Financiamentos do BNDES para aquisição de equipamentos agrícolas sobem 161% de janeiro a abril; para caminhões, alta foi de 58%.
Graças à safra recorde deste ano, à necessidade de mecanizar lavouras para ganhar produtividade e o baixo custo de financiamento, o BNDES emprestou um valor recorde para compra de caminhões e equipamentos agrícolas de janeiro a abril deste ano, em mais um sinal da retomada dos investimentos na economia em 2013.
Mais capitalizados diante do altos preços dos grãos no mercado externo e estimulados pelas taxas do banco subsidiadas pelo Tesouro (apenas 3% ao ano, quase metade da inflação de 5,8% prevista para 2013), produtores agrícolas obtiveram a cifra recorde R$ 4,4 bilhões em financiamento para compra de tratores, colheitadeiras e outras máquinas.
Trata-se de uma alta 161% em relação ao primeiro quadrimestre de 2012.
À Folha, Claudio Bernardo de Moraes, superintendente de Operações Indiretas do BNDES, previu empréstimos de até R$ 15 bilhões para a compra de máquinas agrícolas neste ano e vê um segundo semestre positivo para o agronegócio. "A safra é recorde e os preços subiram com a seca nos EUA [maior produtor mundial]."
O câmbio ajudou, diz, já que o produtor plantou com o dólar baixo em 2012 e colheu com o dólar em alta, recebendo mais pelos produtos exportados. "Há muito tempo não havia uma conjuntura tão favorável", disse.
A necessidade de escoar o volume recorde de produção impulsionou o financiamento de caminhões, que cresceu 58% no primeiro quadrimestre, para R$ 8,7 bilhões.
O agronegócio é o maior gerador de divisas do país e especialistas estimam que seu impacto no PIB (considerando a infraestrutura de transporte e a agroindústria) chegue a 20%.
A agropecuária cresceu 17% no primeiro trimestre ante igual período de 2012 na esteira da safra recorde, muito acima do PIB (1,9%).
As aprovações de novos empréstimos também avançaram de janeiro a abril --33% para caminhões e 107% para máquinas agrícolas. Isso, diz Moraes, sustenta a projeção de crescimento do investimento no segundo semestre e de mais liberações de recursos para esses dois segmentos.
O investimento em unidades da agroindústria também cresceu --12% de janeiro a abril, segundo o BNDES.
Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), diz que o setor investiu mais para processar a safra recorde e que a mecanização crescente assegura um aumento da produção nos próximos anos a custos mais baixos.
César de Castro Neves, analista da MB Agro, reconhece que a linha de crédito do BNDES deu impulso ao investimento, mas o "bom momento" dependerá da nova safra dos EUA --no caso de recuperação, os preços caem.
Os custos também aumentaram, sobretudo com fretes. "Mesmo setores que não vivem um bom momento tiveram de investir em mecanização das lavouras porque, com os gargalos de logística no Brasil, é a única forma de manter a competitividade." (Folha de S.Paulo, 15/6/13)
Fundos ampliam compra de soja
Os fundos que aplicam nos mercados futuros de commodities dos Estados Unidos ampliaram pela quinta semana consecutiva sua aposta na alta dos preços da soja na bolsa de Chicago.
De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), no dia 11 os investidores institucionais detinham uma posição líquida de compra 153,43 mil contratos, a maior desde 6 de novembro do ano passado. Na semana anterior, o saldo era de 141,17 mil contratos.
O número corresponde à diferença entre o número de posições compradas (com as quais os fundos tentam lucrar com a alta dos preços) e o de posições vendidas (com os quais tentam ganhar com a queda). Desde o início de maio, quando os fundos começaram a ampliar sua aposta altista, a soja subiu mais de 8,5% na bolsa de Chicago.
Segundo Stefan Tomkiw, analista da corretora Jefferies Bache, em Nova York, o movimento é influenciado por fatores sazonais. Tradicionalmente, os preços da commodity tendem a subir e a ficar mais voláteis nesta época do ano, quando as especulações em relação ao tamanho da safra nos Estados Unidos ganham força.
Com os estoques mundiais em níveis historicamente baixos, os fundos sabem que um problema climático no cinturão agrícola americano nos próximos dois meses pode fazer com que as cotações disparem, razão pela qual ampliam sua posição comprada.
Em contrapartida, os investidores parecem bem menos otimistas em relação ao milho - commodity agrícola com maior liquidez nos mercados futuros. Na última semana, eles reduziram - de 90,9 mil para 82,5 mil contratos - sua posição líquida de compra no grão.
O comportamento reflete as perspectivas menos promissoras em relação aos preços para o segundo semestre. Apesar de todos os problemas durante o plantio da nova safra nos Estados Unidos, o mercado espera uma expressiva recomposição da oferta mundial na temporada 2013/14.
Em Nova York, a aposta na baixa é mais evidente. No mercado futuro de açúcar, os fundos encerraram a semana do dia 11 com uma posição líquida de venda de 88,14 mil contratos - a maior desde, pelo menos, 2006. Na semana passada, a commodity registrou as cotações mais baixas em quase três anos.
A tendência é explicada pelo excesso de oferta. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), o mercado global da commodity deve registrar o maior excedente de produção da história na temporada que termina em setembro.
O sentimento não é muito diferente no pregão do café da bolsa nova-iorquina. Os fundos fecharam a última semana com uma posição vendida de 24,34 mil contratos - a maior desde o início de abril -, reflexo dos grandes estoques globais e da fraca demanda pelo produto.
Financiamentos do BNDES para aquisição de equipamentos agrícolas sobem 161% de janeiro a abril; para caminhões, alta foi de 58%.
Graças à safra recorde deste ano, à necessidade de mecanizar lavouras para ganhar produtividade e o baixo custo de financiamento, o BNDES emprestou um valor recorde para compra de caminhões e equipamentos agrícolas de janeiro a abril deste ano, em mais um sinal da retomada dos investimentos na economia em 2013.
Mais capitalizados diante do altos preços dos grãos no mercado externo e estimulados pelas taxas do banco subsidiadas pelo Tesouro (apenas 3% ao ano, quase metade da inflação de 5,8% prevista para 2013), produtores agrícolas obtiveram a cifra recorde R$ 4,4 bilhões em financiamento para compra de tratores, colheitadeiras e outras máquinas.
Trata-se de uma alta 161% em relação ao primeiro quadrimestre de 2012.
À Folha, Claudio Bernardo de Moraes, superintendente de Operações Indiretas do BNDES, previu empréstimos de até R$ 15 bilhões para a compra de máquinas agrícolas neste ano e vê um segundo semestre positivo para o agronegócio. "A safra é recorde e os preços subiram com a seca nos EUA [maior produtor mundial]."
O câmbio ajudou, diz, já que o produtor plantou com o dólar baixo em 2012 e colheu com o dólar em alta, recebendo mais pelos produtos exportados. "Há muito tempo não havia uma conjuntura tão favorável", disse.
A necessidade de escoar o volume recorde de produção impulsionou o financiamento de caminhões, que cresceu 58% no primeiro quadrimestre, para R$ 8,7 bilhões.
O agronegócio é o maior gerador de divisas do país e especialistas estimam que seu impacto no PIB (considerando a infraestrutura de transporte e a agroindústria) chegue a 20%.
A agropecuária cresceu 17% no primeiro trimestre ante igual período de 2012 na esteira da safra recorde, muito acima do PIB (1,9%).
As aprovações de novos empréstimos também avançaram de janeiro a abril --33% para caminhões e 107% para máquinas agrícolas. Isso, diz Moraes, sustenta a projeção de crescimento do investimento no segundo semestre e de mais liberações de recursos para esses dois segmentos.
O investimento em unidades da agroindústria também cresceu --12% de janeiro a abril, segundo o BNDES.
Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), diz que o setor investiu mais para processar a safra recorde e que a mecanização crescente assegura um aumento da produção nos próximos anos a custos mais baixos.
César de Castro Neves, analista da MB Agro, reconhece que a linha de crédito do BNDES deu impulso ao investimento, mas o "bom momento" dependerá da nova safra dos EUA --no caso de recuperação, os preços caem.
Os custos também aumentaram, sobretudo com fretes. "Mesmo setores que não vivem um bom momento tiveram de investir em mecanização das lavouras porque, com os gargalos de logística no Brasil, é a única forma de manter a competitividade." (Folha de S.Paulo, 15/6/13)
Fundos ampliam compra de soja
Os fundos que aplicam nos mercados futuros de commodities dos Estados Unidos ampliaram pela quinta semana consecutiva sua aposta na alta dos preços da soja na bolsa de Chicago.
De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), no dia 11 os investidores institucionais detinham uma posição líquida de compra 153,43 mil contratos, a maior desde 6 de novembro do ano passado. Na semana anterior, o saldo era de 141,17 mil contratos.
O número corresponde à diferença entre o número de posições compradas (com as quais os fundos tentam lucrar com a alta dos preços) e o de posições vendidas (com os quais tentam ganhar com a queda). Desde o início de maio, quando os fundos começaram a ampliar sua aposta altista, a soja subiu mais de 8,5% na bolsa de Chicago.
Segundo Stefan Tomkiw, analista da corretora Jefferies Bache, em Nova York, o movimento é influenciado por fatores sazonais. Tradicionalmente, os preços da commodity tendem a subir e a ficar mais voláteis nesta época do ano, quando as especulações em relação ao tamanho da safra nos Estados Unidos ganham força.
Com os estoques mundiais em níveis historicamente baixos, os fundos sabem que um problema climático no cinturão agrícola americano nos próximos dois meses pode fazer com que as cotações disparem, razão pela qual ampliam sua posição comprada.
Em contrapartida, os investidores parecem bem menos otimistas em relação ao milho - commodity agrícola com maior liquidez nos mercados futuros. Na última semana, eles reduziram - de 90,9 mil para 82,5 mil contratos - sua posição líquida de compra no grão.
O comportamento reflete as perspectivas menos promissoras em relação aos preços para o segundo semestre. Apesar de todos os problemas durante o plantio da nova safra nos Estados Unidos, o mercado espera uma expressiva recomposição da oferta mundial na temporada 2013/14.
Em Nova York, a aposta na baixa é mais evidente. No mercado futuro de açúcar, os fundos encerraram a semana do dia 11 com uma posição líquida de venda de 88,14 mil contratos - a maior desde, pelo menos, 2006. Na semana passada, a commodity registrou as cotações mais baixas em quase três anos.
A tendência é explicada pelo excesso de oferta. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), o mercado global da commodity deve registrar o maior excedente de produção da história na temporada que termina em setembro.
O sentimento não é muito diferente no pregão do café da bolsa nova-iorquina. Os fundos fecharam a última semana com uma posição vendida de 24,34 mil contratos - a maior desde o início de abril -, reflexo dos grandes estoques globais e da fraca demanda pelo produto.