RIDESA e Biosev formam parceria para impulsionar melhoramento genético de cana-de-açúcar no Nordeste

14/06/2016 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 121
A escolha das variedades que formarão os canaviais tem influência direta sobre a rentabilidade e a produtividade das lavouras. Devido a este fator, a busca por cultivares mais adaptadas às condições de solo e clima de cada região, à incidência de pragas e doenças e ao sistema de colheita vem se intensificando e os institutos de pesquisas contam cada vez mais com o engajamento da iniciativa privada em seus programas de melhoramento genético.
Prova disso é a parceria firmada, recentemente, entre a Biosev e a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) para a realização de pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar recomendadas para o Nordeste, com a implantação de um projeto instalado na unidade da Biosev em Arez, no Rio Grande do Norte, a usina Estivas.
Denominado Núcleo Experimental, o projeto tem diversas etapas e foi iniciado com o plantio de 25 mil seedlings (plantas oriundas de hibridação, que é o cruzamento entre genótipos com características desejáveis) em uma área inicial de dois hectares. No local, será feita a seleção de clones na fase inicial, o que possibilita a identificação e seleção de materiais genéticos mais adaptados às condições de clima e solo da região.
“O incremento de novas variedades é um dos fatores que mais contribui para o aumento de produtividade e sustentação do potencial produtivo da cultura, e é esse um dos nossos objetivos com o projeto”, afirma Ricardo Lopes, diretor Agrícola da Biosev.
O desenvolvimento dos clones será realizado a partir da análise de uma série de critérios, como altura, número de colmos, diâmetro, ausência de variações somaclonais, qualidade, produtividade, florescimento, entre outros.
“O plantio dos seedlings foi feito em fevereiro deste ano, e a primeira introdução será realizada em 2018, ou seja, na socaria. Anualmente, serão introduzidos na unidade novos seedlings oriundos de cruzamentos realizados nas estações de melhoramento da RIDESA”, explica Lopes.
Segundo o executivo, a escolha da unidade de Estivas para a implantação do Núcleo Experimental foi feita porque a usina reúne algumas condições que dificultam a produção de cana, tem déficit hídrico em maior parte do ano e solo com baixos teores de argila.
“A ideia do melhoramento genético é encontrar uma variedade adaptada às condições da unidade que entregue uma produtividade melhor do que as variedades plantadas atualmente. O objetivo é fazer um laboratório na unidade e ampliar, se possível, para as demais regiões em que a empresa atua”, explica.
A unidade de Estivas tem uma área de 26.174,30 ha e forma o Polo Agroindustrial do Nordeste da Biosev junto à unidade Giasa, localizada em Pedras de Fogo, na Paraíba. Ao todo, somando as duas unidades, a Biosev tem uma área de 36.488,75 ha no Nordeste.
“Apesar da queda no setor sucroalcooleiro, devido à seca no último ano, para a safra 2016/17, as perspectivas são de crescimento, de um modo geral. Além do nível maior de chuvas, também haverá a adoção de técnicas e insumos que aumentam a produção, como a adubação foliar e maturadores”, afirma Lopes, dizendo que as unidades do Nordeste contam ainda com irrigação por gotejamento, implantada em aproximadamente 250 hectares, área que deve ser ampliada nos próximos anos.
 A expectativa de moagem das 11 unidades da empresa para a safra atual fica entre 30,5 e 33 milhões de toneladas de cana-de-açúcar; o ATR Cana entre 129kg/ton e 133 kg/ton e o ATR Total entre 3,93 milhões de toneladas e 4,46 milhões de toneladas.
Parceria é coordenada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
“A RIDESA é formada por dez universidades federais (UFRPE, UFPR, UFSCar, UFV, UFRRJ, UFS, UFAL, UFPI, UFMT e UFG) e cada instituição, em seus estados respectivos, faz parcerias público-privadas com empresas, desenvolvendo um trabalho de pesquisas e melhoramento genético de variedades RB, e é feito o intercâmbio dos melhores clones entre as universidades, buscando, assim, a melhor cultivar entre eles”, disse Djalma Euzébio Simões Neto, coordenador do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar) da RIDESA na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), parceira da Biosev no projeto da Estiva.
A UFRPE administra a EECAC (Estação Experimental de Cana-de-Açúcar de Carpina), onde são produzidos, anualmente, 400 mil seedlings individualizados e cerca de 1.5 milhão em canteiros. “Esse material vem das estações experimentais de cruzamento da RIDESA e é distribuído para as usinas para ser cultivado e depois, é feito a seleção da melhor variedade para a região”, explica Simões Neto, que também é presidente da STAB Setentrional, contando que, com o projeto, a unidade da Biosev passará a receber uma quantidade maior de seedlings.
Atualmente, o acervo varietal da Rede conta com 94 variedades, com aptidões de cultivo para diferentes regiões do país, sendo que 16 delas foram liberadas pela UFRPE. As variedades RB ocupam 68% dos canaviais brasileiros e em alguns estados, como o Paraná, essa porcentagem passa de 80%. “A RB 867515 é a mais plantada do Brasil, sendo que, no Nordeste, a RB92579 é mais frequente”, diz o presidente, afirmando que a procura por um material que vá superar estes que estão sendo plantados pelas empresas da região é frequente.
“É um trabalho permanente e constante que só é possível de ser feito devido às parcerias com as empresas e usinas. Neste aspecto, a Biosev, através das unidades daqui, está dando mais apoio ainda para a gente neste trabalho, acreditando que, com o passar dos anos, possamos ter um material genético bem desenvolvido e bom para a área deles”, argumentou, pontuando que a região da unidade da usina tem solos pobres e o índice de chuvas, além de ser baixo, é concentrado em poucos meses, “mas a topografia local é favorável, pois é plana, possibilitando o plantio e colheita mecanizada”.
ProRenova terá R$ 1,5 bilhão para incentivar difusão de novas variedades de cana
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) reeditou o BNDES ProRenova (Programa BNDES de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais) e divulgou, no dia 18 de maio, as novas condições para a edição 2016, que terá destaque para o incentivo à maior utilização de novas variedades de cana-de-açúcar, cujo potencial de produtividade será maior.
De acordo com as novas regras, o limite de financiamento por grupo econômico foi mantido em até R$ 150 milhões, sendo que os recursos baseados na (TJLP) Taxa de Juros de Longo Prazo (7,5% ao ano), antes limitados a R$ 20 milhões, foram ampliados para até 70% do valor financiado. O restante do empréstimo fica referenciado em Selic (14,25% ao ano).
As demais condições financeiras incluem remuneração básica de 1,5% ao ano para o BNDES; taxa de intermediação financeira de 0,1% ao ano para empresas de pequeno porte, 0,5% ao ano para a de maior porte e remuneração da instituição financeira credenciada negociada entre o beneficiário e a instituição financeira credenciada.
Segundo o BNDES, somente poderão ser financiados no âmbito do programa os projetos de plantio de cana-de-açúcar realizados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2016. Entretanto, todos os gastos para a preparação do plantio que tenham sido feitos a partir de 1º de julho de 2015 poderão ser reembolsados no contexto do ProRenova.
 
O prazo para protocolo das solicitações de financiamento encerra-se em 31 de dezembro próximo.
A escolha das variedades que formarão os canaviais tem influência direta sobre a rentabilidade e a produtividade das lavouras. Devido a este fator, a busca por cultivares mais adaptadas às condições de solo e clima de cada região, à incidência de pragas e doenças e ao sistema de colheita vem se intensificando e os institutos de pesquisas contam cada vez mais com o engajamento da iniciativa privada em seus programas de melhoramento genético.

 
Prova disso é a parceria firmada, recentemente, entre a Biosev e a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) para a realização de pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar recomendadas para o Nordeste, com a implantação de um projeto instalado na unidade da Biosev em Arez, no Rio Grande do Norte, a usina Estivas.

 
Denominado Núcleo Experimental, o projeto tem diversas etapas e foi iniciado com o plantio de 25 mil seedlings (plantas oriundas de hibridação, que é o cruzamento entre genótipos com características desejáveis) em uma área inicial de dois hectares. No local, será feita a seleção de clones na fase inicial, o que possibilita a identificação e seleção de materiais genéticos mais adaptados às condições de clima e solo da região.

 
“O incremento de novas variedades é um dos fatores que mais contribui para o aumento de produtividade e sustentação do potencial produtivo da cultura, e é esse um dos nossos objetivos com o projeto”, afirma Ricardo Lopes, diretor Agrícola da Biosev.

 
O desenvolvimento dos clones será realizado a partir da análise de uma série de critérios, como altura, número de colmos, diâmetro, ausência de variações somaclonais, qualidade, produtividade, florescimento, entre outros.

 
“O plantio dos seedlings foi feito em fevereiro deste ano, e a primeira introdução será realizada em 2018, ou seja, na socaria. Anualmente, serão introduzidos na unidade novos seedlings oriundos de cruzamentos realizados nas estações de melhoramento da RIDESA”, explica Lopes.

 
Segundo o executivo, a escolha da unidade de Estivas para a implantação do Núcleo Experimental foi feita porque a usina reúne algumas condições que dificultam a produção de cana, tem déficit hídrico em maior parte do ano e solo com baixos teores de argila.

 
“A ideia do melhoramento genético é encontrar uma variedade adaptada às condições da unidade que entregue uma produtividade melhor do que as variedades plantadas atualmente. O objetivo é fazer um laboratório na unidade e ampliar, se possível, para as demais regiões em que a empresa atua”, explica.

 
A unidade de Estivas tem uma área de 26.174,30 ha e forma o Polo Agroindustrial do Nordeste da Biosev junto à unidade Giasa, localizada em Pedras de Fogo, na Paraíba. Ao todo, somando as duas unidades, a Biosev tem uma área de 36.488,75 ha no Nordeste.

 
“Apesar da queda no setor sucroalcooleiro, devido à seca no último ano, para a safra 2016/17, as perspectivas são de crescimento, de um modo geral. Além do nível maior de chuvas, também haverá a adoção de técnicas e insumos que aumentam a produção, como a adubação foliar e maturadores”, afirma Lopes, dizendo que as unidades do Nordeste contam ainda com irrigação por gotejamento, implantada em aproximadamente 250 hectares, área que deve ser ampliada nos próximos anos.

 
A expectativa de moagem das 11 unidades da empresa para a safra atual fica entre 30,5 e 33 milhões de toneladas de cana-de-açúcar; o ATR Cana entre 129kg/ton e 133 kg/ton e o ATR Total entre 3,93 milhões de toneladas e 4,46 milhões de toneladas.

 
Parceria é coordenada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

 
“A RIDESA é formada por dez universidades federais (UFRPE, UFPR, UFSCar, UFV, UFRRJ, UFS, UFAL, UFPI, UFMT e UFG) e cada instituição, em seus estados respectivos, faz parcerias público-privadas com empresas, desenvolvendo um trabalho de pesquisas e melhoramento genético de variedades RB, e é feito o intercâmbio dos melhores clones entre as universidades, buscando, assim, a melhor cultivar entre eles”, disse Djalma Euzébio Simões Neto, coordenador do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar) da RIDESA na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), parceira da Biosev no projeto da Estiva.

 
A UFRPE administra a EECAC (Estação Experimental de Cana-de-Açúcar de Carpina), onde são produzidos, anualmente, 400 mil seedlings individualizados e cerca de 1.5 milhão em canteiros. “Esse material vem das estações experimentais de cruzamento da RIDESA e é distribuído para as usinas para ser cultivado e depois, é feito a seleção da melhor variedade para a região”, explica Simões Neto, que também é presidente da STAB Setentrional, contando que, com o projeto, a unidade da Biosev passará a receber uma quantidade maior de seedlings.

 
Atualmente, o acervo varietal da Rede conta com 94 variedades, com aptidões de cultivo para diferentes regiões do país, sendo que 16 delas foram liberadas pela UFRPE. As variedades RB ocupam 68% dos canaviais brasileiros e em alguns estados, como o Paraná, essa porcentagem passa de 80%. “A RB 867515 é a mais plantada do Brasil, sendo que, no Nordeste, a RB92579 é mais frequente”, diz o presidente, afirmando que a procura por um material que vá superar estes que estão sendo plantados pelas empresas da região é frequente.

 
“É um trabalho permanente e constante que só é possível de ser feito devido às parcerias com as empresas e usinas. Neste aspecto, a Biosev, através das unidades daqui, está dando mais apoio ainda para a gente neste trabalho, acreditando que, com o passar dos anos, possamos ter um material genético bem desenvolvido e bom para a área deles”, argumentou, pontuando que a região da unidade da usina tem solos pobres e o índice de chuvas, além de ser baixo, é concentrado em poucos meses, “mas a topografia local é favorável, pois é plana, possibilitando o plantio e colheita mecanizada”.

ProRenova terá R$ 1,5 bilhão para incentivar difusão de novas variedades de cana

 
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) reeditou o BNDES ProRenova (Programa BNDES de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais) e divulgou, no dia 18 de maio, as novas condições para a edição 2016, que terá destaque para o incentivo à maior utilização de novas variedades de cana-de-açúcar, cujo potencial de produtividade será maior.

 
De acordo com as novas regras, o limite de financiamento por grupo econômico foi mantido em até R$ 150 milhões, sendo que os recursos baseados na (TJLP) Taxa de Juros de Longo Prazo (7,5% ao ano), antes limitados a R$ 20 milhões, foram ampliados para até 70% do valor financiado. O restante do empréstimo fica referenciado em Selic (14,25% ao ano).

 
As demais condições financeiras incluem remuneração básica de 1,5% ao ano para o BNDES; taxa de intermediação financeira de 0,1% ao ano para empresas de pequeno porte, 0,5% ao ano para a de maior porte e remuneração da instituição financeira credenciada negociada entre o beneficiário e a instituição financeira credenciada.

 
Segundo o BNDES, somente poderão ser financiados no âmbito do programa os projetos de plantio de cana-de-açúcar realizados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2016. Entretanto, todos os gastos para a preparação do plantio que tenham sido feitos a partir de 1º de julho de 2015 poderão ser reembolsados no contexto do ProRenova.
 
O prazo para protocolo das solicitações de financiamento encerra-se em 31 de dezembro próximo.