Safra 13/14: Novo ciclo já bateu recorde: tem a maior elevação anual da série

18/12/2013 Agronegócio
Insumos fazem o custo de produção pesar no bolso dos mato-grossenses
 
O aumento de 23% sobre o custo de produção desta safra de soja (2013/14), em relação ao último ciclo, foi a maior elevação da série histórica desde 2009 observada em Mato Grosso. Na lista dos itens que mais oneraram os produtores estão os insumos – sementes, fertilizantes, óleo diesel e defensivos - segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e dentro deste item, a sementes foi a vilã. Essa análise confirma o registro feito em campo pela expedição Circuito Tecnológico, caravana realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) no mês de outubro: o preço subiu, mas a majoração ao foi garantia de um produto de qualidade.
 
O custo das sementes foi o mais elevado, apresentando um aumento de 41,22%, segundo o Imea. Com isso vem a preocupação dos produtores, que apesar de estarem pagando mais caro pelos produtos, não têm garantia de qualidade. “Nem sempre o aumento do preço está atrelado a uma boa qualidade das sementes. Muitos produtores relataram problemas de germinação e vigor durante as visitas do Circuito”, explica o diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas.
 
Nesse foco, a qualidade fisiológica e sanitária das sementes utilizadas no Estado também foi um dos pontos observados pelo Circuito, com base nas coletas realizadas durante as duas semanas de visitas, nas quatro regiões do Estado. “Parte das amostras foi usadas em estudos internos e a outra compõe o material para uma pesquisa que versa sobre a qualidade sanitária de sementes realizada na Universidade Federal de Lavras (Ufla), de Minas Gerais”, lembra Ribas.
 
Outros dados são referentes aos fertilizantes, 70% dos produtores do Estado realizam análises de solo todos os anos e 80% fazem calagem nas áreas antigas com mais de cinco anos de cultivo, o que demonstra a preocupação com a qualidade da lavoura, no que diz respeito à nutrição da planta. Ainda, segundo os dados do Circuito, 73% das propriedades têm a presença de um técnico especializado para recomendações e acompanhamentos quanto à adubação.
 
Com relação à aplicação desses fertilizantes, os resultados são variados: 47% fazem no lanço, 20% no sulco e 33% das duas formas, no sulco e no lanço. A região norte é a que mais realiza aplicação no lanço, 64%, e na porção leste, 50% dos produtores usam as duas formas. Segundo os dados do Imea, os fertilizantes tiveram uma elevação nos preços de 20%, maior que da última safra, totalizando um custo de R$ 622,23/hectare.
 
ORIENTAÇÕES – A orientação da entidade é para que o produtor procure conhecer a qualidade das sementes e fertilizantes que está adquirindo. Isso ainda pode ser posto e prática para a safrinha que a soja já está 100% plantada.
 
No caso das sementes, a indicação é para que a compra seja feita em sementeiras de confiança, além de consultar os documentos que comprovem a qualidade como: Boletim de Análises de Sementes, Atestado de Origem Genética, Certificado de Sementes, ou Termo de Conformidade das Sementes.
 
Esses documentos transcrevem as informações dos resultados oficiais das análises das sementes, e se, ao consultar esses documentos, as informações referentes à germinação, pureza, material inerte e outras, apresentarem valores ruins na prática, o produtor poderá solicitar uma reanálise ou a troca do produto, prevenindo assim, maiores prejuízos.