Com dívidas na casa dos R$ 3,3 bilhões e sob o bombardeio de diversas ações judiciais de execução de bens movidas por credores, a Shree Renuka do Brasil, subsidiária do grupo indiano Shree Renuka Sugars, protocolou ontem na 1ª Vara Cível da cidade de São Paulo o pedido de recuperação judicial de suas usinas sucroalcooleiras no Brasil, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
Com quatro usinas de cana-de-açúcar no país, duas em São Paulo e duas no Paraná, o grupo no Brasil não estava mais conseguindo responder de forma estruturada aos processos de cobrança movidos pelos bancos, disse à reportagem o diretor jurídico da empresa, Tony Rivera.
Se o pedido de recuperação judicial for aceito, a empresa terá 180 dias para apresentar um plano de pagamento dos credores. Durante esse período, ficam suspensos os processos de execução e arresto de bens movidos contra a companhia. Os bancos Bradesco, Santander, Votorantim, Banco do Brasil e Itaú são os principais credores da companhia.
A empresa indiana, que tem capital aberto na bolsa de Mumbai e como sócia a trading asiática Wilmar International, entrou no setor sucroalcooleiro no Brasil em 2009, quando comprou 60% de duas usinas em São Paulo (atual Renuka do Brasil) e outras duas no Paraná (atual Renuka Vale do Ivaí). A empresa já assumiu à época um elevado endividamento, sobretudo do negócio em São Paulo, adquirido do grupo Equipav, ainda sócio da Renuka do Brasil com 40% de participação.
Somaram a isso sucessivos problemas climáticos que afetaram a produtividade de seus canaviais, além dos baixos preços do açúcar e do etanol. A pressão sobre o etanol foi influenciada pela política do governo brasileiro de controlar os preços da gasolina, um concorrente direto do etanol hidratado no mercado interno.
Há pelo menos um ano, a companhia e os bancos credores negociavam uma saída para o endividamento que, com a guinada do dólar frente ao real neste ano, cresceu ao menos 50%. Nos últimos meses, os bancos desistiram de negociar e partiram para a execução de bens na Justiça.
O controlador da empresa, o indiano Narendra Murkumbi, não conseguiu costurar a entrada de um sócio estratégico para injetar recursos na companhia a tempo de recuperá-la sem ajuda da Justiça. Entre os grupos com os quais a companhia conversou está a gestora canadense Brookfield Asset Management.
Sobre a entrada de um eventual investidor financeiro na empresa, Rivera disse que nenhuma possibilidade de reestruturação está descartada. "Tivemos grupos interessados na companhia e tentamos negociar uma saída que envolvesse a venda de participação dos sócios. Mas não tivemos tempo hábil para equacionar isso. Essa porta, no entanto, não está fechada em um cenário de recuperação judicial", acrescentou o diretor jurídico da Renuka, que tem assessoria do escritório Dias Carneiro Advogados.
Desde que entrou no Brasil, a companhia indiana investiu US$ 400 milhões no negócio de açúcar e etanol, "o maior investimento já feito por uma empresa indiana no país, considerando todas as indústrias", conforme informou a Renuka em comunicado.
Juntas, as unidades da Renuka no Brasil têm capacidade para processar 12 milhões de toneladas de cana por safra. Até 24 de setembro, a moagem acumulada havia alcançado 5,6 milhões. Considerando os ativos no Brasil e na Índia, a Shree Renuka Sugars opera 11 usinas com capacidade para processar 20,7 milhões de toneladas e duas refinarias.
Com dívidas na casa dos R$ 3,3 bilhões e sob o bombardeio de diversas ações judiciais de execução de bens movidas por credores, a Shree Renuka do Brasil, subsidiária do grupo indiano Shree Renuka Sugars, protocolou ontem na 1ª Vara Cível da cidade de São Paulo o pedido de recuperação judicial de suas usinas sucroalcooleiras no Brasil, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
Com quatro usinas de cana-de-açúcar no país, duas em São Paulo e duas no Paraná, o grupo no Brasil não estava mais conseguindo responder de forma estruturada aos processos de cobrança movidos pelos bancos, disse à reportagem o diretor jurídico da empresa, Tony Rivera.
Se o pedido de recuperação judicial for aceito, a empresa terá 180 dias para apresentar um plano de pagamento dos credores. Durante esse período, ficam suspensos os processos de execução e arresto de bens movidos contra a companhia. Os bancos Bradesco, Santander, Votorantim, Banco do Brasil e Itaú são os principais credores da companhia.
A empresa indiana, que tem capital aberto na bolsa de Mumbai e como sócia a trading asiática Wilmar International, entrou no setor sucroalcooleiro no Brasil em 2009, quando comprou 60% de duas usinas em São Paulo (atual Renuka do Brasil) e outras duas no Paraná (atual Renuka Vale do Ivaí). A empresa já assumiu à época um elevado endividamento, sobretudo do negócio em São Paulo, adquirido do grupo Equipav, ainda sócio da Renuka do Brasil com 40% de participação.
Somaram a isso sucessivos problemas climáticos que afetaram a produtividade de seus canaviais, além dos baixos preços do açúcar e do etanol. A pressão sobre o etanol foi influenciada pela política do governo brasileiro de controlar os preços da gasolina, um concorrente direto do etanol hidratado no mercado interno.
Há pelo menos um ano, a companhia e os bancos credores negociavam uma saída para o endividamento que, com a guinada do dólar frente ao real neste ano, cresceu ao menos 50%. Nos últimos meses, os bancos desistiram de negociar e partiram para a execução de bens na Justiça.
O controlador da empresa, o indiano Narendra Murkumbi, não conseguiu costurar a entrada de um sócio estratégico para injetar recursos na companhia a tempo de recuperá-la sem ajuda da Justiça. Entre os grupos com os quais a companhia conversou está a gestora canadense Brookfield Asset Management.
Sobre a entrada de um eventual investidor financeiro na empresa, Rivera disse que nenhuma possibilidade de reestruturação está descartada. "Tivemos grupos interessados na companhia e tentamos negociar uma saída que envolvesse a venda de participação dos sócios. Mas não tivemos tempo hábil para equacionar isso. Essa porta, no entanto, não está fechada em um cenário de recuperação judicial", acrescentou o diretor jurídico da Renuka, que tem assessoria do escritório Dias Carneiro Advogados.
Desde que entrou no Brasil, a companhia indiana investiu US$ 400 milhões no negócio de açúcar e etanol, "o maior investimento já feito por uma empresa indiana no país, considerando todas as indústrias", conforme informou a Renuka em comunicado.
Juntas, as unidades da Renuka no Brasil têm capacidade para processar 12 milhões de toneladas de cana por safra. Até 24 de setembro, a moagem acumulada havia alcançado 5,6 milhões. Considerando os ativos no Brasil e na Índia, a Shree Renuka Sugars opera 11 usinas com capacidade para processar 20,7 milhões de toneladas e duas refinarias.