Proposta da Raízen pode gerar impasse junto a Tonon e credores

16/06/2017 Geral POR: Valor
A proposta de aquisição de duas usinas da Tonon (em recuperação judicial) feita pela Raízen Energia, de R$ 823 milhões, inclui pré¬condições que podem gerar um impasse entre a atual administração da Tonon e entre os credores. Uma das pré¬condições mais sensíveis é o repasse aos atuais sócios da Tonon da responsabilidade de renegociar os contratos de fornecimento de biomassa de cana para a Rhodia e a Brookfield, que administram as unidades de cogeração das usinas Santa Cândida (localizada em Bocaina) e Paraíso (localizada em Brotas), respectivamente. São estas duas usinas que estão sendo leiloadas. Os contratos estabelecidos com Rhodia e Brookfield envolvem previsão de entrega de biomassa de cana em troca de uma parcela da energia cogerada com prazos para até 2042. Segundo fonte que acompanha a empresa, a Tonon não está cumprindo a entrega de biomassa desde o ano passado. Com isso, as duas empresas querem a renegociar as condições de entrega de biomassa para até o fim do prazo dos contratos. Conforme a pré¬condição apresentada pela Raízen Energia, a atual administração da Tonon, que permaneceria apenas com a Usina Vista Alegre (localizada em Maracaju) após o leilão das outras duas unidades, ficaria a responsável por resolver essa renegociação e acertar os volumes de biomassa a serem entregues. No entanto, o edital de venda da unidade produtiva isolada (UPI) — que inclui as duas usinas sucroalcooleiras — não prevê a possibilidade de negociação de pré¬condições por parte dos compradores interessados, a não ser a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A proposta será debatida entre os atuais sócios (as famílias Tonon e Pinheiro) e os credores em reunião na próxima sextafeira, quando serão abertas as propostas feita pelas duas usinas. A Tonon também recebeu uma proposta da Suem do Brasil, que comercializa e embala açúcar. Diferentemente da Raízen Energia, a empresa não estabeleceu nenhuma pré¬condição, mas fez uma proposta menor, de R$ 531 milhões. Se os credores não aceitarem nenhuma proposta, podem optar pelo “plano B” previsto no plano de recuperação judicial, que se trata da conversão da dívida em participação acionária por parte dos credores. Aqueles que não aceitarem a conversão deverão aceitar um deságio médio de 80%. Atualmente, Rhodia e Brookfield figuram na lista de credores da Tonon, mas os valores de crédito apresentados por ambas considerou o descumprimento total do contrato e estão sendo questionados pela atual administração da companhia sucroalcooleira.
Por Camila Souza Ramos
A proposta de aquisição de duas usinas da Tonon (em recuperação judicial) feita pela Raízen Energia, de R$ 823 milhões, inclui pré¬condições que podem gerar um impasse entre a atual administração da Tonon e entre os credores. Uma das pré¬condições mais sensíveis é o repasse aos atuais sócios da Tonon da responsabilidade de renegociar os contratos de fornecimento de biomassa de cana para a Rhodia e a Brookfield, que administram as unidades de cogeração das usinas Santa Cândida (localizada em Bocaina) e Paraíso (localizada em Brotas), respectivamente. São estas duas usinas que estão sendo leiloadas. Os contratos estabelecidos com Rhodia e Brookfield envolvem previsão de entrega de biomassa de cana em troca de uma parcela da energia cogerada com prazos para até 2042. Segundo fonte que acompanha a empresa, a Tonon não está cumprindo a entrega de biomassa desde o ano passado. Com isso, as duas empresas querem a renegociar as condições de entrega de biomassa para até o fim do prazo dos contratos. Conforme a pré¬condição apresentada pela Raízen Energia, a atual administração da Tonon, que permaneceria apenas com a Usina Vista Alegre (localizada em Maracaju) após o leilão das outras duas unidades, ficaria a responsável por resolver essa renegociação e acertar os volumes de biomassa a serem entregues. No entanto, o edital de venda da unidade produtiva isolada (UPI) — que inclui as duas usinas sucroalcooleiras — não prevê a possibilidade de negociação de pré¬condições por parte dos compradores interessados, a não ser a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A proposta será debatida entre os atuais sócios (as famílias Tonon e Pinheiro) e os credores em reunião na próxima sextafeira, quando serão abertas as propostas feita pelas duas usinas. A Tonon também recebeu uma proposta da Suem do Brasil, que comercializa e embala açúcar. Diferentemente da Raízen Energia, a empresa não estabeleceu nenhuma pré¬condição, mas fez uma proposta menor, de R$ 531 milhões. Se os credores não aceitarem nenhuma proposta, podem optar pelo “plano B” previsto no plano de recuperação judicial, que se trata da conversão da dívida em participação acionária por parte dos credores. Aqueles que não aceitarem a conversão deverão aceitar um deságio médio de 80%. Atualmente, Rhodia e Brookfield figuram na lista de credores da Tonon, mas os valores de crédito apresentados por ambas considerou o descumprimento total do contrato e estão sendo questionados pela atual administração da companhia sucroalcooleira.
Por Camila Souza Ramos