O E2G é produzido a partir bagaço da cana-de-açúcar, biomassa extraída do processamento da cana. Isso torna o E2G um produto chave na transição energética, podendo ser usado para diversos fins além da mobilidade, oferecendo diversas soluções para aplicação industrial. E o mais importante, sua produção resulta em uma molécula com significativa redução de emissão de CO2, abaixo do etanol convencional.
A convite da Raízen, a reportagem da revista Canavieiros participou de uma visita ao Bioparque Bonfim, na cidade de Guariba-SP, para conhecer a construção da segunda unidade de E2G (Etanol de Segunda Geração) da companhia que deve ficar pronta em abril de 2023, e conhecer também a planta de biogás e as demais instalações agrícola e industrial.
A planta considerada de dois módulos tem tecnologia similiar à planta de E2G do Parque de Bioenergia da Costa Pinto, instalada na cidade de Piracicaba-SP, que está em operação desde a safra 2014/15 e opera com um módulo de produção. De acordo com a gerente de operações da planta de E2G da Raízen, Havala Reis, a planta que tem garantido empregos diretos e indiretos para a região terá capacidade de 82 bilhões de litros de etanol anidro e o investimento na unidade foi de aproximadamente 1 bilhão de reais.
Da esquerda para a direita, a gerente de operações da planta de E2G, Havala Reis e o gerente de projeto, Roger Archangel
“Temos mais de 600 colaboradores trabalhando atualmente na obra, podendo chegar até 1.200 pessoas na fase final. Em operação teremos 160 colaboradores e atualmente são mais de 100 vagas abertas somente para essa planta do Bioparque Bonfim”, disse Havala, que também ressaltou a importância da questão da diversidade. “Essas mais de 100 vagas que estão abertas são para públicos diversos, seja de gêneros e raças. O mais importante é contarmos com um time diverso que vai nos ajudar a sermos mais competitivos, inclusivos, e termos uma entrega consolidada e consistente dos nossos resultados”.
Na ocasião, o gerente de projeto da Raízen, Roger Archangel, informou que para a execução da obra estão sendo utilizadas aproximadamente 2.100 toneladas de estrutura metálica; 250 quilômetros de cabos instalados e 45 quilômetros de tubulação, as quais serão instaladas.
O coração da planta
O reator de pré-tratamento é o maior equipamento da planta de E2G
Recentemente, a planta de Guariba recebeu o “reator de pré-tratamento”, o maior equipamento da unidade dedicado à produção de E2G. O equipamento possui 13 metros de comprimento e pesa aproximadamente 55 toneladas, é a maior peça em peso da unidade (serão dois equipamentos) – essa é a entrega do primeiro módulo que já será instalado. O equipamento possui fabricação totalmente nacional - produzido pela Dedini, empresa de equipamentos industriais com sede em Piracicaba-SP, com uma liga metálica importada da Alemanha.
Planta de biogás
Planta de biogás, do Bioparque Bonfim, voltada para a produção de energia elétrica (o biogás utiliza a torta de filtro e a vinhaça como matéria-prima, resíduos da operação agroindustrial da cana)
A Raízen recebeu em 2020 a primeira unidade de biogás da companhia e é uma das maiores do mundo. Essa planta de biogás teve investimento de mais de R$ 150 milhões de reais. Além de atender às necessidades internas, a planta consegue exportar energia elétrica para as linhas de transmissão. A planta recebe 100% da vinhaça e torta de filtro produzida na unidade Bonfim, que tem uma capacidade de moagem de 5,4 milhões, sendo a segunda maior planta da Raízen.
A segunda planta de biogás da Raízen, localizada no Bioparque Costa Pinto, na cidade de Piracicaba-SP, será dedicada à produção de gás natural renovável – biometano. A capacidade da unidade será de 26 milhões de metros cúbicos o suficiente para abastecer aproximadamente 200 mil clientes residenciais. A unidade vai produzir biometano a partir do próximo ano, a planta está em construção. Até 2030, a companhia possui metas para reduzir a pegada de carbono ao longo da cadeia de produção do etanol e açúcar em 20% e aumentar em 80% a produção de energia renovável.
Parcerias no campo
Da esquerda para a direita, Walter Baldan, Azael Pizzolato Neto, Azael Pizzolato Filho, Paulo Ney, Ricardo Berne, Alberto Sadalla Filho e Alberto Sadalla Neto
A cana-de-açúcar é uma das culturas mais importantes do país. O seu potencial de crescimento é enorme e isso obviamente se reproduz na produção de etanol e bioenergia, onde tudo se aproveita, inclusive os resíduos. Essa cultura depende de todos os trabalhadores que operam as lavouras, que cultivam, tratam, transportam a cana-de- açúcar e, claro, que o fornecedor é parte fundamental.
Na oportunidade, o diretor de negócios agrícolas da Raízen, Ricardo Berne, foi a campo onde se juntou a um grupo de fornecedores representados por Alberto Sadalla Filho e seu filho Alberto Sadalla Neto, Azael Pizzolato Filho e seu filho Azael Pizzolato Neto e Walter Baldan Filho. Para os jornalistas presentes eles explanaram sobre a importância da parceria e sucessão.
“O produtor rural é muito importante para nós. A Raízen hoje opera 35 bioparques e temos a honra de ter 2000 produtores trabalhando conosco - 50% da nossa cana e de tudo o que produzimos vêm desses produtores. Nos orgulhamos também de nos relacionar desde o pequeno sitiante, aquela pequena família que opera um pequeno sítio, até grandes empresários que abrilhantam o agronegócio brasileiro. Os produtores representam 50% da cana da Raízen e procuramos estar cada vez mais próximo deles. Precisamos muito do conhecimento, não só dos nossos colaboradores, mas o conhecimento dessa cadeia produtiva para que possamos produzir cada vez mais em menos área plantada”, disse Berne.
Outro ponto destacado por Berne foi a questão da sustentabilidade. “A sustentabilidade é um caminho sem volta. Temos a obrigação de trabalhar de maneira sustentável. Plantar mais, produzir mais em menos área. Produzir da maneira correta e usar as melhores técnicas. E não só a questão ambiental é fundamental, mas as questões sociais que envolvem os trabalhadores no campo e as questões trabalhistas são igualmente importantes”, destacou Berne.
“Como produtor entendo que temos esse DNA que traz para nós um compromisso muito forte nesse sentido de construirmos uma trajetória e uma trajetória bem-sucedida, de maneira responsável, que é o que procuramos fazer no nosso dia a dia e as nossas práticas estão muito alinhadas com isso. A Raízen nos proporciona um amparo, nos sentimos amparados para desenvolver todas e as melhores as práticas. É muito importante produzir e preservar, essa é a grande discussão que temos hoje. Estamos conseguindo aumentar os nossos níveis de produtividade, preservando cada vez mais. Temos o mais rigoroso código florestal e somos exemplo para o mundo”, comentou o fornecedor Walter Baldan.
O fornecedor Azael Pizzolato Neto compartilhou da opinião de Baldan e acrescentou que o setor tem dado cada vez mais exemplo de sustentabilidade e produtividade. “Sabemos como produzir e a Raízen nos dando essa tranquilidade, nos bombardeando de boas práticas, de novas tecnologias, nos deixa tranquilos para fazermos aquilo que somos bons e desempenhar o nosso trabalho no campo. Saber que uma empresa como a Raízen com todo o cuidado ambiental e expertise que tem, acredita no nosso setor, isso dá ainda mais segurança para continuarmos essa jornada. Me sinto muito privilegiado por fazer parte dos programas, desse time Raízen e de poder trilhar isso com o meu pai. É isso que temos como objetivo, é isso queremos, produzir”, afirmou o fornecedor.