Setor cobra incentivo para instalar fábricas

15/06/2015 Energia POR: Valor Econômico
O potencial de crescimento da energia solar no Brasil já atrai fabricante de equipamentos. Oito meses após o
primeiro leilão bem sucedido da fonte, quatro empresas já tem compromisso para a instalação de fábricas de
módulos fotovoltaicos no país. Mas a demora do governo em aprovar incentivos tributários para a indústria tem
provocado a redução ou postergação dos planos e ainda é um empecilho para uma maior atração de
investimentos.
A chinesa BYD pretendia investir R$ 150 milhões para instalar uma fábrica de módulos em Campinas, no interior
de São Paulo. A ideia era começar a produção no primeiro semestre de 2016, com capacidade equivalente a 400
megawatts (MW), mas agora, o mais provável é que esse valor seja reduzido a apenas 150 MW, afirma o diretor de
relações governamentais e marketing, Adalberto Maluf.
Segundo ele, a companhia aguarda a inclusão de insumos utilizados na fabricação dos módulos no Padis,
programa de incentivo do governo à indústria de semicondutores. Sem isso, fica difícil concorrer com os produtos
vindos da Ásia ­ a Yingli, maior fabricante mundial do setor tem sido bastante agressiva na oferta. "Com a
previsão de inclusão no Padis, tínhamos pré­contratos para fornecer cerca de 600 MW. Hoje, eles estão em apenas
200 MW", afirmou.
Segundo Rodrigo Sauaia, diretor da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente
só 20% dos componentes estão contemplados pelo programa e a tributação sobre os itens, que são importados,
chega a até 60%. "Isso é um tema que inibe alguns projetos", diz. A área técnica do Ministério de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já deu aval favorável, mas aguarda a tramitação da lei
que altera o Padis no Senado.
A demora contrasta com a intenção do governo de atrair os fabricantes para o Brasil. Para conceder financiamento
subsidiado aos parques solares vendidos em leilões federais, o BNDES tem requisitos de conteúdo nacional.
Atualmente, a principal exigência é que os módulos sejam montados no Brasil, mas a previsão é que, até 2020, as
células fotovoltaicas ­ parte mais nobre e com maior valor agregado ­ sejam fabricadas no país.
A diferença de preço do produto nacional em relação ao importado é tão alta que, em alguns casos, vale a pena
perder o crédito mais barato do banco de fomento. "Para as grandes estrangeiras, com acesso a crédito barato lá
fora, pode valer a pena importar [os módulos]", disse ao Valor o representante de uma grande desenvolvedora de
projetos.
Apesar dos problemas com o incentivo tributário, algumas empresas afirmam que já estão com a demanda
aquecida. A Pure Energy, controlada pela construtora Cerutti, deve começar a produzir os primeiros módulos em
dezembro na fábrica em Marechal Deodoro, em Alagoas.
A unidade, que exigirá investimentos de R$ 35 milhões, terá capacidade inicial de 60 megawatts (MW), mas o
galpão onde será instalada permite a ampliação para até 200 MW, sem grandes custos, afirma o presidente,
Gelson Cerutti.
Segundo ele, os orçamentos apresentados tem potencial de R$ 800 milhões em pedidos ­ que ainda não foram
fechados. A companhia, que atua em parceria com as italianas BMS e Regran, negocia o fornecimento para quatro
empresas que venderam energia no leilão do ano passado e que deve ser entregue em meados de 2017, mas
também sente uma forte demanda do segmento de geração distribuída, voltado para instalações em casas e
comércios.
Também no Nordeste, a PB Construções firmou um memorando de entendimentos para erguer uma unidade de
painéis no porto de Pecém, no Ceará, com investimento total de R$ 40 milhões. De acordo com o diretor de novos
negócios da empresa, Luiz Eduardo de Moraes, há uma parceria com investidores chineses, cujos nomes ainda
não podem ser divulgados.
Primeira empresa a anunciar planos para instalar uma fábrica no Brasil, a SunEdison ainda não começou a tirar
as instalações do papel. A americana firmou um contrato de fornecimento com a Renova Energia, que vendeu 107
MW no leilão de outubro, e, na ocasião, disse que pretendia investir cerca de US$ 30 milhões para erguer uma
unidade de montagem de módulos e uma de aparelhos de rastreamento solar, os chamados "trackers". Procurada,
a SunEdison não retornou o contato.
Segundo fontes consultadas pelo Valor, outros fabricantes importantes no mercado internacional avaliam entrar
no Brasil. As negociações mais avançadas estão por conta da Canadian Solar e da própria Yingli. Questionada
pelo Valor, a Yingli disse que "está avaliando a possibilidade de abrir uma linha de montagem no Brasil, mas não
tem planos formais no país" por ora. A Canadian Solar não retornou o pedido de entrevista.
O potencial de crescimento da energia solar no Brasil já atrai fabricante de equipamentos. Oito meses após o primeiro leilão bem sucedido da fonte, quatro empresas já tem compromisso para a instalação de fábricas de módulos fotovoltaicos no país. Mas a demora do governo em aprovar incentivos tributários para a indústria tem provocado a redução ou postergação dos planos e ainda é um empecilho para uma maior atração de investimentos.
 
A chinesa BYD pretendia investir R$ 150 milhões para instalar uma fábrica de módulos em Campinas, no interior de São Paulo. A ideia era começar a produção no primeiro semestre de 2016, com capacidade equivalente a 400 megawatts (MW), mas agora, o mais provável é que esse valor seja reduzido a apenas 150 MW, afirma o diretor de relações governamentais e marketing, Adalberto Maluf.
 
Segundo ele, a companhia aguarda a inclusão de insumos utilizados na fabricação dos módulos no Padis, programa de incentivo do governo à indústria de semicondutores. Sem isso, fica difícil concorrer com os produtos vindos da Ásia ­ a Yingli, maior fabricante mundial do setor tem sido bastante agressiva na oferta. "Com a previsão de inclusão no Padis, tínhamos pré­contratos para fornecer cerca de 600 MW. Hoje, eles estão em apenas 200 MW", afirmou.
 
Segundo Rodrigo Sauaia, diretor da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente só 20% dos componentes estão contemplados pelo programa e a tributação sobre os itens, que são importados, chega a até 60%. "Isso é um tema que inibe alguns projetos", diz. A área técnica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já deu aval favorável, mas aguarda a tramitação da lei que altera o Padis no Senado.
 
A demora contrasta com a intenção do governo de atrair os fabricantes para o Brasil. Para conceder financiamento subsidiado aos parques solares vendidos em leilões federais, o BNDES tem requisitos de conteúdo nacional.
 
Atualmente, a principal exigência é que os módulos sejam montados no Brasil, mas a previsão é que, até 2020, as células fotovoltaicas ­ parte mais nobre e com maior valor agregado ­ sejam fabricadas no país.
 
A diferença de preço do produto nacional em relação ao importado é tão alta que, em alguns casos, vale a pena perder o crédito mais barato do banco de fomento. "Para as grandes estrangeiras, com acesso a crédito barato lá fora, pode valer a pena importar [os módulos]", disse ao Valor o representante de uma grande desenvolvedora de projetos.
 
Apesar dos problemas com o incentivo tributário, algumas empresas afirmam que já estão com a demanda aquecida. A Pure Energy, controlada pela construtora Cerutti, deve começar a produzir os primeiros módulos em dezembro na fábrica em Marechal Deodoro, em Alagoas.
 
A unidade, que exigirá investimentos de R$ 35 milhões, terá capacidade inicial de 60 megawatts (MW), mas o galpão onde será instalada permite a ampliação para até 200 MW, sem grandes custos, afirma o presidente, Gelson Cerutti.
 
Segundo ele, os orçamentos apresentados tem potencial de R$ 800 milhões em pedidos ­ que ainda não foram fechados. A companhia, que atua em parceria com as italianas BMS e Regran, negocia o fornecimento para quatro empresas que venderam energia no leilão do ano passado e que deve ser entregue em meados de 2017, mas também sente uma forte demanda do segmento de geração distribuída, voltado para instalações em casas e comércios.
 
Também no Nordeste, a PB Construções firmou um memorando de entendimentos para erguer uma unidade de painéis no porto de Pecém, no Ceará, com investimento total de R$ 40 milhões. De acordo com o diretor de novos negócios da empresa, Luiz Eduardo de Moraes, há uma parceria com investidores chineses, cujos nomes ainda não podem ser divulgados.
 
Primeira empresa a anunciar planos para instalar uma fábrica no Brasil, a SunEdison ainda não começou a tirar as instalações do papel. A americana firmou um contrato de fornecimento com a Renova Energia, que vendeu 107  MW no leilão de outubro, e, na ocasião, disse que pretendia investir cerca de US$ 30 milhões para erguer uma unidade de montagem de módulos e uma de aparelhos de rastreamento solar, os chamados "trackers". Procurada, a SunEdison não retornou o contato.
 
Segundo fontes consultadas pelo Valor, outros fabricantes importantes no mercado internacional avaliam entrar no Brasil. As negociações mais avançadas estão por conta da Canadian Solar e da própria Yingli. Questionada pelo Valor, a Yingli disse que "está avaliando a possibilidade de abrir uma linha de montagem no Brasil, mas não tem planos formais no país" por ora. A Canadian Solar não retornou o pedido de entrevista.