Ritmo de moagem de cana no Centro-Sul é maior nesta safra

19/06/2013 Cana-de-Açúcar POR: Valor Econômico
O ritmo de moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, responsável por cerca de 70% da safra nacional, está mais intenso nesta temporada (2013/14) ante o ciclo anterior, segundo a consultoria Datagro.
Desde o início da safra, no fim de março, até 1º de junho, o processamento de cana na região totalizou 116,1 milhões de toneladas ante 70,8 milhões no mesmo período da temporada passada (2012/13).
Segundo Plinio Nastari, presidente da Datagro, o setor está com uma quinzena de moagem adiantada, o que vai diminuir o volume de cana a ser moído no fim do ciclo, cujo rendimento é menor. Com menos cana para ser processada no fim do ano, os níveis de ATR (Açúcar Total Recuperável) da planta ficam elevados, diz. 
Além do melhor rendimento industrial, a produtividade agrícola aumentou com clima favorável, com chuvas na medida certa. No Estado de São Paulo, por exemplo, em abril e maio, o rendimento no campo foi 13,8% maior nesta temporada 2013/14 (85,4 toneladas de cana por hectare) ante o mesmo período do ciclo anterior (2012/13).
Por outro lado, aumentou a infestação de pragas, como a cigarrinha e a broca, que passou de 3,8% para 4% no último mês.
Por enquanto, a consultoria não revisou os números da moagem desta safra, estimados em 584,5 milhões de toneladas no Centro-Sul e 50,5 milhões de toneladas no Nordeste.
As usinas sucroalcooleiras devem ampliar em dois pontos percentuais, para 52,6%, a fatia da produção de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol na safra 2013/14. Com isso, o percentual da safra destinada à fabricação de açúcar deve cair para 47,4%.
Segundo a Datagro, a mudança reflete a maior remuneração do biocombustível. Atualmente, o preço do açúcar oscila em torno de 16,70 centavos de dólar por libra-peso no mercado internacional, enquanto o etanol anidro (misturado à gasolina) chega a valer o equivalente a 20,17 centavos de dólar (R$ 1727 por metro cúbico) no Recife (PE), afirma Nastari.
Os preços do biocombustível estão mais altos no Nordeste em função da seca, que afetou a produtividade dos canaviais na região. Com isso, a região deve importar cada vez mais biocombustível da região Centro-Sul e mesmo dos Estados Unidos, embora o câmbio desvalorizado torne o produto nacional mais competitivo.
Um levantamento realizado no início desta semana pela consultoria mostrou que 62% dos postos de combustível de SãoPaulo indicam um aumento de saída de etanolhidratado (utilizado diretamente nas bombas) em relação à gasolina. Mas os números só devem aparecer nas estatísticas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) "daqui a dois, três meses", conforme Nastari.
De acordo com a Datagro, o aumento do consumo de etanol hidratado se deve à transferência para o consumidor da redução dos preços ao produtor. Segundo a consultoria, de fevereiro a junho, as cotações do hidratado ao produtor recuaram 13,3% diante do grande volume de cana a ser processada nesta safra 2013. Já os preços do mesmo produto ao consumidor caíram 4,26%, na mesma base de comparação.
Carine Ferreira
O ritmo de moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, responsável por cerca de 70% da safra nacional, está mais intenso nesta temporada (2013/14) ante o ciclo anterior, segundo a consultoria Datagro.
Desde o início da safra, no fim de março, até 1º de junho, o processamento de cana na região totalizou 116,1 milhões de toneladas ante 70,8 milhões no mesmo período da temporada passada (2012/13).
Segundo Plinio Nastari, presidente da Datagro, o setor está com uma quinzena de moagem adiantada, o que vai diminuir o volume de cana a ser moído no fim do ciclo, cujo rendimento é menor. Com menos cana para ser processada no fim do ano, os níveis de ATR (Açúcar Total Recuperável) da planta ficam elevados, diz. 
Além do melhor rendimento industrial, a produtividade agrícola aumentou com clima favorável, com chuvas na medida certa. No Estado de São Paulo, por exemplo, em abril e maio, o rendimento no campo foi 13,8% maior nesta temporada 2013/14 (85,4 toneladas de cana por hectare) ante o mesmo período do ciclo anterior (2012/13).
Por outro lado, aumentou a infestação de pragas, como a cigarrinha e a broca, que passou de 3,8% para 4% no último mês.
Por enquanto, a consultoria não revisou os números da moagem desta safra, estimados em 584,5 milhões de toneladas no Centro-Sul e 50,5 milhões de toneladas no Nordeste.
As usinas sucroalcooleiras devem ampliar em dois pontos percentuais, para 52,6%, a fatia da produção de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol na safra 2013/14. Com isso, o percentual da safra destinada à fabricação de açúcar deve cair para 47,4%.
Segundo a Datagro, a mudança reflete a maior remuneração do biocombustível. Atualmente, o preço do açúcar oscila em torno de 16,70 centavos de dólar por libra-peso no mercado internacional, enquanto o etanol anidro (misturado à gasolina) chega a valer o equivalente a 20,17 centavos de dólar (R$ 1727 por metro cúbico) no Recife (PE), afirma Nastari.
Os preços do biocombustível estão mais altos no Nordeste em função da seca, que afetou a produtividade dos canaviais na região. Com isso, a região deve importar cada vez mais biocombustível da região Centro-Sul e mesmo dos Estados Unidos, embora o câmbio desvalorizado torne o produto nacional mais competitivo.
Um levantamento realizado no início desta semana pela consultoria mostrou que 62% dos postos de combustível de SãoPaulo indicam um aumento de saída de etanolhidratado (utilizado diretamente nas bombas) em relação à gasolina. Mas os números só devem aparecer nas estatísticas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) "daqui a dois, três meses", conforme Nastari.
De acordo com a Datagro, o aumento do consumo de etanol hidratado se deve à transferência para o consumidor da redução dos preços ao produtor. Segundo a consultoria, de fevereiro a junho, as cotações do hidratado ao produtor recuaram 13,3% diante do grande volume de cana a ser processada nesta safra 2013. Já os preços do mesmo produto ao consumidor caíram 4,26%, na mesma base de comparação.
Carine Ferreira