Safra de cana 14/15 do Brasil será de 590 mi t, prevê Archer Consulting

11/03/2014 Cana-de-Açúcar POR: Reportagem de Reese Ewing
A safra de cana 2014/15 do Brasil, prestes a começar, deve recuar 1 por cento ante a temporada atual, para 590 milhões de toneladas, e produzir 33 milhões de toneladas de açúcar, segundo números divulgados nesta segunda-feira pela Archer Consulting.
 
Para o etanol, a consultoria apontou um volume de cerca de 26 bilhões de litros para 14/15, contra uma projeção da indústria de 25,5 bilhões de litros para a atual temporada.
 
A moagem de cana do centro-sul do Brasil atingiu 596 milhões de toneladas na atual safra, que termina oficialmente no final de março, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
 
A Archer não forneceu estimativa prévia para comparação.
 
Esta é a primeira estimativa da Archer para a nova temporada, que ressaltou que o etanol deve ter grande importância no portfólio das usinas no próximo ciclo se o retorno médio registrado no último ano for a referência do mercado.
 
"A queda em volume na projeção de cana é devido à falta de chuva na região produtora, que decisivamente afeta a oferta da matéria-prima", disse o diretor da Archer, Arnaldo Luiz Correa, em relatório semanal enviado por e-mail.
 
O centro-sul do Brasil sofreu com seca atípica que durou seis semanas entre janeiro e fevereiro, no pico da temporada chuvosa, o que afeta as produtividades na região que responde por 90 por cento da produção de cana do país.
 
Correa disse que provavelmente os planos de produção devem incluir uma redução na produção de açúcar, o que deve dar suporte aos preços futuros internacionais do adoçante. A região produziu 34,3 milhões de toneladas de açúcar nesta temporada, disse a Unica.
 
Segundo a Archer, os retornos oriundos da produção do etanol anidro, que é misturado à gasolina, foram melhores que aqueles da produção de açúcar.
 
O diretor estimou ainda que 46,5 por cento da produção de açúcar prevista já foi vendida para entrega futura a um preço médio de 17,33 centavos de dólar por libra-peso.
 
Uma mudança repentina no enfraquecimento do real contra o dólar, entretanto, poderia muda este cenário, ponderou, acrescentando que seria muito custoso tomar uma posição vendida neste mercado sem produto físico para cobrir.