Após uma safra com crescimento regular, o setor sucroalcooleiro já começa a prever números melhores para o mercado da cana-de-açúcar este ano. A expectativa até agora é de um crescimento na produção, em média, de 10%. Com os números da safra 2012/13 praticamente fechados, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou na sexta-feira (15) mais um balanço quinzenal da moagem e produção no País. Na região Centro-Sul (principal produtora), a produção fechou em 532,1 milhões de toneladas, elevação de 7% em comparação à safra anterior. Este ano (2013/14), a expectativa é atingir a marca de 580 milhões de toneladas.
No Paraná, o setor também deve voltar a crescer. Na safra passada, a produção ficou em 39,6 milhões de toneladas, 2,1% a menos do que o registrado no período anterior, quando atingiu a marca de 40,5 milhões de toneladas. Para o superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias, a queda foi justificada pelos fatores climáticos e pela falta de investimentos da indústria na renovação do canavial nos últimos anos. "O ideal seria a indústria renovar de 18% a 20% da plantação anualmente, devido à perda de produtividade natural da planta. Mas, por causa da falta de dinheiro, isso não aconteceu em 2009, 2010 e muito pouco em 2011, o que influenciou nos resultados."
Nesta nova safra, porém, os usineiros estão apostando alto. No Paraná, 20,5% do canavial foi renovado e a expectativa é de atingir pelo menos 44 milhões de toneladas. A produção total de etanol também deve voltar a subir. Na safra 2012/13, foram computados 1,2 bilhão de litros, queda de 7,5%. Apesar do aumento em 7,6% do álcool anidro (que é o adicionado à gasolina), o hidratado fechou em queda de 16,1%. "A migração do etanol para a gasolina foi muito grande, tanto que a Petrobras teve que importar 3,2 bilhões de litros para atender o mercado interno. Porém, depois do aumento de 6,6% no imposto pelo governo federal, voltamos a ser competitivos", relata o representante da Alcopar.
Neste novo momento - em que a vantagem do etanol em relação à gasolina é de pelo menos 3% - Dias cobra que o governo deixe claro a política pública em relação aos combustíveis que, segundo ele, vinha prejudicando o setor sucroalcoleiro. Ele relembra a desoneração da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na qual o governo teve o objetivo de anular o aumento sobre a gasolina no ano passado. "Se for para desonerar, deve ser feito para todos os combustíveis, para não causar esta distorção no mercado como aconteceu", declara.
Agora, com o etanol voltando a cair no gosto do consumidor, o superintendente da Alcopar achou natural o leve aumento no combustível, justificado "pela lei da oferta e procura, ainda mais neste período de entressafra, quando não há produção". Em relação ao estoque do produto para suprir o mercado, Dias comenta que é o suficiente. "Até 16 de janeiro, o estoque na região Centro-Sul era de 5,4 bilhões de litros. Um valor tranquilo para atender o País até o início da produção, em primeiro de abril", estima.
A produção do etanol nesta safra no Estado deve chegar à casa de 2,5 bilhões de litros. Só para o anidro, que agora teve um incremento de 20% para 25% na gasolina, o consumo deve aumentar por volta de 120 milhões de litros por mês na região Centro-Sul, ou 1,5 bilhão de litros por ano. "Na safra passada, a indústria focou mais no açúcar, mas neste ano ela será mais alcooleira.".
Victor Lopes
Após uma safra com crescimento regular, o setor sucroalcooleiro já começa a prever números melhores para o mercado da cana-de-açúcar este ano. A expectativa até agora é de um crescimento na produção, em média, de 10%. Com os números da safra 2012/13 praticamente fechados, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou na sexta-feira (15) mais um balanço quinzenal da moagem e produção no País. Na região Centro-Sul (principal produtora), a produção fechou em 532,1 milhões de toneladas, elevação de 7% em comparação à safra anterior. Este ano (2013/14), a expectativa é atingir a marca de 580 milhões de toneladas.
No Paraná, o setor também deve voltar a crescer. Na safra passada, a produção ficou em 39,6 milhões de toneladas, 2,1% a menos do que o registrado no período anterior, quando atingiu a marca de 40,5 milhões de toneladas. Para o superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias, a queda foi justificada pelos fatores climáticos e pela falta de investimentos da indústria na renovação do canavial nos últimos anos. "O ideal seria a indústria renovar de 18% a 20% da plantação anualmente, devido à perda de produtividade natural da planta. Mas, por causa da falta de dinheiro, isso não aconteceu em 2009, 2010 e muito pouco em 2011, o que influenciou nos resultados."
Nesta nova safra, porém, os usineiros estão apostando alto. No Paraná, 20,5% do canavial foi renovado e a expectativa é de atingir pelo menos 44 milhões de toneladas. A produção total de etanol também deve voltar a subir. Na safra 2012/13, foram computados 1,2 bilhão de litros, queda de 7,5%. Apesar do aumento em 7,6% do álcool anidro (que é o adicionado à gasolina), o hidratado fechou em queda de 16,1%. "A migração do etanol para a gasolina foi muito grande, tanto que a Petrobras teve que importar 3,2 bilhões de litros para atender o mercado interno. Porém, depois do aumento de 6,6% no imposto pelo governo federal, voltamos a ser competitivos", relata o representante da Alcopar.
Neste novo momento - em que a vantagem do etanol em relação à gasolina é de pelo menos 3% - Dias cobra que o governo deixe claro a política pública em relação aos combustíveis que, segundo ele, vinha prejudicando o setor sucroalcoleiro. Ele relembra a desoneração da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na qual o governo teve o objetivo de anular o aumento sobre a gasolina no ano passado. "Se for para desonerar, deve ser feito para todos os combustíveis, para não causar esta distorção no mercado como aconteceu", declara.
Agora, com o etanol voltando a cair no gosto do consumidor, o superintendente da Alcopar achou natural o leve aumento no combustível, justificado "pela lei da oferta e procura, ainda mais neste período de entressafra, quando não há produção". Em relação ao estoque do produto para suprir o mercado, Dias comenta que é o suficiente. "Até 16 de janeiro, o estoque na região Centro-Sul era de 5,4 bilhões de litros. Um valor tranquilo para atender o País até o início da produção, em primeiro de abril", estima.
A produção do etanol nesta safra no Estado deve chegar à casa de 2,5 bilhões de litros. Só para o anidro, que agora teve um incremento de 20% para 25% na gasolina, o consumo deve aumentar por volta de 120 milhões de litros por mês na região Centro-Sul, ou 1,5 bilhão de litros por ano. "Na safra passada, a indústria focou mais no açúcar, mas neste ano ela será mais alcooleira.".
Victor Lopes