Sementes que aguentam o tranco

Produzidas pela Copercana, elas germinaram muito bem mesmo no veranico de outubro

Por: Marino Guerra

Seja na região de Tupã, Sertãozinho, Jaboticabal, Barretos, Triângulo Mineiro ou até mesmo em Goiás, por onde as sementes de amendoim produzidas pela Copercana são utilizadas, o resultado é uma germinação exemplar.

Esse sucesso não veio por acaso. É fruto do desenvolvimento de um minucioso processo que acompanha todas as fases "da vida" da semente, desde quando ela ainda está no campo (áreas dos participantes do projeto) até o seu beneficiamento, análises laboratoriais, tratamento, armazenamento e distribuição.

Dentre essas etapas, desde o dia 4 de outubro deste ano, o laboratório da unidade de grãos foi certificado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a execução do teste final de germinação, único procedimento que faltava para a cooperativa realizar 100% dos processos que envolvem a produção de sementes.

Para o responsável técnico do laboratório, o engenheiro-agrônomo Edgard Matrangolo Júnior, executar os testes de germinação internamente dará pelo menos 20 dias de agilidade à comercialização.

“O participante do Projeto Amendoim notará, a partir do ano que vem, o ganho de velocidade na entrega das sementes, o que é importante pensando no cumprimento da janela de plantio e também na adequação ao regime de chuvas”, disse Matrangolo.

Ainda sobre o assunto, é válido lembrar o alto investimento que a cooperativa fez para criar a estrutura de laboratório que respeita todas as normas exigidas pelo Ministério da Agricultura.

Contando com o trabalho de pelo menos cinco profissionais, as atividades começam por volta do mês de julho. Antes de ir para o beneficiamento, as sementes passam por um teste de germinação - praticamente o mesmo a que são submetidas para a liberação -, procedimento que a cooperativa adotou como adicional às normas com o objetivo de evitar o custo de produção de lotes que acabariam reprovados ao final do processo.

As amostras, ao chegarem no laboratório, são envoltas num material que mantém a umidade ideal para a germinação e colocadas em estufas com temperatura propícia para nascerem.

Após o tempo necessário, as amostras são abertas e passam por uma análise que classifica a quantidade de sementes que germinaram, não germinaram ou nasceram com imperfeição.

“A partir do momento que conseguimos o credenciamento do teste de germinação fechamos o ciclo de produção de sementes, o que nos dá muito mais rastreabilidade e controle até o resultado comercial, agregando valor ao produto”, explica Juliano José Valério, encarregado de Controle e Comércio.

Lógico que a qualidade da semente é fundamental para a planta se formar, contudo, a Copercana tem o diferencial, em relação aos participantes do projeto, de ir além de apenas produzir e vender, pois como ela também recebe e comercializa o produto, há toda uma preocupação com a qualidade do plantio. Para isso, a cooperativa incentiva e financia a adoção de tecnologia de implementos agrícolas quando necessário; a recomendação de adubação, que é constantemente revista em parceria com os principais centros de estudo da cultura; a escolha por variedades ideais, pensando na pressão por colheita e ambiente; e claro, o acompanhamento da equipe técnica e suas recomendações de defensivos e a checagem de todo o manejo.