Raízen vai reabrir a usina Bom Retiro no segundo semestre

08/06/2017 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 131
A usina Bom Retiro, de Capivari-SP, da Raízen, vai retomar as atividades após ficar dois anos parada. Com capacidade de 1,2 milhão de toneladas, a moagem iniciará após julho, com 100% de cana energia. “É um projeto experimental. Vamos processar 400 mil toneladas deste tipo de variedade de cana-de-açúcar, que tem mais fibras que a tradicional”, informou João Alberto Abreu, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da empresa, à Revista Canavieiros, durante o Cosan Day, evento destinado aos investidores da companhia, realizado no dia 21 de março, em São Paulo.
De acordo com o executivo, a safra na unidade deve se encerrar em outubro, respeitando o período fisiológico de maturação da matéria-prima. “Será a primeira colheita da cana energia. Nós temos uma parceria com a Vignis, empresa que desenvolveu a variedade para o cultivo dos canaviais”, explicou o vice-presidente, ressaltando que se trata de um projeto-piloto para testar a cana energia na usina e, posteriormente, ampliar o seu uso para as demais unidades do grupo, que possui 24 usinas no Brasil. A reativação da Bom Retiro vai gerar 225 empregos na região.
Planos para expansão do 2G
Pioneira a produzir em escala comercial o biocombustível do bagaço da cana, a produção de etanol de segunda geração continua a todo vapor na fábrica da Raízen. A planta, que começou a ser construída em 2013 e a funcionar em novembro de 2014, fica ao lado da unidade Costa Pinto, em Piracicaba-SP.
“Do ponto de vista tecnológico não temos tido nenhum problema, as enzimas são fornecidas pela Novozymes e temos evoluído muito bem”, afirmou o vice-presidente, contando que tiveram dificuldades com a filtração e com a limpeza do bagaço, que entrava com um nível de impureza muito alto e desgastava os equipamentos, mas os desafios já foram vencidos e a intenção é triplicar a produção na próxima safra. “Nosso plano para a safra 16/17 era produzir entre 6 a 8 milhões de litros, fizemos 7,1 milhões de litros e a produção foi toda exportada, pois conseguimos um preço diferenciado paraeste tipo de produto no mercado externo”, explicou.
Para a safra 17/18, a meta é produzir entre 15 e 20 milhões de litros, ainda sem atingir a capacidade nominal da planta, que é de 41 milhões de litros, volume que deve ser alcançado na safra seguinte. “Dependendo da nossa performance neste ano, vamos decidir se expandimos a fábrica, que é uma opção ou se fazemos outra planta”, comentou Abreu, se referindo a meta da empresa de ter oito unidades de fabricação de 2G nos próximos anos.
Resultados do Grupo Cosan são destacados no Cosan Day
Durante o Cosan Day 2017, os executivos da Cosan S.A., Comgás, Moove,
Raízen e Rumo apresentaram aos investidores as principais ações das empresas em 2016 e as perspectivas para 2017. Marcos Lutz, CEO da Cosan Limited, afirmou que a companhia construiu um portfólio considerável nos últimos dez anos e se tornou uma das maiores empresas do Brasil. “Apesar de muitas turbulências enfrentadas em 2016 devido ao cenário político e econômico, com a consistência de performance da empresa, o time conseguiu entregar resultados dentro do plano mais uma vez”, afirmou.
Luís Henrique Guimarães, presidente da Raízen, disse que a empresa vem colhendo resultados do foco contínuo na produtividade agrícola, industrial e logística. “Conseguimos um crescimento sustentável em um ambiente de negócios mais desafiador”, comentou.
 A companhia moeu cerca de 60 milhões de toneladas na safra 2016/17, produziu 4,2 milhões de toneladas de açúcar e 2,0 bilhões de litros de etanol. Guimarães afirmou ainda que ocorreram investimentos na renovação de canaviais com o aumento de 15%, ante os 11% do ciclo anterior. “Tínhamos feito uma redução brusca na safra 2015/16 para mudar o ciclo de cinco para seis anos”, explicou, informando que os investimentos também visaram a logística na área de etanol e a ampliação da capacidade de produção de açúcar. “A aplicação do Pentágono (central para monitoramento da frota de caminhões da empresa), aplicação de técnicas, logística mais eficiente e uso de muita tecnologia vêm trazendo nossos custos de plantio para baixo”, contou.
A companhia também tem investido em tecnologia e monitoramento dos canaviais uma iniciativa que tem reduzido o tempo de análise de informações com qualidade e monitoramento geográfico. “Um importante avanço foi a parceria com uma startup brasileira de inteligência artificial, que desenvolve soluções sobre meio de algoritmo de alta complexidade, o modelo é inédito no Brasil pelo formato e escala de produção.
A parceria tem gerado impacto positivo na utilização dos ativos físicos e biológicos da Raízen aumentando a produtividade e reduzindo risco operacional”, contou.
Rumo quer ampliar a capacidade da ferrovia
 
O presidente da Rumo, Júlio Fontana Neto, explanou sobre o modelo de negócio da empresa e destacou a importância da ferrovia para o escoamento da safra nacional, na oportunidade. Segundo o executivo, seria necessário 1,5 milhão de caminhões para atender à necessidade de exportação de grãos do Mato Grosso para o Porto de Santos-SP, estimada em 41 milhões de toneladas em 2017, contra 5500 trens de 83 vagões. “Este é o modelo de trem que temos hoje, mas em 2020, vamos operar trens de 120 vagões, passando a necessidade de 3800 trens para executar este escoamento”, explicou.
De acordo com Fontana, 80% do volume transportado pela empresa é voltado ao agronegócio. “Nossa localização é estratégica, uma vez que liga os três principais produtores de commodities agrícolas aos principais portos onde esses produtos são exportados”, afirmou, lembrando que atualmente, o transporte rodoviário representa 60% da matriz de transportes, apesar das precárias condições das estradas em parte relevante da malha rodoviária. “Isso demonstra que existe espaço para crescimento da ferrovia que é um modal mais adequado para transportes de longas distâncias e tem maior vida útil de seus equipamentos”, alegou, estimando que a capacidade da ferrovia vai mais que dobrar em até seis anos atingindo 50 milhões de toneladas apenas no corredor entre Rondonópolis-MT e o Porto de Santos-SP.
“O agronegócio tem a perspectiva de crescimento relevante, portanto temos grandes oportunidades da captura de novas cargas em nosso principal mercado de atuação. O Mato Grosso é o principal produtor de grãos do Brasil, hoje nós temos 80% do market share da região de Rondonópolis e 57% na região central, ou seja, ainda temos muito espaço para crescer neste que é o principal mercado do agronegócio brasileiro”, finalizou.
A usina Bom Retiro, de Capivari-SP, da Raízen, vai retomar as atividades após ficar dois anos parada. Com capacidade de 1,2 milhão de toneladas, a moagem iniciará após julho, com 100% de cana energia. “É um projeto experimental. Vamos processar 400 mil toneladas deste tipo de variedade de cana-de-açúcar, que tem mais fibras que a tradicional”, informou João Alberto Abreu, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da empresa, à Revista Canavieiros, durante o Cosan Day, evento destinado aos investidores da companhia, realizado no dia 21 de março, em São Paulo.

De acordo com o executivo, a safra na unidade deve se encerrar em outubro, respeitando o período fisiológico de maturação da matéria-prima. “Será a primeira colheita da cana energia. Nós temos uma parceria com a Vignis, empresa que desenvolveu a variedade para o cultivo dos canaviais”, explicou o vice-presidente, ressaltando que se trata de um projeto-piloto para testar a cana energia na usina e, posteriormente, ampliar o seu uso para as demais unidades do grupo, que possui 24 usinas no Brasil. A reativação da Bom Retiro vai gerar 225 empregos na região.


Planos para expansão do 2G
Pioneira a produzir em escala comercial o biocombustível do bagaço da cana, a produção de etanol de segunda geração continua a todo vapor na fábrica da Raízen. A planta, que começou a ser construída em 2013 e a funcionar em novembro de 2014, fica ao lado da unidade Costa Pinto, em Piracicaba-SP.

“Do ponto de vista tecnológico não temos tido nenhum problema, as enzimas são fornecidas pela Novozymes e temos evoluído muito bem”, afirmou o vice-presidente, contando que tiveram dificuldades com a filtração e com a limpeza do bagaço, que entrava com um nível de impureza muito alto e desgastava os equipamentos, mas os desafios já foram vencidos e a intenção é triplicar a produção na próxima safra. “Nosso plano para a safra 16/17 era produzir entre 6 a 8 milhões de litros, fizemos 7,1 milhões de litros e a produção foi toda exportada, pois conseguimos um preço diferenciado paraeste tipo de produto no mercado externo”, explicou.

Para a safra 17/18, a meta é produzir entre 15 e 20 milhões de litros, ainda sem atingir a capacidade nominal da planta, que é de 41 milhões de litros, volume que deve ser alcançado na safra seguinte. “Dependendo da nossa performance neste ano, vamos decidir se expandimos a fábrica, que é uma opção ou se fazemos outra planta”, comentou Abreu, se referindo a meta da empresa de ter oito unidades de fabricação de 2G nos próximos anos.
Resultados do Grupo Cosan são destacados no Cosan Day
Durante o Cosan Day 2017, os executivos da Cosan S.A., Comgás, Moove, Raízen e Rumo apresentaram aos investidores as principais ações das empresas em 2016 e as perspectivas para 2017. Marcos Lutz, CEO da Cosan Limited, afirmou que a companhia construiu um portfólio considerável nos últimos dez anos e se tornou uma das maiores empresas do Brasil. “Apesar de muitas turbulências enfrentadas em 2016 devido ao cenário político e econômico, com a consistência de performance da empresa, o time conseguiu entregar resultados dentro do plano mais uma vez”, afirmou.
Luís Henrique Guimarães, presidente da Raízen, disse que a empresa vem colhendo resultados do foco contínuo na produtividade agrícola, industrial e logística. “Conseguimos um crescimento sustentável em um ambiente de negócios mais desafiador”, comentou.

A companhia moeu cerca de 60 milhões de toneladas na safra 2016/17, produziu 4,2 milhões de toneladas de açúcar e 2,0 bilhões de litros de etanol. Guimarães afirmou ainda que ocorreram investimentos na renovação de canaviais com o aumento de 15%, ante os 11% do ciclo anterior. “Tínhamos feito uma redução brusca na safra 2015/16 para mudar o ciclo de cinco para seis anos”, explicou, informando que os investimentos também visaram a logística na área de etanol e a ampliação da capacidade de produção de açúcar. “A aplicação do Pentágono (central para monitoramento da frota de caminhões da empresa), aplicação de técnicas, logística mais eficiente e uso de muita tecnologia vêm trazendo nossos custos de plantio para baixo”, contou.

A companhia também tem investido em tecnologia e monitoramento dos canaviais uma iniciativa que tem reduzido o tempo de análise de informações com qualidade e monitoramento geográfico. “Um importante avanço foi a parceria com uma startup brasileira de inteligência artificial, que desenvolve soluções sobre meio de algoritmo de alta complexidade, o modelo é inédito no Brasil pelo formato e escala de produção.

A parceria tem gerado impacto positivo na utilização dos ativos físicos e biológicos da Raízen aumentando a produtividade e reduzindo risco operacional”, contou.
Rumo quer ampliar a capacidade da ferrovia
 
O presidente da Rumo, Júlio Fontana Neto, explanou sobre o modelo de negócio da empresa e destacou a importância da ferrovia para o escoamento da safra nacional, na oportunidade. Segundo o executivo, seria necessário 1,5 milhão de caminhões para atender à necessidade de exportação de grãos do Mato Grosso para o Porto de Santos-SP, estimada em 41 milhões de toneladas em 2017, contra 5500 trens de 83 vagões. “Este é o modelo de trem que temos hoje, mas em 2020, vamos operar trens de 120 vagões, passando a necessidade de 3800 trens para executar este escoamento”, explicou.
De acordo com Fontana, 80% do volume transpo


rtado pela empresa é voltado ao agronegócio. “Nossa localização é estratégica, uma vez que liga os três principais produtores de commodities agrícolas aos principais portos onde esses produtos são exportados”, afirmou, lembrando que atualmente, o transporte rodoviário representa 60% da matriz de transportes, apesar das precárias condições das estradas em parte relevante da malha rodoviária. “Isso demonstra que existe espaço para crescimento da ferrovia que é um modal mais adequado para transportes de longas distâncias e tem maior vida útil de seus equipamentos”, alegou, estimando que a capacidade da ferrovia vai mais que dobrar em até seis anos atingindo 50 milhões de toneladas apenas no corredor entre Rondonópolis-MT e o Porto de Santos-SP.

“O agronegócio tem a perspectiva de crescimento relevante, portanto temos grandes oportunidades da captura de novas cargas em nosso principal mercado de atuação. O Mato Grosso é o principal produtor de grãos do Brasil, hoje nós temos 80% do market share da região de Rondonópolis e 57% na região central, ou seja, ainda temos muito espaço para crescer neste que é o principal mercado do agronegócio brasileiro”, finalizou.