Programação de conteúdo

23/09/2022 Noticias POR: Eddie Nascimento - Fernanda Clariano - Marino Guerra

Ao mesmo tempo, em que promovia networking e interação entre os participantes, a 28ª edição da Fenasucro & Agrocana forneceu conteúdos com informações relevantes para público, dividido em dois auditórios, um deles localizado dentro do pavilhão da Fenasucro e outro no Auditório Zanini. Foram vários os temas apresentados nesses dois auditórios, tanto no período da manhã quanto no da tarde. Abaixo um resumo do que foi discutido.

Abertura XIII WORKSHOP TEMÁTICO GERHAI - Cases de sucesso


Débora Silva, Cláudia Tonielo e a consultora Iza Barbosa

 

A Gerhai promoveu um debate entre profissionais do setor administrativo e de Recursos Humanos em empresas do setor sucroenergético. Destaque para a participação de Cláudia Maria Tonielo, diretora de RH do Grupo Virálcool. No painel case de educação e cultura, Cláudia Tonielo, apresentou o projeto Jovem agricultor do futuro promovido pela empresa. De acordo com a diretora, há pelo menos onze anos, jovens e entre 14 a 17 anos participam do programa que oferece qualificação profissional com foco no agronegócio, agricultura familiar e orgânica. "Sou apaixonada por esse projeto e tenho um carinho muito grande por ele", explica Cláudia Tonielo que acrescenta. "Alunos recebem aulas de professores capacitados, em sua grande maioria agrônomos e é possível ver a evolução de cada um deles durante o curso".
Segundo dados apresentados pela Virálcool desde sua criação, o jovem agricultor já formou 1260 alunos. Alguns continuaram suas carreiras na área Agronômica e outros ingressaram em empresas do ramo. "O projeto abre portas para que eles possam ter uma carreira" aponta a analista de Responsabilidade Social, Débora Silva que completa. "As empresas possibilitam que eles possam ingressar posteriormente como aprendizes e aqueles que se destacam têm a oportunidade de trabalhar em alguma delas".É importante destacar que o Jovem Agricultor tem a duração de nove meses e o projeto tem o apoio do Senar.

Cenários e tendências de plantios de cana

A STAB Agrícola promoveu um seminário para atualizar os profissionais do setor sobre o que há de mais atual e promissor com relação ao manejo de cana-de-açúcar, além de destacar as novas variedades que vêm se destacando nos principais centros de pesquisa varietal do país.

Claudimir Penatti

Abrindo a rodada de palestras, o primeiro painel trouxe o mestre e consultor de técnica em manejo Claudimir Penatti. Durante sua apresentação, Penatti explicou como é possível o produtor realizar uma adubação de forma econômica, destacando o alto gasto de tempo e dinheiro que se tem para encontrar potássio. O especialista citou o benefício da vinhaça e formas de aplicação e localização, além de indicar o uso correto da torta de filtro, fuligem e até palha da cana-de-açúcar. "A vinhaça pode promover muita econômica para uma usina com relação à compra de potássio", destacou. Ainda durante sua fala, o profissional apresentou formas de aplicação que promovem menos perda de adubo e o uso da rotação de cultora, com soja, amendoim e crotalaria.

Inovações em variedades e melhoramento de cana

Este painel teve a participação do gerente de assistência técnica do CTC, Mauro Violante; do Diretor do Centro de Cana, IAC, Marcos Landell; do diretor de Tecnologia Agrícola GranBio José Bressiani; e do pesquisador de Melhoramento RIDESA/UFSCar, Roberto Chapola. Cada um trouxe dados sobre as variedades mais cultivadas no Brasil e apresentaram quais delas devem ser observadas pelos produtores.

Mauro Violante – CTC

De forma estratégica, Mauro Violante apresentou dados comerciais da série 9000, destacando as formas BT das variedades que, nas últimas apresentações do CTC, tem tido ótimos resultados, atrelados a tecnologia que resiste às principais pragas de cana-de-açúcar. "Essas variedades estão consolidadas na área comercial devido a sua alta contribuição em crescimento da produtividade do setor", destaca. Violante também falou sobre as novas variedades CTC 9006 e 9007 e suas principais características.

Marcos Landell – IAC

O diretor do Centro de Cana comentou sobre as variedades promissoras do IAC e os novos lançamentos para este ano. Entre eles, a IACCTC07-7207, IACSP02-1064, IACCTC06-5732 e IACCTC05-5579. Landell apresentou cada uma das características dessas variedades, destacando o potencial de alocação, perfil de maturação, primeiras impressões e fez um convite para que todos possam acompanhar os lançamentos no próximo dia 20 de setembro no IAC Ribeirão Preto.

José Bressiani – GranBio

O diretor de Tecnologia Agrícola GranBio, José Bressiani, trouxe informações atualizadas sobre as principais cultivares de cana-energia Vertix. Esse tipo de variedade foi desenvolvido a partir do cruzamento de espécies ancestrais e híbridos comerciais de cana-de-açúcar. O resultado é uma cana mais robusta, com maior teor de fibra e potencial produtivo, além de maior vida útil no corte dos cultivares, ideal para fabricação de biocombustíveis e bioquímicos de segunda geração e para geração e/ou co-geração de energia elétrica.
Durante a palestra Bressiani apresentou o sistema radicular desse tipo de variedade, seus manejos, uso e vantagens. "Essa variedade possui a vantagem de ser uma fonte de biomassa de menor custo do mercado", destaca Bressiani que acrescenta. "Pode ser cultivada em áreas de pastagens degradadas com potencial elevado de recuperação de solos e altíssima captura de CO2 levando a análise do ciclo de vida dos projetos que a utilizam muito competitivos em sustentabilidade".

Roberto Chapola – RIDESA/UFSCar

Finalizando o ciclo de palestras organizadas pela STAB foi a vez do pesquisador da RIDESA/UFScar, Roberto Chapola falar sobre as variedades RB nas áreas comerciais e tendências de plantio para os próximos anos. Chapola trouxe informações sobre o Censo Varietal 2022, com dados das 112 unidades dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul que possuem plantadas em suas lavouras variedades RB nas áreas comerciais. "Em São Paulo, considerando a área de plantio de 641.493 ha, 58% das variedades plantadas foi RB. No Mato Grosso do Sul, essa porcentagem foi de 54% em uma área total de 3.878.545 ha", aponta.
No Top 20 do plantio para os dois estados (SP/MS), atualmente a variedade mais plantada é a RB966928, seguida de RB867515 e CTC4. Já no top 20 de área total, a RB966928 puxa liderança, seguida de CTC4 e RB867515.
Finalizando, Chapola apresentou os clones da RB que estão em fase de validação destacando quatro deles: a RB127825, RB045836, RB015279 e o RB075322. “Houve um interesse muito grande pelas usinas de São Paulo e Mato Grosso do Sul na RB127825”, destaca e finaliza. “As primeiras impressões que temos desse material são muito boas. É um material muito bonito, muito vigoroso, tem uma velocidade de crescimento muito boa e com um potencial de produtividade também muito bom”

Matriz Energética


Fernando Lemos e Tamar Roitman

As vantagens do biogás na geração de energia elétrica foram apresentadas pela empresa OnPower Geradores. Fernando Lemos gerente Comercial da empresa apresentou o que tem feito o setor para suprir a demanda crescente por energia elétrica. "Nos últimos 5 anos tivemos um crescimento fantástico e podemos crescer muito mais nos próximos 5 anos diante do potencial instalado. Estamos falando de energia limpa, renovável e descentralizada, que é produzida a partir de um subproduto farto", afirma.
Atualmente, 71% do biogás é aproveitado para a geração de eletricidade, sendo que a produção está em 2,3 bilhões de Nmᶟ. Até 2027, a previsão é que o número chegue a 10,8 bilhões de Nmᶟ. A indústria da cana-de-açúcar será a protagonista nesse cenário, pois, segundo estimativa da ANP, o setor sucroenergético tem o maior potencial para geração de energia elétrica (57,6%). Depois, vem a geração por meio da proteína animal (38,2%) e, na sequência, a produção agrícola (18,2%).
Ainda durante a palestra, a gerente Executiva da ABiogás, Tamar Roitman, comentou o uso da bioeletricidade e sua importância. "O setor poderia produzir 50% a mais usando a mesma fonte de energia sem plantar um hectare a mais de cana. Cada vez mais, a indústria busca soluções, e vemos que hoje a bioeletricidade é o que garante uma boa parte das receitas dessas empresas", finaliza Tamar Roitman.

Reúso de Água na Indústria de Açúcar e Etanol


José Bertoli e Mariano Gracino

O reúso de água industrial é a alternativa contra os altos índices de consumo. Durante o painel "Reúso de Água na Indústria de Açúcar e Etanol", os especialistas José Bertoli e Mariano Gracino, apresentaram alternativas para o uso racional e formas de reutilização.
Entre os ganhos, está o aproveitamento energético, a redução de custos, a proteção dos recursos naturais. "A parte de uso sustentável pode trazer economias, ganhos financeiros e ambientais, mas também causar danos desastrosos quando são seguidos os critérios corretos", destaca Bertoli que acrescenta. "Etapas tem que ser respeitas para que se tenha o resultado esperado em um projeto de redução".
Na palestra, o Bertoli apresentou cada uma das etapas que devem ser seguidas para a implantação de um projeto de reúso, entre elas, a identificação da fonte que serão usadas, a segregação, análises químicas, programa de tratamento, avaliação econômica e acompanhamento.
“Praticamente todas as usinas fazem algum tipo de reúso, mas podemos muito mais. Além de tudo, parte dessas águas possui energia. Então, nosso foco passa a ser aproveitá-las em caldeiras ou sistemas de resfriamento, por exemplo. Todo esse efeito provoca um descarte menor e, em 100% dos casos, conseguimos traduzir em ganhos financeiros e ambientais”, finaliza Bertoli.