O potencial de crescimento da energia solar no Brasil já atrai fabricante de equipamentos. Oito meses após o
primeiro leilão bem sucedido da fonte, quatro empresas já tem compromisso para a instalação de fábricas de
módulos fotovoltaicos no país. Mas a demora do governo em aprovar incentivos tributários para a indústria tem
provocado a redução ou postergação dos planos e ainda é um empecilho para uma maior atração de
investimentos.
A chinesa BYD pretendia investir R$ 150 milhões para instalar uma fábrica de módulos em Campinas, no interior
de São Paulo. A ideia era começar a produção no primeiro semestre de 2016, com capacidade equivalente a 400
megawatts (MW), mas agora, o mais provável é que esse valor seja reduzido a apenas 150 MW, afirma o diretor de
relações governamentais e marketing, Adalberto Maluf.
Segundo ele, a companhia aguarda a inclusão de insumos utilizados na fabricação dos módulos no Padis,
programa de incentivo do governo à indústria de semicondutores. Sem isso, fica difícil concorrer com os produtos
vindos da Ásia a Yingli, maior fabricante mundial do setor tem sido bastante agressiva na oferta. "Com a
previsão de inclusão no Padis, tínhamos précontratos para fornecer cerca de 600 MW. Hoje, eles estão em apenas
200 MW", afirmou.
Segundo Rodrigo Sauaia, diretor da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente
só 20% dos componentes estão contemplados pelo programa e a tributação sobre os itens, que são importados,
chega a até 60%. "Isso é um tema que inibe alguns projetos", diz. A área técnica do Ministério de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já deu aval favorável, mas aguarda a tramitação da lei
que altera o Padis no Senado.
A demora contrasta com a intenção do governo de atrair os fabricantes para o Brasil. Para conceder financiamento
subsidiado aos parques solares vendidos em leilões federais, o BNDES tem requisitos de conteúdo nacional.
Atualmente, a principal exigência é que os módulos sejam montados no Brasil, mas a previsão é que, até 2020, as
células fotovoltaicas parte mais nobre e com maior valor agregado sejam fabricadas no país.
A diferença de preço do produto nacional em relação ao importado é tão alta que, em alguns casos, vale a pena
perder o crédito mais barato do banco de fomento. "Para as grandes estrangeiras, com acesso a crédito barato lá
fora, pode valer a pena importar [os módulos]", disse ao Valor o representante de uma grande desenvolvedora de
projetos.
Apesar dos problemas com o incentivo tributário, algumas empresas afirmam que já estão com a demanda
aquecida. A Pure Energy, controlada pela construtora Cerutti, deve começar a produzir os primeiros módulos em
dezembro na fábrica em Marechal Deodoro, em Alagoas.
A unidade, que exigirá investimentos de R$ 35 milhões, terá capacidade inicial de 60 megawatts (MW), mas o
galpão onde será instalada permite a ampliação para até 200 MW, sem grandes custos, afirma o presidente,
Gelson Cerutti.
Segundo ele, os orçamentos apresentados tem potencial de R$ 800 milhões em pedidos que ainda não foram
fechados. A companhia, que atua em parceria com as italianas BMS e Regran, negocia o fornecimento para quatro
empresas que venderam energia no leilão do ano passado e que deve ser entregue em meados de 2017, mas
também sente uma forte demanda do segmento de geração distribuída, voltado para instalações em casas e
comércios.
Também no Nordeste, a PB Construções firmou um memorando de entendimentos para erguer uma unidade de
painéis no porto de Pecém, no Ceará, com investimento total de R$ 40 milhões. De acordo com o diretor de novos
negócios da empresa, Luiz Eduardo de Moraes, há uma parceria com investidores chineses, cujos nomes ainda
não podem ser divulgados.
Primeira empresa a anunciar planos para instalar uma fábrica no Brasil, a SunEdison ainda não começou a tirar
as instalações do papel. A americana firmou um contrato de fornecimento com a Renova Energia, que vendeu 107
MW no leilão de outubro, e, na ocasião, disse que pretendia investir cerca de US$ 30 milhões para erguer uma
unidade de montagem de módulos e uma de aparelhos de rastreamento solar, os chamados "trackers". Procurada,
a SunEdison não retornou o contato.
Segundo fontes consultadas pelo Valor, outros fabricantes importantes no mercado internacional avaliam entrar
no Brasil. As negociações mais avançadas estão por conta da Canadian Solar e da própria Yingli. Questionada
pelo Valor, a Yingli disse que "está avaliando a possibilidade de abrir uma linha de montagem no Brasil, mas não
tem planos formais no país" por ora. A Canadian Solar não retornou o pedido de entrevista.
O potencial de crescimento da energia solar no Brasil já atrai fabricante de equipamentos. Oito meses após o primeiro leilão bem sucedido da fonte, quatro empresas já tem compromisso para a instalação de fábricas de módulos fotovoltaicos no país. Mas a demora do governo em aprovar incentivos tributários para a indústria tem provocado a redução ou postergação dos planos e ainda é um empecilho para uma maior atração de investimentos.
A chinesa BYD pretendia investir R$ 150 milhões para instalar uma fábrica de módulos em Campinas, no interior de São Paulo. A ideia era começar a produção no primeiro semestre de 2016, com capacidade equivalente a 400 megawatts (MW), mas agora, o mais provável é que esse valor seja reduzido a apenas 150 MW, afirma o diretor de relações governamentais e marketing, Adalberto Maluf.
Segundo ele, a companhia aguarda a inclusão de insumos utilizados na fabricação dos módulos no Padis, programa de incentivo do governo à indústria de semicondutores. Sem isso, fica difícil concorrer com os produtos vindos da Ásia a Yingli, maior fabricante mundial do setor tem sido bastante agressiva na oferta. "Com a previsão de inclusão no Padis, tínhamos précontratos para fornecer cerca de 600 MW. Hoje, eles estão em apenas 200 MW", afirmou.
Segundo Rodrigo Sauaia, diretor da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente só 20% dos componentes estão contemplados pelo programa e a tributação sobre os itens, que são importados, chega a até 60%. "Isso é um tema que inibe alguns projetos", diz. A área técnica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já deu aval favorável, mas aguarda a tramitação da lei que altera o Padis no Senado.
A demora contrasta com a intenção do governo de atrair os fabricantes para o Brasil. Para conceder financiamento subsidiado aos parques solares vendidos em leilões federais, o BNDES tem requisitos de conteúdo nacional.
Atualmente, a principal exigência é que os módulos sejam montados no Brasil, mas a previsão é que, até 2020, as células fotovoltaicas parte mais nobre e com maior valor agregado sejam fabricadas no país.
A diferença de preço do produto nacional em relação ao importado é tão alta que, em alguns casos, vale a pena perder o crédito mais barato do banco de fomento. "Para as grandes estrangeiras, com acesso a crédito barato lá fora, pode valer a pena importar [os módulos]", disse ao Valor o representante de uma grande desenvolvedora de projetos.
Apesar dos problemas com o incentivo tributário, algumas empresas afirmam que já estão com a demanda aquecida. A Pure Energy, controlada pela construtora Cerutti, deve começar a produzir os primeiros módulos em dezembro na fábrica em Marechal Deodoro, em Alagoas.
A unidade, que exigirá investimentos de R$ 35 milhões, terá capacidade inicial de 60 megawatts (MW), mas o galpão onde será instalada permite a ampliação para até 200 MW, sem grandes custos, afirma o presidente, Gelson Cerutti.
Segundo ele, os orçamentos apresentados tem potencial de R$ 800 milhões em pedidos que ainda não foram fechados. A companhia, que atua em parceria com as italianas BMS e Regran, negocia o fornecimento para quatro empresas que venderam energia no leilão do ano passado e que deve ser entregue em meados de 2017, mas também sente uma forte demanda do segmento de geração distribuída, voltado para instalações em casas e comércios.
Também no Nordeste, a PB Construções firmou um memorando de entendimentos para erguer uma unidade de painéis no porto de Pecém, no Ceará, com investimento total de R$ 40 milhões. De acordo com o diretor de novos negócios da empresa, Luiz Eduardo de Moraes, há uma parceria com investidores chineses, cujos nomes ainda não podem ser divulgados.
Primeira empresa a anunciar planos para instalar uma fábrica no Brasil, a SunEdison ainda não começou a tirar as instalações do papel. A americana firmou um contrato de fornecimento com a Renova Energia, que vendeu 107 MW no leilão de outubro, e, na ocasião, disse que pretendia investir cerca de US$ 30 milhões para erguer uma unidade de montagem de módulos e uma de aparelhos de rastreamento solar, os chamados "trackers". Procurada, a SunEdison não retornou o contato.
Segundo fontes consultadas pelo Valor, outros fabricantes importantes no mercado internacional avaliam entrar no Brasil. As negociações mais avançadas estão por conta da Canadian Solar e da própria Yingli. Questionada pelo Valor, a Yingli disse que "está avaliando a possibilidade de abrir uma linha de montagem no Brasil, mas não tem planos formais no país" por ora. A Canadian Solar não retornou o pedido de entrevista.