
Rastreabilidade e seriedade que sempre pautaram os negócios mantém importantes mercados internacionais
A invasão russa na Ucrânia balançou ainda mais o mercado brasileiro de amendoim, isso porque os dois países são importantes destinos. Dessa maneira a oferta, principalmente no mercado interno aumentou, levando a uma queda nos preços. Um segundo fator de inf luência no mercado foi o aumento da área plantada na atual safra, explicada pelo maior interesse de produtores em entrar para a cultura vendo que ela atravessou duas temporadas com preços atrativos. “O que é preciso entender no amendoim é que seu mercado não é volátil como o da soja ou milho. Se cresce é de maneira lenta, gradual e historicamente quando há aumento na oferta, o preço cai”, explica o diretor comercial agrícola da Copercana, Augusto César Strini Paixão. Projeto Amendoim Copercana O executivo também informou que a guerra afetou os negócios da cooperativa, mas num percentual bem abaixo no comparativo com a média nacional.

Augusto César Strini Paixão, diretor comercial agrícola da Copercana. Assim como a lavoura, o mercado do amendoim exige experiência e cuidado
Sobre a mercadoria reprimida, ele acredita que ela poderá ser absorvida num possível aumento na demanda de óleos vegetais em geral, o que inclui o de amendoim, sob o argumento da provável quebra na produção agrícola, principalmente de girassol, da Ucrânia, um dos principais celeiros europeus; e a brusca queda na produção de soja do sul brasileiro. Nesse contexto, o que dá segurança a operação da Copercana são os mercados considerados qualificados, que consomem amendoim de qualidade “A” e “B” (europeu, japonês e australiano) e exigem, mas pagam por isso, boas práticas e rastreabilidade quanto ao uso de insumos na lavoura e processos industriais. “Todo nosso esforço em sempre entregar um produto de extrema qualidade e sobretudo confiável hoje é recompensado no sentido de mantermos nossa carteira de clientes nos mercados mais exigentes do mundo mantendo os volumes e sem queda nos valores mesmo com a redução no mercado e oferta por parte de outras operações brasileiras de preços até 20% menores. Essa é a grande recompensa do trabalho sério e duro que norteia o Projeto Amendoim da Copercana desde o seu início, sempre fazemos o correto, do campo ao beneficiamento”.
Boa produtividade
Nas roças localizadas mais ao norte (região tradicional da cooperativa, triângulo mineiro e Goiás) a produtividade deve alcançar números melhores que os da temporada anterior, tanto em produtividade como em qualidade. Segundo o engenheiro-agrônomo e responsável técnico do projeto, Edgard Matrangolo Júnior, tiveram áreas que sentiram a falta de chuva que se acentuou a partir do mês de março, mas outras, mais precoces, responderam de modo expressivo melhorando a média. Como é o caso do produtor de Sertãozinho, Leonardo Ângelo Fábio, que plantou em cerca de 20 alqueires e trabalha sempre com o objetivo de antecipar ao máximo a colheita, alternando áreas que alcançaram produtividades expressivas e outras que deixaram a desejar. Diante do cenário, ele ressalta que chegou a uma constatação: “O que salvou minha média foram os talhões com chuvas regulares e que receberam a adubação recomendada”, disse Fábio.

O produtor Leonardo Ângelo Fábio ao lado do agrônomo da equipe técnica da Unidade de Grãos da Copercana, Ruan Aparecido Biagi Betiol