A safra de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil começou oficialmente no dia 1º de abril, devendo se estender até final de novembro ou meados de dezembro deste ano. As perspectivas para esta nova temporada, no entanto, são de recuperação, principalmente, na área agrícola, que amargou nas últimas quatro safras, pelo menos, números de produtividade muito baixos, considerando a média histórica da região.
Fatores como a recuperação de canaviais, condições climáticas favoráveis e o retorno das boas práticas agronômicas são apontadas por especialistas como cruciais para esta recuperação. Para a professora da Unesp de Jaboticabal, Márcia Mutton, especialistas em cana-de-açúcar há mais de 30 anos, as condições climáticas deste início de ano podem ser consideradas boas, com a cana já experimentando o processo de maturação. "A partir de agora precisamos que haja uma redução no volume de chuvas, que foram importantes para o desenvolvimento vegetativo e, a partir de agora, que haja a maturação e acumule açúcares para que tenhamos uma boa safra", destacou a professora em entrevista à TV UDOP.
Segundo Márcia Mutton a tendência desta safra é para um aumento de até 5% na produtividade média por hectare de cana. "Nos últimos quatro anos a região Centro-Sul teve uma queda de produtividade, chegando a valores que a gente não tinha experimentado antes, considerados até bons para a região Nordeste, mas não para nós. Esse ano teremos uma recuperação, podendo chegar a 80 até 90 toneladas por hectare", disse.
Os resultados positivos, ainda de acordo com a professora da Unesp, são reflexo do resgate de uma situação que se agravou nos últimos anos. Márcia explica que além das condições climáticas desfavoráveis dos últimos anos também ocorreu um abandono do canavial, "então aquela situação de resgatar e recuperar uma porcentagem de cerca de 20% dos canaviais ao longo dos períodos, isso não aconteceu, o que fez com que houvesse um envelhecimento do canavial, e nós sofremos esse impacto".
A professora enumera ainda outros fatores que foram decisivos para a baixa produtividade das últimas safras, como a não realização de controle biológico de pragas, a não substituição de variedades nas áreas, como sugerido, e a introdução de um novo paradigma, com uma "nova cana" disponibilizada para a indústria, plantada, colhida e carregada mecanicamente, o que aumentou o envio de impurezas, principalmente vegetais, às usinas, o que atrapalha o processo de recuperação dos açúcares.
Sobre esta nova cana a professora Márcia defende que hajam mais pesquisas voltadas para o manejo destas variedades. "Precisamos de ajustes de máquinas e procedimentos, retorno de boas práticas de plantio, de colheita, enfim, são tecnologias que estão aí para serem otimizadas, mas que precisam ser colocadas em prática e melhoradas", finaliza.
Rogério Mian
A safra de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil começou oficialmente no dia 1º de abril, devendo se estender até final de novembro ou meados de dezembro deste ano. As perspectivas para esta nova temporada, no entanto, são de recuperação, principalmente, na área agrícola, que amargou nas últimas quatro safras, pelo menos, números de produtividade muito baixos, considerando a média histórica da região.
Fatores como a recuperação de canaviais, condições climáticas favoráveis e o retorno das boas práticas agronômicas são apontadas por especialistas como cruciais para esta recuperação. Para a professora da Unesp de Jaboticabal, Márcia Mutton, especialistas em cana-de-açúcar há mais de 30 anos, as condições climáticas deste início de ano podem ser consideradas boas, com a cana já experimentando o processo de maturação. "A partir de agora precisamos que haja uma redução no volume de chuvas, que foram importantes para o desenvolvimento vegetativo e, a partir de agora, que haja a maturação e acumule açúcares para que tenhamos uma boa safra", destacou a professora em entrevista à TV UDOP.
Segundo Márcia Mutton a tendência desta safra é para um aumento de até 5% na produtividade média por hectare de cana. "Nos últimos quatro anos a região Centro-Sul teve uma queda de produtividade, chegando a valores que a gente não tinha experimentado antes, considerados até bons para a região Nordeste, mas não para nós. Esse ano teremos uma recuperação, podendo chegar a 80 até 90 toneladas por hectare", disse.
Os resultados positivos, ainda de acordo com a professora da Unesp, são reflexo do resgate de uma situação que se agravou nos últimos anos. Márcia explica que além das condições climáticas desfavoráveis dos últimos anos também ocorreu um abandono do canavial, "então aquela situação de resgatar e recuperar uma porcentagem de cerca de 20% dos canaviais ao longo dos períodos, isso não aconteceu, o que fez com que houvesse um envelhecimento do canavial, e nós sofremos esse impacto".
A professora enumera ainda outros fatores que foram decisivos para a baixa produtividade das últimas safras, como a não realização de controle biológico de pragas, a não substituição de variedades nas áreas, como sugerido, e a introdução de um novo paradigma, com uma "nova cana" disponibilizada para a indústria, plantada, colhida e carregada mecanicamente, o que aumentou o envio de impurezas, principalmente vegetais, às usinas, o que atrapalha o processo de recuperação dos açúcares.
Sobre esta nova cana a professora Márcia defende que hajam mais pesquisas voltadas para o manejo destas variedades. "Precisamos de ajustes de máquinas e procedimentos, retorno de boas práticas de plantio, de colheita, enfim, são tecnologias que estão aí para serem otimizadas, mas que precisam ser colocadas em prática e melhoradas", finaliza.
Rogério Mian