tecnologias de maneira integrada?
• Eu faço rotação de culturas?
• Eu tenho apoio de um engenheiro agrônomo para recomendar as melhores tecnologias e integrá-las para obter os melhores resultados?
• Eu cuido do meu canavial para garantir que ele esteja nutrido?
• Eu faço amostragens para tomar a decisão de controle de pragas e doenças?

O departamento agronômico e os serviços da Canaoeste estão disponíveis para garantir que o associado tenha recomendações e manejo adequado para controle de pragas e doenças da melhor maneira possível, para que o produtor produza cana-de-açúcar em seu máximo potencial. Converse com um agrônomo da sua regional, se após esta autoanálise identificar que precisa adotar boas práticas no controle de pragas e doenças.
Entre em contato com a nossa especialista em Processos Agrícolas, Letícia Melloni, através do telefone (16) 3946-3316 (Ramal 7032) ou envie um e-mail para leticiamelloni@canaoeste.com.br.