Recuperação de canaviais é prioridade do novo presidente da Renuka

22/05/2012 Cana-de-Açúcar POR: Agência UDOP de Notícias
À frente de um dos dez maiores grupos bioenergéticos do Brasil, o engenheiro agrônomo Paulo Zanetti, que assumiu o posto de presidente da Renuka do Brasil há cerca de uma semana, concedeu entrevista exclusiva à TV UDOP onde destacou os desafios da nova empreitada, na recuperação dos canaviais e diminuição da ociosidade das plantas industriais, além de falar sobre a crise vivida pelo setor e os problemas envolvendo a falta de políticas públicas voltadas ao crescimento do setor.

O Grupo Renuka do Brasil é controlado pela indiana Shree Renuka Sugars, do magnata Narendra Murkumbi, considerada a quinta maior produtora mundial de açúcar, com controle de sete usinas e duas refinarias em portos da Índia, além de quatro usinas no Brasil, duas em São Paulo (Renuka - Unidade Equipav/Promissão e Renuka - Unidade Revati/Brejo Alegre) e duas no Paraná (Vale do Ivaí - Unidade São Pedro do Ivaí e Vale do Ivaí - Unidade São Miguel do Cambuí/Marialva).


Desafios

Paulo Zanetti está otimista com o novo desafio frente a um dos maiores produtores de açúcar, etanol e bioeletricidade do País. Ele conta com o apoio dos colaboradores, produtores e acionistas de um grupo jovem no Brasil, mas com ambições. "Digo que é um grande desafio, porque mesmo com esse respaldo, não vivemos um momento bom no setor, provocado pelo descrédito do próprio governo para com o setor e pelas adversidades climáticas", diz.


Projetos

O maior projeto do novo presidente é a recuperação agrícola, ou seja, a recuperação da qualidade e da produtividade dos canaviais do grupo. "Infelizmente a nossa região (oeste paulista) está bastante comprometida, não está uniforme com as outras regiões do país quando o assunto é produtividade e qualidade dos canaviais. Por isso, o foco será na recuperação agrícola em todos os aspectos", ressalta.


Safra 2012/13

A safra 2012/13 das quatro unidades do Grupo Renuka está estimada em 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 1 milhão a mais que na última temporada. "Nossa capacidade é de cerca de 14 milhões de toneladas de cana, mas neste ano devemos processar próximo a 10 milhões. Temos um caminho longo já que temos capacidade industrial, estrutura humana e de equipamentos, por isso o nosso desafio é agrícola", conclui Zanetti


Crise no setor

Segundo o executivo, a crise no setor sucroalcooleiro se dá por dois aspectos principais: a falta de tecnologia e de políticas públicas de médio e longo prazos. Para ele, culturas como milho e soja evoluíram tecnologicamente, mas a cana-de-açúcar ficou para trás. "Infelizmente, com o passar do tempo, acabamos dissipando isso e não temos, de fato, um padrão ou disposição de tecnologias para elevar rapidamente as nossas lavouras", comenta.

Quanto a falta de apoio do governo, o executivo é direto: "nosso governo é intervencionista, indiretamente mas é! Segurar o preço da gasolina há mais de seis anos como ele vem fazendo e as altas cargas tributárias condenam projetos altamente viáveis na produção de etanol e cogeração", finaliza Paulo Zanetti.


Perfi

Paulo Zanetti é graduado em engenharia agronômica pela Fundação Faculdade Luiz Meneghel de Bandeirantes (PR). Atuou como vice-presidente e diretor industrial da Cooperativa Agroindustrial de Rolândia (Corol); diretor executivo da Associação de Produtores de Bioenergia (Alcopar) ; diretor executivo da CEPAAL e presidente da PASA.

Atualmente é diretor das empresas: Paraná Operações Portuárias (PASA), CPA - Trading e da Central Paranaense de Logística (CPL-Par); e diretor vice-presidente da Alcopar, além de acumular a nova função de presidente da Renuka do Brasil, com a presidência da Renuka Vale do Ivaí.