Seca reduz receita do setor canavieiro em R$ 54 mi na região, diz Coplacana
13/10/2014
Cana-de-Açúcar
POR: Portal G1
A quebra na safra da cana-de-açúcar causada pela estiagem severa enfrentada em todo Estado de São Paulo fez usinas de grande porte e fornecedores em Piracicaba (SP) e região terem a redução de até R$ 54 milhões na receita em 2014, segundo uma estimativa da Cooperativa dos Plantadores de Cana (Coplacana). Outro reflexo da falta d'água foi o adiantamento da moagem da cana, que irá terminar um mês antes nas usinas e dispensar trabalhadores antes do previsto.
O processo industrial da moagem da cana costuma ocorrer entre o começo de abril e o final de novembro mas, de acordo com o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto, algumas industrias já encerraram essa parte do trabalho no início de outubro e a maioria terminará o processo no início de novembro.
"Com a falta de chuva, a cana se desenvolveu cerca de 20% a menos, isso deixa todos os processos mais rápidos", explicou Bortoletto. O presidente ainda alerta para a questão dos trabalhadores, que serão dispensados do trabalho antes do previsto. "Os funcionários safristas serão dispensados mais cedo, infelizmente, porque o trabalho irá acabar", informou.
Bortoletto explicou ainda que a cana-de-açúcar na região rendeu menos devido ao volume de chuva ter sido cerca de 70% do normal. "Choveu 30% do esperado durante a época de desenvolvimento das plantações, com isso, elas perderam força", relatou o presidente. Com esse baixo desenvolvimento, o prejuízo financeiro também foi grande. "Somadas, uma usina de grande porte e os produtores que fornecem para ela podem ter R$ 54 milhões a menos na receita do ano", exemplificou.
Para recuperar o prejuízo desta safra, os produtores e as usinas torcem por chuvas constantes para os próximos meses, até fevereiro, para que o desenvolvimento das plantações seja compensado. "Não existe outra solução, senão a chuva", garantiu Bortoletto. Segundo ele, apesar das dificuldades do setor, o reflexo nos preços do açúcar e do etanol não serão grandes para o consumidor. "O aumento de preços está lento e deve ser insignificante", afirmou.