Inspiração veio de uma máquina utilizada em cafezais
Muitos produtores não têm opção quando precisam fazer a aplicação de defensivos agrícolas na fase que a cana já está alta, especialmente aqueles que cultivam em áreas espalhadas, tendo que recorrer aos prestadores de serviço que executam o manejo fazendo uso dos autopropelidos.
Diante dessa situação, o canavieiro de Sertãozinho, Sergio Bota, que planta cana em cerca de 240 hectares espalhados em dez localidades, decidiu buscar uma solução visando à redução de custo e principalmente a independência de iniciar o serviço no momento que julgar ideal.
“Perante a minha realidade de médio produtor e com áreas em diferentes locais, não compensa o investimento num autopropelido, pois além do alto custo de compra, também é elevado o custo de transporte, além disso, o tempo para carregamento e locomoção poderia ser maior que o tempo de utilização na lavoura”, disse Bota.
Assim, pesquisando formas para solucionar seu problema, encontrou, no Sul de Minas, uma empresa que desenvolveu um triciclo (frente de moto e traseira de gol) para pulverização na lavoura de café e viu, alí, uma possibilidade que, após algumas adaptações, poderia ser utilizada na cana-de-açúcar.
O produtor Sergio Bota e o colaborador Pedro Fabiano da Silva ao lado do triciclo - um dos segredos no uso da máquina está no trabalho do operador
Em 2019, adquiriu o equipamento e após algumas adaptações, conseguiu aplicar inseticidas para broca e cigarrinha e 2,4-D, para corda-de-viola. Porém, verificando a necessidade de melhorias na primeira versão, Bota desenhou um novo projeto sendo executado por uma empresa especializada em equipamentos agrícolas.
As alterações visaram a ampliação da barra de aplicação, de forma que a capacidade passasse de três para cinco ruas de cana. Também foi criado um sistema de regulagem da altura por blocos e incluídos recursos de proteção e melhoria de dirigibilidade.
Até janeiro de 2020, o equipamento remodelado foi utilizado para as aplicações em quase sua área total e também para prestação de serviços a produtores vizinhos.
Como vantagens, Sergio destaca o rendimento do serviço, uma vez que com o equipamento é possível fazer a aplicação em 10 alqueires por dia, além da facilidade de manobra, evitando o pisoteio na bordadura do talhão, o baixo consumo de combustível (cerca de meio litro de gasolina por hectare) e a praticidade de transporte.
O produtor destaca que o equipamento atende suas necessidades de forma bastante satisfatória e que considera o uso do mesmo um sucesso.
Máquina é capaz de fazer cinco ruas por passada e o destaque é que não machuca a cana