Setor reage com otimismo e aprova medidas anunciadas pelo governo para o etanol

24/04/2013 Etanol POR: O Liberal Regional - Araçatuba/SP
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciaram ontem (23) uma série de incentivos para produtores de álcool combustível e à indústria química. Em contrapartida, o setor sucroalcooleiro deve aumentar os investimentos e estimular a produção de etanol com o objetivo de expandir o mercado. Na visão do presidente da UDOP, Celso Junqueira Franco, as medidas anunciadas pelo governo federal no início da tarde desta terça-feira (23), para recuperar a capacidade econômica de parte do setor bioenergético brasileiro são positivas. Entretanto, ainda carecem de alguns ajustes, que cabem agora ao próprio setor juntamente com o governo, elaborar um plano de recuperação da competitividade do etanol brasileiro, frente ao biocombustível de milho norte-americano.
"São medidas positivas, principalmente no que tange a desoneração da PIS/Cofins, mais créditos para estocagem e renovação de canaviais, para citar apenas algumas, mas ainda defendemos a necessidade de uma política mais a longo prazo, que contemple o papel do etanol na matriz energética nacional. Mesmo porque o investidor prefere atividades onde o mercado regula livremente preços e volumes, sem intervenção de governos, como vem ocorrendo no Brasil, no setor de energia", destacou o presidente da entidade.
Para Franco, o principal aspecto positivo se dá pela retomada da interlocução do setor com o governo, abalada há alguns meses. "O fato da presidente Dilma Rousseff chamar o setor para uma conversa (na tarde de ontem) e anunciar as medidas, mostra uma sensibilidade por parte do governo, em relação a situação econômica do setor. Isso, por si só, já é benéfico", esclarece.
"O objetivo principal é viabilizar mais investimentos, mas não quer dizer que isso será repassado para o preço final. O que é importante é que ampliará a produção, e isso só acontecerá se houver condições de competição. Vamos dar crédito de PIS/Cofins, tributo que passará a ser zero. Isso será um estímulo adicional para a indústria continuar se expandindo", disse o ministro da Fazenda ao anunciar as medidas.
O governo vai disponibilizar também uma linha de crédito por meio do Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova). A exemplo do ano passado, serão disponibilizados R$ 4 bilhões, a uma taxa de juros subsidiada.
"A linha do Prorenova terá disponibilidade de crédito de R$ 4 bilhões para 2013 para novos investimentos e novas plantações de canaviais com juros mais baixos. Era de 8,5% ao ano. Agora passa a 5,5%", detalhou Mantega.
"Hoje o Brasil é o principal produtor mundial de açúcar e segundo de etanol. Mesmo sendo segundo, precisamos ampliar investimentos para aumentar a produção [de etanol] e a mistura de gasolina. Essas medidas vão possibilitar que o setor tenha melhores condições para ampliar investimento e produção", disse o ministro.
Mantega acrescentou que o aumento da mistura de etanol na gasolina - que passará de 20% para 25% a partir de maio, também ajudará a incentivar o setor. E garantiu que condições para isso existem, "a área plantada [de cana] tem se expandido a taxas de 8% a 10%, e a [previsão de] safra 2012-2013 é muito boa, com provável expansão de 10%".
Moderação
As medidas, no entanto, na visão do presidente da UDOP, não devem refletir na retomada imediata dos investimentos do setor, como esperado por muitos. "A presidente se mostrou bem consciente dos problemas enfrentados por, pelo menos, um terço das usinas do país, mas deixou a lição de casa de que devemos nos unir e criar um plano de saneamento financeiro, viabilizando a retomada de crescimento do setor, medidas necessárias para iniciar novo plano de governo de apoio ao setor", disse.
Os dois desafios do setor, no curto e médio prazos, na visão do presidente da UDOP, são a elaboração de um plano que possa resolver o problema das usinas com dificuldades, quer seja na incorporação por outros grupos ou saneamento financeiro, e a recuperação da competitividade do etanol brasileiro quando comparado ao etanol norte-americano.
"Algumas coisas ficaram muito claras para nós, como o afastamento de qualquer possibilidade de subsídio governamental ou mesmo de qualquer ameaça de intervenção. A presidente demonstrou intenção de novas medidas de apoio ao setor, desde que sejam para recuperar a competitividade e resolver os problemas das empresas com dificuldades econômicas e financeiras, para que no médio prazo voltemos a falar em expansão e construção de novas unidades", finalizou Celso Junqueira Franco. 
Da redação com Daniel Lima e Pedro Peduzzi/ABr
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciaram ontem (23) uma série de incentivos para produtores de álcool combustível e à indústria química. Em contrapartida, o setor sucroalcooleiro deve aumentar os investimentos e estimular a produção de etanol com o objetivo de expandir o mercado. Na visão do presidente da UDOP, Celso Junqueira Franco, as medidas anunciadas pelo governo federal no início da tarde desta terça-feira (23), para recuperar a capacidade econômica de parte do setor bioenergético brasileiro são positivas. Entretanto, ainda carecem de alguns ajustes, que cabem agora ao próprio setor juntamente com o governo, elaborar um plano de recuperação da competitividade do etanol brasileiro, frente ao biocombustível de milho norte-americano.
"São medidas positivas, principalmente no que tange a desoneração da PIS/Cofins, mais créditos para estocagem e renovação de canaviais, para citar apenas algumas, mas ainda defendemos a necessidade de uma política mais a longo prazo, que contemple o papel do etanol na matriz energética nacional. Mesmo porque o investidor prefere atividades onde o mercado regula livremente preços e volumes, sem intervenção de governos, como vem ocorrendo no Brasil, no setor de energia", destacou o presidente da entidade.
Para Franco, o principal aspecto positivo se dá pela retomada da interlocução do setor com o governo, abalada há alguns meses. "O fato da presidente Dilma Rousseff chamar o setor para uma conversa (na tarde de ontem) e anunciar as medidas, mostra uma sensibilidade por parte do governo, em relação a situação econômica do setor. Isso, por si só, já é benéfico", esclarece.
"O objetivo principal é viabilizar mais investimentos, mas não quer dizer que isso será repassado para o preço final. O que é importante é que ampliará a produção, e isso só acontecerá se houver condições de competição. Vamos dar crédito de PIS/Cofins, tributo que passará a ser zero. Isso será um estímulo adicional para a indústria continuar se expandindo", disse o ministro da Fazenda ao anunciar as medidas.
O governo vai disponibilizar também uma linha de crédito por meio do Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova). A exemplo do ano passado, serão disponibilizados R$ 4 bilhões, a uma taxa de juros subsidiada.
"A linha do Prorenova terá disponibilidade de crédito de R$ 4 bilhões para 2013 para novos investimentos e novas plantações de canaviais com juros mais baixos. Era de 8,5% ao ano. Agora passa a 5,5%", detalhou Mantega.
"Hoje o Brasil é o principal produtor mundial de açúcar e segundo de etanol. Mesmo sendo segundo, precisamos ampliar investimentos para aumentar a produção [de etanol] e a mistura de gasolina. Essas medidas vão possibilitar que o setor tenha melhores condições para ampliar investimento e produção", disse o ministro.
Mantega acrescentou que o aumento da mistura de etanol na gasolina - que passará de 20% para 25% a partir de maio, também ajudará a incentivar o setor. E garantiu que condições para isso existem, "a área plantada [de cana] tem se expandido a taxas de 8% a 10%, e a [previsão de] safra 2012-2013 é muito boa, com provável expansão de 10%".
Moderação
As medidas, no entanto, na visão do presidente da UDOP, não devem refletir na retomada imediata dos investimentos do setor, como esperado por muitos. "A presidente se mostrou bem consciente dos problemas enfrentados por, pelo menos, um terço das usinas do país, mas deixou a lição de casa de que devemos nos unir e criar um plano de saneamento financeiro, viabilizando a retomada de crescimento do setor, medidas necessárias para iniciar novo plano de governo de apoio ao setor", disse.
Os dois desafios do setor, no curto e médio prazos, na visão do presidente da UDOP, são a elaboração de um plano que possa resolver o problema das usinas com dificuldades, quer seja na incorporação por outros grupos ou saneamento financeiro, e a recuperação da competitividade do etanol brasileiro quando comparado ao etanol norte-americano.
"Algumas coisas ficaram muito claras para nós, como o afastamento de qualquer possibilidade de subsídio governamental ou mesmo de qualquer ameaça de intervenção. A presidente demonstrou intenção de novas medidas de apoio ao setor, desde que sejam para recuperar a competitividade e resolver os problemas das empresas com dificuldades econômicas e financeiras, para que no médio prazo voltemos a falar em expansão e construção de novas unidades", finalizou Celso Junqueira Franco. 
Da redação com Daniel Lima e Pedro Peduzzi/ABr