Seca deve reduzir safra de cana-de-açúcar em 2,8%, calcula Unica
23/04/2014
Cana-de-Açúcar
POR: Agência Estado
A estiagem no início do ano prejudicou o desenvolvimento dos canaviais e a moagem pelas usinas do Centro-Sul do Brasil deve cair 2,84% em 2014/15, para 580 milhões de toneladas, conforme a primeira estimativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgada nesta quarta-feira. Na temporada 2013/14, que se encerrou oficialmente em março, foram moídas 596,94 milhões de toneladas.
Conforme Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da entidade, ´a seca intensa observada ocorreu exatamente no período de maior desenvolvimento da cana´. Ainda de acordo com a Unica, o atual ciclo deve ser novamente mais alcooleiro, com 56,44% da oferta de cana direcionada à produção de etanol. Na safra anterior, esse porcentual foi de 54,78%. Com isso, a produção do biocombustível deve atingir 25,87 bilhões de litros, aumento de 1,20% em comparação com os 25,57 bilhões de litros de 2013/14. Desse total, 14,63 bilhões de litros serão de hidratado e 11,25 bilhões de litros, de anidro. Já a produção de açúcar deve ficar em 32,5 milhões de toneladas, 5,23% menor que as 34,29 milhões de toneladas observadas em 2013/14.
ATR - A Unica prevê que a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), que mede o nível de sacarose nas plantas, alcance uma média de 135 kg por tonelada de cana processada na temporada, número 1,2% superior à média de 133,33 kg/t de 2013/14. Quanto ao rendimento agrícola, a entidade estima que o volume de cana colhida por hectare deve passar de 79,8 toneladas para 73,4 toneladas em 2014/15 (-8%).
Área plantada - Apesar de estimar uma queda no volume a ser processada, a Unica informou que a área plantada em 2014/15 é cerca de 5% maior que a de 2013/14. ´Esse crescimento decorre da maior renovação do canavial e do significativo volume de cana não processada em 2013/14 (cana bisada), que deve representar cerca de 3% da área a ser colhida em 2014/15´, disse a entidade, em nota. Segundo a Unica, pelo menos 10 usinas podem confirmar a paralisação das atividades na safra por conta das dificuldades pelas quais passa o setor. Além dessas 10 unidades, outras 30 estão em recuperação judicial.