Senador critica importação de etanol de milho dos EUA

24/02/2014 Etanol POR: Agência Senado
Em pronunciamento nesta sexta-feira (21.02), o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) lamentou a importação de cerca de 100 milhões de litros de etanol de milho dos Estados Unidos, com incentivos fiscais do governo federal. Com a desoneração do PIS e Cofins, anunciado no final do ano passado, o produto estrangeiro tem entrado no mercado brasileiro com preços bem abaixo do que é vendido no país, produzido a partir da cana de açúcar.
 
Conforme o senador, o governo alega que o produto americano é abundante e subsidiado, e, portanto, extremamente competitivo no mercado internacional. Ao privilegiar o etanol de milho, Figueiró teme que além de prejudicar o setor sucroalcooleiro do país, esteja se consolidando um modelo de negócios que colocará em risco as contribuições brasileiras à tecnologia bioenergética.
 
— Todos os estudos mostram que o etanol brasileiro poderá ser combustível do futuro, mas, para isso, temos de desenvolver políticas bem formuladas de fortalecimento do setor. Caso contrário, a importação do etanol americano poderá se consolidar e dominar paulatinamente o mercado brasileiro — alertou.
 
Figueiró lembrou que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva transformou a produção do álcool de cana de açúcar “numa peça gigantesca de propaganda”. Segundo o parlamentar, apesar do crescimento da produção de carros flex desde 2003, os motoristas têm abastecidos preferencialmente com a gasolina em vez de álcool.
 
— O grande problema foi a política restritiva praticada com preços da gasolina, que dificultou ainda mais a solução do setor sucroalcooleiro. O Brasil está mantendo baixos os preços da gasolina e do diesel para segurar artificialmente a inflação. Além disso, está adicionando cada vez mais álcool anidro na gasolina para segurar o preço — disse.
 
Na avaliação do senador, se houver bons preços nas bombas, os consumidores poderão passar a optar pelo etanol.
— Mas isso será difícil de acontecer por causa da política errática do governo que está atado à camisa de força do uso de combustíveis fósseis altamente poluidores. De acordo com especialistas, que tive a oportunidade de ouvir, um passo importante seria dissociar a produção do álcool e de açúcar. Com isso, conseguiríamos romper com o jogo dos preços internacionais, impulsionando a produção nacional de etanol — disse.