Ridesa deve lançar no próximo ano três novas variedades de cana

18/10/2013 Cana-de-Açúcar POR: Assessoria Ridesa
Sempre em sintonia com as demandas das usinas e produtores de cana, Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroenergético apresenta materiais que deverão chegar ao mercado em 2014
 

O lançamento de uma nova variedade de cana para o mercado é como marcar um gol. Os pesquisadores se dedicam a um material durante anos, como jogadores treinam com afinco para disputar um campeonato e se tonarem artilheiros. O pesquisador visualiza características desejáveis para uma variedade no futuro, fazem testes, acompanham resultados nas usinas. Um trabalho que exige conhecimento técnico, paciência e dedicação. E sempre que  uma variedade está apta a ser apresentada ao mercado, com características que atendam a demandas do produtor e das usinas, é hora de comemorar a aposta certeira.
Em matéria de variedades de cana-de-açúcar, a instituição que mais comemora gols a favor da produtividade do setor sucroenergético é a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético). Segundo o senso varietal 2013 realizado em 106 unidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, as variedades RB ocupam 64,9% das áreas de plantio e 60,4% da área de cultivo. As cinco variedades mais plantadas, segundo o senso, são RBs, lideradas pela RB 867515, que sozinha ocupa quase 24% do total. Já quatro das cinco variedades mais cultivadas também são RBs. 
Para 2014, a RIDESA deve marcar três novos golaços, ou melhor, prevê apresentar à cadeia produtiva mais três materiais com condições de ocupar posição de destaque no ranking das variedades de cana mais plantadas e cultivadas no Centro-Sul do País.
Com base nos trabalhos desenvolvidos nos dois últimos anos, os pesquisadores da RIDESA chegaram a cinco clones que são potenciais liberações da instituição: RB 975201; RB 975952; RB 985476; RB 975157; e RB 975242.
“São cinco clones, sendo que os três primeiros, em função do que vimos nos últimos anos, vamos liberar em breve ao setor porque acreditamos muito nesses materiais, com condições de ocuparem nichos importantes, sempre de acordo com o planejamento das unidades e dos produtores”, afirma o engenheiro agrônomo Antônio Ribeiro, pesquisador da Estação Experimental de Valparaíso da RIDESA/UFSCAR. Já os clones 5157 e 5242, segundo ele, têm potencial enorme, mas requerem que se continue a multiplicação em busca de resultados ainda melhores.
Ele apresentou os materiais durante o 7º Encontro de Variedades do Grupo IDEA, em Ribeirão Preto. “Esses três materiais serão liberados ano que vem e vão contribuir muito com o setor”, afirmou Ribeiro.
Conheça melhor os três materiais que serão lançados ano que vem pela RIDESA:
RB 975201
Segundo o pesquisador da RIDESA, essa variedade  não floresce e não choca. “Em 2011, que foi muito favorável a florescimento e chochamento, não floresceu e nem chochou, assim como nesse ano.” Os ambientes de produção recomendados são A, B e C, principalmente com colheita em meio de safra. “Podemos testar esse material em ambiente mais favorável para o final de safra, já no meio de safra parece boa opção testar o material em ambiente mais restritivo. Esse material poderá ser colhido até o final de safra.”
Quanto a doenças, essa variedade se apresenta muito resistente. “Já são 16 anos de trabalho com esse material e nesse período não vimos a incidência de doenças. Não tem relato de problema desse tipo.”
Ribeiro também destaca outras características, como uniformidade de colmos, perfilhamento excelente e diâmetro intermediário. “Esse material tem tudo para ir bem em plantio e em colheita mecanizados. E esse bom desempenho tem se confirmado  em diferentes áreas”. Exemplo foi verificado na região de Guaíra, onde foi realizada colheita mecanizada em sexto corte, com excelente brotação e perfilhamento, além de boa produtividade. Segundo Ribeiro, a 5201 também apresenta velocidade de crescimento “fantástica”. Para ele, é um material rico como a 7515.
975952
“Há tempo que procurávamos material tão precoce; chega a ser mais precoce que a 5156 em algumas condições”, afirma Antonio Ribeiro sobre a 5952. Segundo ele, a variedade apresenta difícil florescimento e chochamento ausente. “Sobre ambiente de produção, acreditamos em ambientes favoráveis a intermediários, e com teste em ambiente desfavoráveis, como D.” Melhor época de colheita entre abril e maio. Trata-se de um clone de sanidade excelente. “Até hoje nunca foi observada nenhuma doença.” O material possui boa uniformidade de colmos, atinge boa altura, tem excelente perfilhamento e propicia ótima produção em colheita mecanizada.
985476
Essa variedade apresenta florescimento eventual, pequena incidência de chochamento, e é recomendada para ambientes  A, B e C, embora possa ser testada em ambientes D. Tem bom resultado em plantio mecanizado e deve ser colhida de junho a setembro. “Também não vimos nada de doenças nesse material.”
Segundo Antonio Ribeiro, pelas características que apresenta, essa variedade tem potencial para ocupar áreas hoje ocupadas pela 3250. “Ao falar sobre curva de maturação, a partir do desempenho registrado, por exemplo, na experimentação feita na Usina Monte Verde, verificamos os principais padrões da 7515 e da 3250.”
A previsão é de lançamento desses três materiais RB em 2014. Mas até que isso ocorra, segundo Ribeiro, ainda acontecerão várias reuniões com usinas, para que sejam definidas as datas de liberação dessas variedades. “É esse trabalho de parceria junto às usinas o grande sucesso das variedades RB”, conclui.