Receita da indústria de máquinas e equipamentos tem queda de 24,3% em 2016

09/03/2017 Agricultura POR: Andréia Vital – Revista Ferroviária – edição 128
Para os associados da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ (CSMIA), a expectativa é de um crescimento nominal de 15% no faturamento de 2017 em relação a 2016 Após três recuos consecutivos (-5% em 2013, -11,6% em 2014 e -14,4% em 2015), a receita líquida total (vendas internas mais exportações) da indústria de máquinas e equipamentos registrou nova queda em 2016, de 24,3%, somando R$ 66,3 bilhões e ficando abaixo dos R$ 66,8 bilhões registrados em 2003, até então a pior marca da série histórica iniciada em 1999. O número de 2016 representa, ainda, apenas 54,4% da receita de 2012, último ano de crescimento da indústria de máquinas. 
“É a maior crise da história do setor, que, mesmo diante de uma retomada da economia, deve ser um dos últimos a voltar a crescer por causa do elevado nível de capacidade ociosa da indústria em geral, o que tende a adiar novos investimentos mesmo diante da ligeira expansão da atividade econômica prevista para 2017 e 2018”, afirmou João Carlos Marchesan, presidente da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) durante a divulgação do balanço do desempenho do setor de bens de capital mecânicos referente ao ano de 2016 e as perspectivas para 2017, no final de janeiro, em São Paulo. 
Segundo dados apresentados na ocasião, a receita interna de vendas recuou 33,9% em relação a 2015, enquanto as importações (em US$) caíram 18% no mesmo período, o que derrubou o consumo aparente (vendas internas mais importações) em 24,9%, o pior desempenho anual da série histórica. “A queda recorde deixa evidente que a melhora da confiança não foi suficiente para impulsionar investimentos e reflete a capacidade ociosa elevada e o alto nível de endividamento das empresas, cenário agravado pelos juros altos”, indicou o relatório.
Apesar da desvalorização do real entre 2014 e 2015 ter favorecido as exportações da indústria de máquinas e equipamentos, que registraram alta entre o final de 2015 e o início de 2016, o novo ciclo de apreciação da moeda brasileira a partir de 2016, fizeram as vendas para o exterior voltaram a cair, encerrando o ano em US$ 7,8 bilhões, valor 2,9% inferior ao registrado em 2015. 
No ano, três dos sete setores apresentaram variação positiva, sendo eles: má- quinas para bens de consumo (+24,7%), máquinas para a indústria de transformação (+10,8%) e máquinas para logística e construção civil (+7,9%). As exportações de máquinas para petróleo e energia renovável (-51,1%), máquinas para agricultura (-5,4%), infraestrutura e indústria de base (-4,8%) e componentes para a indústria de bens de capital (-4,2%) registraram queda no ano. No caso das importações, devido à fraca demanda interna, encerrou o ano em US$ 15,4bilhões. 
Por conta das obras da siderúrgica, o setor de infraestrutura e indústria de base é o único a registrar alta das importações no ano (+3%). Todos os demais registram queda: máquinas para petróleo e energia renovável (-55,2%), máquinas para bens de consumo (-30,3%), máquinas para logística e construção civil (-28,9%), máquinas para a agricultura (-24,9%), componentes para a indústria de bens de capital (-18,3%) e máquinas para a indústria de transformação (-12,3%). O saldo da balança comercial do setor ficou negativo em US$ 7,6 bilhões, resultado 29,2% menor do que o de 2015. 
O nível de utilização da capacidade instalada foi de 66,4%, próximo aos menores patamares da história. O resultado é 2,1 pontos percentuais inferiores à média de 2015. Já a carteira de pedidos registrou média de 2,6 meses em 2016, ante 2,8 meses em 2015, mantendo assim a tendência de queda dos últimos anos. O balanço da ABIMAQ mostrou ainda que o número de pessoas ocupadas no segmento encerrou 2016 em 290,6mil, o que representa um recuo de 6,5% (ou 20,3 mil empregados a menos) em relação a dez/15. 
Com isso, o emprego no setor voltou para o nível de 2004 (em maio daquele ano eram 290,3 mil empregados). Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados mais de 80mil (81,4mil) postos de trabalho no setor De acordo com Marchesan, apesar de um crescimento nominal previsto de 15% no faturamento de 2017 em relação a 2016 e boas perspectiva para o setor de máquinas agrícolas, a situação da indústria continua complicada e não deve recuperar o mercado perdido nos últimos quatro anos. “Uma melhora na indústria de máquinas e equipamentos pode ser muito positiva para a economia como um todo, incrementando, inclusive, o mercado interno, na medida em que, certamente, gerará vários postos de trabalho, contribuindo para diminuir o número de pessoas desempregadas”, afirmou.
Mais recurso para o MODERFROTA
Para viabilizar o reaquecimento da indústria e o aumento da demanda do setor agrícola para financiar as suas máquinas, a ABIMAQ vem buscando alternativas, como a de solicitar ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller, a ampliação dos recursos do MODERFROTA em R$ 11 bilhões, valor a ser contemplado no Plano Safra 2017/2018, durante reunião realizada no dia 1º de fevereiro. 
Geller explicou em 2015, o programa havia disponibilizado R$ 5 bilhões no Plano Safra, mas como faltaram recursos, foram remanejados 2,5 bilhões de outros programas para o MODERFROTA, cuja demanda, até o final do Plano Safra, deve atingir a marca de R$ 9 bilhões. “Nós vamos trabalhar a possibilidade de não faltar recursos e aumentar ainda mais esse programa para que o produtor tenha acesso à compra de tratores, colheitadeiras e máquinas, faça estruturação da propriedade e, assim, aqueça a economia, gerando emprego e renda”, afirmou. 
O secretário ainda informou que o Governo trabalhará para que novo Plano Safra ofereça boas condições de investimento e custeio, com taxas de juros que não comprometam negativamente o produtor e não provoquem uma bolha de endividamento. “Vamos turbinar programas, financiar novas atividades e oferecer mais conectividade para o campo”, completou.
Reaquecimento
Na oportunidade, o presidente da CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas), Pedro Estevão Bastos, avaliou que o setor pretende vender 15% a mais que no ano passado, conforme adiantou o presidente da entidade, durante apresentação do balanço de 2016 e perspectivas para 2017. “Nós entendemos que a agricultura voltou a um patamar normal, com projeção de realizarmos uma boa colheita. 
Com uma boa colheita, há sempre aumento da demanda. Além disso, como há uma boa remuneração, o setor aproveita para fazer a troca do maquinário. Como as janelas das operações são muito curtas, a máquina deve estar sempre preparada e atualizada”, afirmou Bastos. 
Para a Agrishow deste ano, uma das principais feiras do setor e organizada pela ABIMAQ, e outras entidades do segmento (ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio); ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos); FAESP (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira)), que acontecerá entre os dias 1º e 5 de maio, o presidente da CSMIA espera que o humor do produtor melhore. “Esta é uma boa hora para os negócios crescerem”, destaca.
Agrishow 2017
A Agrishow 2017 – 24ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação deve reunir cerca de 800 marcas nacionais e internacionais e receber mais de 150 mil visitantes do Brasil e do exterior. O evento acontece em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo e terá nesta edição o tema “A Rota Oficial do Agronegócio”, sendo voltada para a tecnologia e sustentabilidade. De acordo com José Danghesi, diretor da feira, a Agrishow 2017 terá um papel fundamental neste ano, com a expectativa de uma retomada de investimentos e do cenário econômico-financeiro. 
“Por isso, pretendemos reunir toda a cadeia produtiva em um ambiente ideal para disseminação de conhecimento e demonstração do avanço tecnológico do agronegócio no país e como essa evolução tem contribuído para o protagonismo do setor na economia nacional e, também, na produção de alimentos no mundo”, afirmou. Em 2016, a feira alcançou negócios da ordem de R$ 1,95 bilhão, superando o valor da edição de 2015, que foi de R$ 1,9 bilhão. A expectativa para este ano ainda não foi divulgada. 
Para os associados da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ (CSMIA), a expectativa é de um crescimento nominal de 15% no faturamento de 2017 em relação a 2016 Após três recuos consecutivos (-5% em 2013, -11,6% em 2014 e -14,4% em 2015), a receita líquida total (vendas internas mais exportações) da indústria de máquinas e equipamentos registrou nova queda em 2016, de 24,3%, somando R$ 66,3 bilhões e ficando abaixo dos R$ 66,8 bilhões registrados em 2003, até então a pior marca da série histórica iniciada em 1999. O número de 2016 representa, ainda, apenas 54,4% da receita de 2012, último ano de crescimento da indústria de máquinas. 
“É a maior crise da história do setor, que, mesmo diante de uma retomada da economia, deve ser um dos últimos a voltar a crescer por causa do elevado nível de capacidade ociosa da indústria em geral, o que tende a adiar novos investimentos mesmo diante da ligeira expansão da atividade econômica prevista para 2017 e 2018”, afirmou João Carlos Marchesan, presidente da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) durante a divulgação do balanço do desempenho do setor de bens de capital mecânicos referente ao ano de 2016 e as perspectivas para 2017, no final de janeiro, em São Paulo. 
Segundo dados apresentados na ocasião, a receita interna de vendas recuou 33,9% em relação a 2015, enquanto as importações (em US$) caíram 18% no mesmo período, o que derrubou o consumo aparente (vendas internas mais importações) em 24,9%, o pior desempenho anual da série histórica. “A queda recorde deixa evidente que a melhora da confiança não foi suficiente para impulsionar investimentos e reflete a capacidade ociosa elevada e o alto nível de endividamento das empresas, cenário agravado pelos juros altos”, indicou o relatório.
Apesar da desvalorização do real entre 2014 e 2015 ter favorecido as exportações da indústria de máquinas e equipamentos, que registraram alta entre o final de 2015 e o início de 2016, o novo ciclo de apreciação da moeda brasileira a partir de 2016, fizeram as vendas para o exterior voltaram a cair, encerrando o ano em US$ 7,8 bilhões, valor 2,9% inferior ao registrado em 2015. 
No ano, três dos sete setores apresentaram variação positiva, sendo eles: má- quinas para bens de consumo (+24,7%), máquinas para a indústria de transformação (+10,8%) e máquinas para logística e construção civil (+7,9%). As exportações de máquinas para petróleo e energia renovável (-51,1%), máquinas para agricultura (-5,4%), infraestrutura e indústria de base (-4,8%) e componentes para a indústria de bens de capital (-4,2%) registraram queda no ano. No caso das importações, devido à fraca demanda interna, encerrou o ano em US$ 15,4bilhões. 
Por conta das obras da siderúrgica, o setor de infraestrutura e indústria de base é o único a registrar alta das importações no ano (+3%). Todos os demais registram queda: máquinas para petróleo e energia renovável (-55,2%), máquinas para bens de consumo (-30,3%), máquinas para logística e construção civil (-28,9%), máquinas para a agricultura (-24,9%), componentes para a indústria de bens de capital (-18,3%) e máquinas para a indústria de transformação (-12,3%). O saldo da balança comercial do setor ficou negativo em US$ 7,6 bilhões, resultado 29,2% menor do que o de 2015. 
O nível de utilização da capacidade instalada foi de 66,4%, próximo aos menores patamares da história. O resultado é 2,1 pontos percentuais inferiores à média de 2015. Já a carteira de pedidos registrou média de 2,6 meses em 2016, ante 2,8 meses em 2015, mantendo assim a tendência de queda dos últimos anos. O balanço da ABIMAQ mostrou ainda que o número de pessoas ocupadas no segmento encerrou 2016 em 290,6mil, o que representa um recuo de 6,5% (ou 20,3 mil empregados a menos) em relação a dez/15. 
Com isso, o emprego no setor voltou para o nível de 2004 (em maio daquele ano eram 290,3 mil empregados). Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, já foram eliminados mais de 80mil (81,4mil) postos de trabalho no setor De acordo com Marchesan, apesar de um crescimento nominal previsto de 15% no faturamento de 2017 em relação a 2016 e boas perspectiva para o setor de máquinas agrícolas, a situação da indústria continua complicada e não deve recuperar o mercado perdido nos últimos quatro anos. “Uma melhora na indústria de máquinas e equipamentos pode ser muito positiva para a economia como um todo, incrementando, inclusive, o mercado interno, na medida em que, certamente, gerará vários postos de trabalho, contribuindo para diminuir o número de pessoas desempregadas”, afirmou.
Mais recurso para o MODERFROTA
Para viabilizar o reaquecimento da indústria e o aumento da demanda do setor agrícola para financiar as suas máquinas, a ABIMAQ vem buscando alternativas, como a de solicitar ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller, a ampliação dos recursos do MODERFROTA em R$ 11 bilhões, valor a ser contemplado no Plano Safra 2017/2018, durante reunião realizada no dia 1º de fevereiro. 
Geller explicou em 2015, o programa havia disponibilizado R$ 5 bilhões no Plano Safra, mas como faltaram recursos, foram remanejados 2,5 bilhões de outros programas para o MODERFROTA, cuja demanda, até o final do Plano Safra, deve atingir a marca de R$ 9 bilhões. “Nós vamos trabalhar a possibilidade de não faltar recursos e aumentar ainda mais esse programa para que o produtor tenha acesso à compra de tratores, colheitadeiras e máquinas, faça estruturação da propriedade e, assim, aqueça a economia, gerando emprego e renda”, afirmou. 
O secretário ainda informou que o Governo trabalhará para que novo Plano Safra ofereça boas condições de investimento e custeio, com taxas de juros que não comprometam negativamente o produtor e não provoquem uma bolha de endividamento. “Vamos turbinar programas, financiar novas atividades e oferecer mais conectividade para o campo”, completou.
Reaquecimento

Na oportunidade, o presidente da CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas), Pedro Estevão Bastos, avaliou que o setor pretende vender 15% a mais que no ano passado, conforme adiantou o presidente da entidade, durante apresentação do balanço de 2016 e perspectivas para 2017. “Nós entendemos que a agricultura voltou a um patamar normal, com projeção de realizarmos uma boa colheita. 
Com uma boa colheita, há sempre aumento da demanda. Além disso, como há uma boa remuneração, o setor aproveita para fazer a troca do maquinário. Como as janelas das operações são muito curtas, a máquina deve estar sempre preparada e atualizada”, afirmou Bastos. 
Para a Agrishow deste ano, uma das principais feiras do setor e organizada pela ABIMAQ, e outras entidades do segmento (ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio); ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos); FAESP (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira)), que acontecerá entre os dias 1º e 5 de maio, o presidente da CSMIA espera que o humor do produtor melhore. “Esta é uma boa hora para os negócios crescerem”, destaca.

Agrishow 2017
A Agrishow 2017 – 24ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação deve reunir cerca de 800 marcas nacionais e internacionais e receber mais de 150 mil visitantes do Brasil e do exterior. O evento acontece em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo e terá nesta edição o tema “A Rota Oficial do Agronegócio”, sendo voltada para a tecnologia e sustentabilidade. De acordo com José Danghesi, diretor da feira, a Agrishow 2017 terá um papel fundamental neste ano, com a expectativa de uma retomada de investimentos e do cenário econômico-financeiro. 
“Por isso, pretendemos reunir toda a cadeia produtiva em um ambiente ideal para disseminação de conhecimento e demonstração do avanço tecnológico do agronegócio no país e como essa evolução tem contribuído para o protagonismo do setor na economia nacional e, também, na produção de alimentos no mundo”, afirmou. Em 2016, a feira alcançou negócios da ordem de R$ 1,95 bilhão, superando o valor da edição de 2015, que foi de R$ 1,9 bilhão. A expectativa para este ano ainda não foi divulgada.