Propostas de governo para o agronegócio são destaque em encontro no interior de São Paulo

23/09/2014 Agronegócio POR: Canal Rural
Fórum Nacional do setor reuniu cerca de 300 líderes em Campinas no domingo
Neste fim de semana foi realizado o já tradicional Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo grupo Lide, com apoio do Canal Rural. O evento reuniu cerca de 300 líderes, em Campinas, no interior de São Paulo. Neste ano, um dos debates mais esperados contou com a presença de representantes dos três candidatos à Presidência mais bem posicionados nas pesquisas, que discutiram propostas para o setor.
Dividido em três debates, o evento começou apresentando o perfil do produtor rural. De acordo com um levantamento feito pela Agroconsult para a Fiesp, o Índice de Confiança mostrou pessimismo. No segundo semestre do ano houve queda de mais de 10 pontos na pesquisa, que leva em consideração os três elos da cadeia produtiva: antes, durante e depois da porteira, quando o produto já está nas indústrias de alimentos.
– O produtor agrícola é ainda quem está com maior otimismo dentro do universo pesquisado, que passa por uma conjuntura, um momento melhor em relação aos preços, tanto nacional quanto internacional – afirma o diretor da Fiesp, Antônio Carlos Costa
A pesquisa revelou que 43%dos entrevistados tem nível superior completo e estão na atividade há várias gerações. Outro ponto que chamou atenção foi o ranking de preocupações elencadas pelos produtores, que apontaram o clima em primeiro lugar, seguido dos preços. Diante das oscilações do mercado, a maioria investe com capital próprio. Dos participantes no estudo, 41% são produtores agrícolas e 74% são pecuaristas.
– O produtor, ao mesmo tempo que ele responde por uma atividade de grande risco, ele está exposto ao risco climático, ao câmbio, ao risco de pragas e doenças. Ele se considera avesso ao risco, ele se considera conservador. Então, dentro desse cenário, ele entende que financiando a produção dele com capital próprio evidentemente ele corre menos risco – diz Costa.
Para o diretor comercial do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, a atitude do produtor é pontual e explicada pelo aquecimento vivido no setor nos últimos anos.
– Vivemos bons anos, principalmente na área de grãos. Houve uma expansão muito forte, então é natural que agora passe um curto período de vacas magras, que é até bastante saudável para dar o que a gente chama de “freio de arrumação”.
Diante do perfil empreendedor apontado pelo estudo, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, liderou o segundo painel do dia, falando sobre projeções para o setor. Lopes elencou 10 desafios, entre eles o uso da genética e de novas tecnologias no campo e a necessidade de proteger a agropecuária brasileira.
– Nós vamos ter, por exemplo, que fazer um esforço para descarbonizar a nossa pecuária. Quando olhamos para o mundo, nossos competidores às vezes apontam para o Brasil e dizem que a nossa pecuária emite muito gás de efeito estufa, tem impacto nas mudanças de clima. É óbvio que os competidores tenderão a apontar para nós e tentar desqualificar a nossa capacidade, a nossa competitividade – alerta.
A duas semanas das eleições, o encontro não poderia deixar de discutir propostas para os candidatos à Presidência da Repúplica. Representantes da presidente Dilma Rousseff, e dos candidatos Aécio Neves e Marina Silva participaram do último painel, exposto pelo coordenador do Centro de Agronegócios da FGV, Roberto Rodrigues. Ele comandou um estudo que reúne sugestões de 23 diferentes segmentos ligados ao setor. No debate, surgiram prioridades parecidas, como a revisão das legislações tributária e fundiária, crédito facilitado, acordos bilaterais para alavancar as exportações e maior participação do empresariado nas decisões do governo.
– Nesse debate eles responderam a essas demandas todas, essa preocupação do setor, mostrando que pela primeira vez desde que eu me lembre, e eu tenho 72 anos de idade, os três principais candidatos querem um plano de apoio à agricultura. Isso é a grande novidade das eleições e é a grande ênfase do evento – comenta Rodrigues.
Para fechar o dia, foi entregue o Prêmio Lide de Agronegócios, que reconheceu os melhores do ano em cinco categorias: carne bovina, de aves, suína, leite e soja.
– O que chamou a atenção foi a dificuldade de escolha, porque muitas empresas desempenharam muito bem e eram três por categoria em cinco categorias. Aliás, para enfrentar tantas dificuldades como o Brasil oferece e ter um desempenho crescente como está tendo o agro, as empresas tem que ser muito competentes e muito criativas. E assim foi e por isso foram premiadas aqui – afirma o presidente do Lide, João Doria Jr.
Neste fim de semana foi realizado o já tradicional Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo grupo Lide, com apoio do Canal Rural. O evento reuniu cerca de 300 líderes, em Campinas, no interior de São Paulo. Neste ano, um dos debates mais esperados contou com a presença de representantes dos três candidatos à Presidência mais bem posicionados nas pesquisas, que discutiram propostas para o setor.
Dividido em três debates, o evento começou apresentando o perfil do produtor rural. De acordo com um levantamento feito pela Agroconsult para a Fiesp, o Índice de Confiança mostrou pessimismo. No segundo semestre do ano houve queda de mais de 10 pontos na pesquisa, que leva em consideração os três elos da cadeia produtiva: antes, durante e depois da porteira, quando o produto já está nas indústrias de alimentos.
– O produtor agrícola é ainda quem está com maior otimismo dentro do universo pesquisado, que passa por uma conjuntura, um momento melhor em relação aos preços, tanto nacional quanto internacional – afirma o diretor da Fiesp, Antônio Carlos Costa
A pesquisa revelou que 43%dos entrevistados tem nível superior completo e estão na atividade há várias gerações. Outro ponto que chamou atenção foi o ranking de preocupações elencadas pelos produtores, que apontaram o clima em primeiro lugar, seguido dos preços. Diante das oscilações do mercado, a maioria investe com capital próprio. Dos participantes no estudo, 41% são produtores agrícolas e 74% são pecuaristas.
– O produtor, ao mesmo tempo que ele responde por uma atividade de grande risco, ele está exposto ao risco climático, ao câmbio, ao risco de pragas e doenças. Ele se considera avesso ao risco, ele se considera conservador. Então, dentro desse cenário, ele entende que financiando a produção dele com capital próprio evidentemente ele corre menos risco – diz Costa.
Para o diretor comercial do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, a atitude do produtor é pontual e explicada pelo aquecimento vivido no setor nos últimos anos.
– Vivemos bons anos, principalmente na área de grãos. Houve uma expansão muito forte, então é natural que agora passe um curto período de vacas magras, que é até bastante saudável para dar o que a gente chama de “freio de arrumação”.
Diante do perfil empreendedor apontado pelo estudo, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, liderou o segundo painel do dia, falando sobre projeções para o setor. Lopes elencou 10 desafios, entre eles o uso da genética e de novas tecnologias no campo e a necessidade de proteger a agropecuária brasileira.
– Nós vamos ter, por exemplo, que fazer um esforço para descarbonizar a nossa pecuária. Quando olhamos para o mundo, nossos competidores às vezes apontam para o Brasil e dizem que a nossa pecuária emite muito gás de efeito estufa, tem impacto nas mudanças de clima. É óbvio que os competidores tenderão a apontar para nós e tentar desqualificar a nossa capacidade, a nossa competitividade – alerta.
A duas semanas das eleições, o encontro não poderia deixar de discutir propostas para os candidatos à Presidência da Repúplica. Representantes da presidente Dilma Rousseff, e dos candidatos Aécio Neves e Marina Silva participaram do último painel, exposto pelo coordenador do Centro de Agronegócios da FGV, Roberto Rodrigues. Ele comandou um estudo que reúne sugestões de 23 diferentes segmentos ligados ao setor. No debate, surgiram prioridades parecidas, como a revisão das legislações tributária e fundiária, crédito facilitado, acordos bilaterais para alavancar as exportações e maior participação do empresariado nas decisões do governo.
– Nesse debate eles responderam a essas demandas todas, essa preocupação do setor, mostrando que pela primeira vez desde que eu me lembre, e eu tenho 72 anos de idade, os três principais candidatos querem um plano de apoio à agricultura. Isso é a grande novidade das eleições e é a grande ênfase do evento – comenta Rodrigues.
Para fechar o dia, foi entregue o Prêmio Lide de Agronegócios, que reconheceu os melhores do ano em cinco categorias: carne bovina, de aves, suína, leite e soja.
– O que chamou a atenção foi a dificuldade de escolha, porque muitas empresas desempenharam muito bem e eram três por categoria em cinco categorias. Aliás, para enfrentar tantas dificuldades como o Brasil oferece e ter um desempenho crescente como está tendo o agro, as empresas tem que ser muito competentes e muito criativas. E assim foi e por isso foram premiadas aqui – afirma o presidente do Lide, João Doria Jr.