O ciclo 2015/16 da cana-de--açúcar na região Centro-Sul deverá encerrar com 610 milhões de toneladas, prevê a Consultoria Canaplan, que fez uma revisão de safra, durante reunião anual realizada em outubro, em Ribeirão Preto-SP. O volume representa cerca de 5% acima da moagem da safra 14/15, quando foram processadas 571,3 milhões de toneladas e confirma moagem recorde de cana, mas a safra será “pobre” em qualidade, afirma a consultoria.
“Tínhamos uma visão do Centro-Sul com um potencial de redução de produtividade muito grande devido ao deficit hídrico da safra 2014, mas as chuvas trouxeram importantes mudanças, transformando a expectativa de uma produtividade baixa, em uma produtividade realmente espetacular de novo.
Isso virou o jogo de uma forma impressionante, do ponto de vista de produtividade, mas de qualidade da cana, nem tanto”, constatou Luiz Carlos Corrêa de Carvalho (Caio), diretor da Canaplan.
Segundo ele, a queda se deve às chuvas em maior volume na safra 15/16, assim o ATR (Açúcar Total Renovável) deve ficar em 131,7 kg/t, ante 145 kg/t no ciclo passado. Já a produtividade deverá encerrar o período em 82 kg/t, sendo que no ciclo anterior foi de 78 kg/t.
A justificativa, segundo Caio, é que os canaviais estão mais produtivos, pois 60% deles estão no terceiro corte.
Já a produtividade agroindustrial deverá ser de 10,8 t ATR/h e o mix de produção de 41,4% para açúcar (31,7 milhões t) e 58,6% para etanol (27,6 bilhões de litros).
“Há claros sinais de deterioração dos indicadores-chave da oferta de cana-de--açúcar, contudo a oferta de ATR total não deve apresentar redução significativa na safra 2016/17”, esclarece o executivo.
Geração de caixa na veia das empresas
Ao traçar cenários para a economia em 2016, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirmou durante sua participação na reunião, que com a saída de Dilma Rousseff da presidência, em 2016, o câmbio chegaria a R$ 3,00, abrindo espaço para queda maior da inflação e da taxa de juros concomitante com aperto fiscal maior.
Já se a presidente permanecer no cargo até o fim do mandato, a crise cambial seria mais grave, passando de R$5, com inflação mais elevada, acima de 6,5% e juros caindo mais lentamente, com fiscal sem recuperação em 2016.
“A recessão se aprofunda podendo se estender a 2017. A visão de que a presidente está isolada é irrecuperável, travando qualquer evolução na negociação de ajustes com o Congresso”, afirmou ele, constatando que “Se a presidente sai no começo de 2016, o mercado de ativos se tranquiliza e melhora números de 2016. Se o processo se arrasta, 2016 fica perdido e a inflação fica maior pelo efeito permanente do câmbio. Se a presidente fica, a crise se estende até o final do mandato”, elucidou.
Com relação ao cenário internacional, o economista destacou que alguns indicadores têm piorado nos EUA, além disso, o efeito imigração na Europa e a desaceleração na China, com PIB caminhando para crescer 6%, indica risco de recessão. Afirmou ainda que a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) não deverá ser aprovada no governo atual e que a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) seria a principal saída para ampliar a arrecadação no curto prazo.
Já Alexandre Figliolino, diretor de Agronegócios do Itaú BBA, apresentou uma análise positiva para o setor sucroenergético, na ocasião. Segundo o executivo, o segmento vai viver, agora, um momento muito positivo devido a fatores como a recuperação dos preços do açúcar no mercado mundial, a desvalorização do real e a questão dos combustíveis, o que causou uma mudança de humor e de expectativa, com a volta de otimismo para a agroindustrial canavieira.
“Começamos a fazer projeções do desempenho das empresas com os novos preços, tanto de etanol, como de açúcar, e observamos a melhora. É geração de caixa na veia das empresas”, constatou.
Embora o clima seja mais otimista, o executivo ponderou que o ciclo de expansão só retornará a partir de 2018, pois para acontecer tem que haver bases muitos sólidas para gerar confiança nos investidores.
“Estamos entrando em um ciclo mais positivo para o setor, as empresas que estão razoavelmente bem voltam a respirar, já as com endividamento elevado enfrentaram dificuldades”, finalizou.
Durante o encontro, empresas do segmento, tais como BASF, Bayer, DuPont, GAtec, John Deere e Syngenta apresentaram suas soluções e tecnologias para o setor. O encontro contou também com representantes das usinas para debater a reavaliação da safra 15/16 e as Sombras da 16/17 e encerrou com painel sobre a expectativas do mercado internacional e doméstico de açúcar e etanol, em momento de mudança de cenário com palestra de Martin Todd, executivo da Gareth Forber, LMC International e Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência.
O ciclo 2015/16 da cana-de--açúcar na região Centro-Sul deverá encerrar com 610 milhões de toneladas, prevê a Consultoria Canaplan, que fez uma revisão de safra, durante reunião anual realizada em outubro, em Ribeirão Preto-SP. O volume representa cerca de 5% acima da moagem da safra 14/15, quando foram processadas 571,3 milhões de toneladas e confirma moagem recorde de cana, mas a safra será “pobre” em qualidade, afirma a consultoria.
“Tínhamos uma visão do Centro-Sul com um potencial de redução de produtividade muito grande devido ao deficit hídrico da safra 2014, mas as chuvas trouxeram importantes mudanças, transformando a expectativa de uma produtividade baixa, em uma produtividade realmente espetacular de novo.
Isso virou o jogo de uma forma impressionante, do ponto de vista de produtividade, mas de qualidade da cana, nem tanto”, constatou Luiz Carlos Corrêa de Carvalho (Caio), diretor da Canaplan.
Segundo ele, a queda se deve às chuvas em maior volume na safra 15/16, assim o ATR (Açúcar Total Renovável) deve ficar em 131,7 kg/t, ante 145 kg/t no ciclo passado. Já a produtividade deverá encerrar o período em 82 kg/t, sendo que no ciclo anterior foi de 78 kg/t.
A justificativa, segundo Caio, é que os canaviais estão mais produtivos, pois 60% deles estão no terceiro corte.
Já a produtividade agroindustrial deverá ser de 10,8 t ATR/h e o mix de produção de 41,4% para açúcar (31,7 milhões t) e 58,6% para etanol (27,6 bilhões de litros).
“Há claros sinais de deterioração dos indicadores-chave da oferta de cana-de--açúcar, contudo a oferta de ATR total não deve apresentar redução significativa na safra 2016/17”, esclarece o executivo.
Geração de caixa na veia das empresas
Ao traçar cenários para a economia em 2016, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirmou durante sua participação na reunião, que com a saída de Dilma Rousseff da presidência, em 2016, o câmbio chegaria a R$ 3,00, abrindo espaço para queda maior da inflação e da taxa de juros concomitante com aperto fiscal maior.
Já se a presidente permanecer no cargo até o fim do mandato, a crise cambial seria mais grave, passando de R$5, com inflação mais elevada, acima de 6,5% e juros caindo mais lentamente, com fiscal sem recuperação em 2016.
“A recessão se aprofunda podendo se estender a 2017. A visão de que a presidente está isolada é irrecuperável, travando qualquer evolução na negociação de ajustes com o Congresso”, afirmou ele, constatando que “Se a presidente sai no começo de 2016, o mercado de ativos se tranquiliza e melhora números de 2016. Se o processo se arrasta, 2016 fica perdido e a inflação fica maior pelo efeito permanente do câmbio. Se a presidente fica, a crise se estende até o final do mandato”, elucidou.
Com relação ao cenário internacional, o economista destacou que alguns indicadores têm piorado nos EUA, além disso, o efeito imigração na Europa e a desaceleração na China, com PIB caminhando para crescer 6%, indica risco de recessão. Afirmou ainda que a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) não deverá ser aprovada no governo atual e que a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) seria a principal saída para ampliar a arrecadação no curto prazo.
Já Alexandre Figliolino, diretor de Agronegócios do Itaú BBA, apresentou uma análise positiva para o setor sucroenergético, na ocasião. Segundo o executivo, o segmento vai viver, agora, um momento muito positivo devido a fatores como a recuperação dos preços do açúcar no mercado mundial, a desvalorização do real e a questão dos combustíveis, o que causou uma mudança de humor e de expectativa, com a volta de otimismo para a agroindustrial canavieira.
“Começamos a fazer projeções do desempenho das empresas com os novos preços, tanto de etanol, como de açúcar, e observamos a melhora. É geração de caixa na veia das empresas”, constatou.
Embora o clima seja mais otimista, o executivo ponderou que o ciclo de expansão só retornará a partir de 2018, pois para acontecer tem que haver bases muitos sólidas para gerar confiança nos investidores.
“Estamos entrando em um ciclo mais positivo para o setor, as empresas que estão razoavelmente bem voltam a respirar, já as com endividamento elevado enfrentaram dificuldades”, finalizou.
Durante o encontro, empresas do segmento, tais como BASF, Bayer, DuPont, GAtec, John Deere e Syngenta apresentaram suas soluções e tecnologias para o setor. O encontro contou também com representantes das usinas para debater a reavaliação da safra 15/16 e as Sombras da 16/17 e encerrou com painel sobre a expectativas do mercado internacional e doméstico de açúcar e etanol, em momento de mudança de cenário com palestra de Martin Todd, executivo da Gareth Forber, LMC International e Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência.