Queda das commodities ainda não reduz valor das terras

07/08/2014 Agronegócio POR: Folha de S. Paulo
Apesar da anunciada queda de preços das commodities, devido ao aumento de produção mundial e reposição de estoques, o preço das terras ainda se mantém.
A mais recente apuração nos Estados Unidos, e que se refere a valores do final do primeiro semestre, mostra que a alta continua, embora com ritmo menor.
Os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) mostram também que as áreas que mais caem são as dedicadas a pastagens, um cenário encontrado também na Argentina e no Brasil, conforme dados do Anualpec 2014, da consultoria Informa Economics FNP.
O valor das terras cultiváveis teve alta média de 7,6% nos últimos 12 meses nos EUA, segundo o Usda. Nos últimos quatro anos, o aumento foi de 52%.
A média de preços dessas terras é de US$ 10,1 mil por hectare, mas as terras de ponta chegam a US$ 32,1 mil por hectare. Nesse último caso, a evolução média dos preços esteve bem abaixo da do país, ficando em 0,8% em 12 meses e em 13% no acumulado de quatro anos.
Em vista das recentes secas nos EUA, as terras irrigáveis tiveram valorização média anual maior, atingindo até 20% em alguns Estados.
Na avaliação por região, o Meio-Oeste --principal área de produção de grãos do país-- tem os maiores preços médios e as principais evoluções de preços. As terras dessa região valem, em média, US$ 17 mil por hectare, 8% mais do que no ano passado. Em quatro anos, a alta de preços foi de 75%.
As áreas de pastagens apresentam queda de preços, com destaque para Geórgia, Califórnia e Flórida. Neste último, o valor médio do hectare é de US$ 12,3 mil, estável neste ano, mas com queda de 8% em quatro anos.
No Brasil, a alta média das terras foi de 15% no ano passado, uma taxa puxada pela boa evolução dos preços nas áreas de novos corredores de exportação de cereais, como Norte e Centro-Oeste, segundo a Informa Economics.
Os preços médios no Estado do Amazonas subiram 66%, enquanto no Paraná e no Rio Grande do Sul, áreas consolidadas, o aumento foi de 21% e 16%, respectivamente, no ano passado.
Nos últimos nove anos, o valor da terra de boa produtividade subiu 144% em Cascavel (PR), mas 763% em áreas de Pernambuco.
Na Argentina, as terras da região de Buenos Aires tiveram alta de 50% em quatro anos. Já as de pastagem caíram 30% no período.
*Texto publicado na coluna Vaivém das Commodities.
Mauro Zafalon
Apesar da anunciada queda de preços das commodities, devido ao aumento de produção mundial e reposição de estoques, o preço das terras ainda se mantém.
A mais recente apuração nos Estados Unidos, e que se refere a valores do final do primeiro semestre, mostra que a alta continua, embora com ritmo menor.
Os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) mostram também que as áreas que mais caem são as dedicadas a pastagens, um cenário encontrado também na Argentina e no Brasil, conforme dados do Anualpec 2014, da consultoria Informa Economics FNP.
O valor das terras cultiváveis teve alta média de 7,6% nos últimos 12 meses nos EUA, segundo o Usda. Nos últimos quatro anos, o aumento foi de 52%.
A média de preços dessas terras é de US$ 10,1 mil por hectare, mas as terras de ponta chegam a US$ 32,1 mil por hectare. Nesse último caso, a evolução média dos preços esteve bem abaixo da do país, ficando em 0,8% em 12 meses e em 13% no acumulado de quatro anos.
Em vista das recentes secas nos EUA, as terras irrigáveis tiveram valorização média anual maior, atingindo até 20% em alguns Estados.
Na avaliação por região, o Meio-Oeste --principal área de produção de grãos do país-- tem os maiores preços médios e as principais evoluções de preços. As terras dessa região valem, em média, US$ 17 mil por hectare, 8% mais do que no ano passado. Em quatro anos, a alta de preços foi de 75%.
As áreas de pastagens apresentam queda de preços, com destaque para Geórgia, Califórnia e Flórida. Neste último, o valor médio do hectare é de US$ 12,3 mil, estável neste ano, mas com queda de 8% em quatro anos.
No Brasil, a alta média das terras foi de 15% no ano passado, uma taxa puxada pela boa evolução dos preços nas áreas de novos corredores de exportação de cereais, como Norte e Centro-Oeste, segundo a Informa Economics.
Os preços médios no Estado do Amazonas subiram 66%, enquanto no Paraná e no Rio Grande do Sul, áreas consolidadas, o aumento foi de 21% e 16%, respectivamente, no ano passado.
Nos últimos nove anos, o valor da terra de boa produtividade subiu 144% em Cascavel (PR), mas 763% em áreas de Pernambuco.
Na Argentina, as terras da região de Buenos Aires tiveram alta de 50% em quatro anos. Já as de pastagem caíram 30% no período.
*Texto publicado na coluna Vaivém das Commodities.
Mauro Zafalon