O bom resultado da safra de cana-de-açúcar e a adoção de novas estratégias de estocagem de etanol ajudam o governo a empurrar um pouco mais para o fim do ano o reajuste da gasolina, uma vez que a maior oferta do biocombustível reduz a necessidade de importação do derivado de petróleo. O percentual de gasolina importada à venda no mercado nacional despencou de 22% no início do ano para 3,9% em junho, segundo o Ministério de Minas e Energia, e deve ter chegado a quase zero em julho. Isso ocorreu principalmente porque há mais oferta de etanol.
A principal pressão para o aumento da gasolina vem da necessidade de importação para suprir a escassez de oferta interna. Essa gasolina é importada por valor que segue a variação do barril de petróleo no exterior, mas é vendida nas refinarias com preço controlado. Quem paga essa defasagem — que já está entre 25% e 30% — é a Petrobras, que cobra do governo o reajuste no preço do combustível para aliviar o seu caixa.
Preço do açúcar está em queda
A expectativa inicial do governo era de um crescimento de 11% na safra de etanol este ano, mas essa previsão acaba de ser revista para até 20%, principalmente diante do sucesso da colheita no Centro-Oeste. Além dos efeitos da supersafra, o etanol tem sido beneficiado por conta do baixo valor hoje pago no comércio internacional pelo açúcar, o que estimula os usineiros a produzirem mais combustível. Nas últimas três safras, a parcela de cana destinada ao etanol vinha caindo e, na safra 2012/2013, chegou a ser só 50,46% da produção. Mas, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açucar (Unica), na safra atual o etanol deve consumir 57,10% da produção de cana-de-açúcar.
Para o diretor técnico da Unica Antônio de Padua Rodrigues, o incremento na produção decana desta safra em cerca de 60 milhões de toneladas será destinado totalmente aoetanol. Parte dessa alta será para atender ao aumento da fatia do etanol na própria mistura da gasolina. A mistura foi ampliada de 20% para 25% em maio, o que demanda 2,3 bilhões de litros por safra.
— Não vai haver necessidade de incremento da oferta de gasolina, porque toda a demanda a mais neste ano vai ser suprida pelo etanol, tanto na mistura como na bomba. Isso é bom para o ambiente, para o consumidor e para a Petrobras — disse Rodrigues.
Danilo Fariello
O bom resultado da safra de cana-de-açúcar e a adoção de novas estratégias de estocagem de etanol ajudam o governo a empurrar um pouco mais para o fim do ano o reajuste da gasolina, uma vez que a maior oferta do biocombustível reduz a necessidade de importação do derivado de petróleo. O percentual de gasolina importada à venda no mercado nacional despencou de 22% no início do ano para 3,9% em junho, segundo o Ministério de Minas e Energia, e deve ter chegado a quase zero em julho. Isso ocorreu principalmente porque há mais oferta de etanol.
A principal pressão para o aumento da gasolina vem da necessidade de importação para suprir a escassez de oferta interna. Essa gasolina é importada por valor que segue a variação do barril de petróleo no exterior, mas é vendida nas refinarias com preço controlado. Quem paga essa defasagem — que já está entre 25% e 30% — é a Petrobras, que cobra do governo o reajuste no preço do combustível para aliviar o seu caixa.
Preço do açúcar está em queda
A expectativa inicial do governo era de um crescimento de 11% na safra de etanol este ano, mas essa previsão acaba de ser revista para até 20%, principalmente diante do sucesso da colheita no Centro-Oeste. Além dos efeitos da supersafra, o etanol tem sido beneficiado por conta do baixo valor hoje pago no comércio internacional pelo açúcar, o que estimula os usineiros a produzirem mais combustível. Nas últimas três safras, a parcela de cana destinada ao etanol vinha caindo e, na safra 2012/2013, chegou a ser só 50,46% da produção. Mas, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açucar (Unica), na safra atual o etanol deve consumir 57,10% da produção de cana-de-açúcar.
Para o diretor técnico da Unica Antônio de Padua Rodrigues, o incremento na produção decana desta safra em cerca de 60 milhões de toneladas será destinado totalmente aoetanol. Parte dessa alta será para atender ao aumento da fatia do etanol na própria mistura da gasolina. A mistura foi ampliada de 20% para 25% em maio, o que demanda 2,3 bilhões de litros por safra.
— Não vai haver necessidade de incremento da oferta de gasolina, porque toda a demanda a mais neste ano vai ser suprida pelo etanol, tanto na mistura como na bomba. Isso é bom para o ambiente, para o consumidor e para a Petrobras — disse Rodrigues.
Danilo Fariello