Setor terá retomada lenta após quatro anos de baixa

09/02/2017 Agricultura POR: Valor Econômico
A publicação do balanço de 2016 da fabricante de máquinas e equipamentos Romi na terça­feira, com prejuízo de R$ 40 milhões e perspectivas pouco animadoras para este ano, trouxe à tona a situação preocupante do setor de bens de capital mecânicos. Tido como termômetro do desempenho da economia, é um dos primeiros a começar a sofrer e um mercado que demora à reagir após a crise.
A Romi é emblemática porque é sensível às decisões de investimento da indústria. Ela é fornecedora de máquinas ferramenta e fundidos e usinados para segmentos como o automotivo, máquinas e equipamentos, prestação de serviço, energia, agricultura, construção, óleo e gás e embalagem.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que a queda no faturamento no setor teve início em 2013 e completou quatro anos em 2016. E ainda não dá sinais de que acabou. 
Para 2017, a projeção é de crescimento de 5% na receita líquida, mas sobre base enxuta. O montante do ano passado representa praticamente metade do faturamento em 2012, último ano de crescimento, e a expectativa dos empresários é de uma retomada gradual.
Falar em "receita dos fabricantes" significa consolidar empresas de perfis e tamanhos diferentes, muitas sujeitas a desafios em comuns e outras enfrentando problemas específicos. Há uma capacidade ociosa no setor produtivo que precisa ser ocupada antes que a retomada dos investimentos gere novos pedidos de máquinas. Tendo isso em vista, a direção da Romi disse, na teleconferência com investidores e analistas ontem, que 2017 ainda deve ser de demanda fraca e nenhum segmento já deu sinais de recuperação.
Para os fabricantes de máquinas para construção, o cenário é parecido. A falta de investimentos em infraestrutura por parte do poder público, reduziu o volume de máquinas movimentado nesse mercado. Em 2013, quando o setor como um todo já dava sinais de enfraquecimento, o segmento de máquinas para construção viveu seu auge, com a venda de cerca de 30 mil unidades. Ano passado, a expectativa da Sobratema, associação de máquinas para construção e mineração, falava em 8,7 mil unidades. A projeção para 2017 é de 9,2 mil unidades ­ uma melhora, mas longe do que o setor já viu.
Mesmo com os leilões de infraestrutura previstos este ano, como o de quatro aeroportos, os empresários não esperam que os projetos gerem demanda antes de 2018. "A primeira onda é retomar o parque", diz o presidente da JCB, José Luis Gonçalves. O movimento natural é primeiro colocar as máquinas ociosas de volta à ativa.
O setor de máquinas para óleo e gás vive situação específica. Com uma cadeia construída principalmente para atender a Petrobras, a paralisação de obras e a redução de investimentos da estatal gerou uma crise sem precedentes. A Abimaq estima que os fabricantes tenham mais de R$ 500 milhões a receber de contratadas da estatal por máquinas já entregues ou produzidas e estocadas nas fábricas. Adiciona­se a isso a insegurança em relação às regras de conteúdo local a serem aplicadas nos próximos leilões de exploração.
Há, no entanto, fabricantes de nicho que conseguem manter o desempenho. Um exemplo é a WEG, que, antes da crise, se consolidou no mercado externo e atende uma das poucas áreas que manteve investimentos: energia elétrica. Exportações e vendas a partir de unidades produtivas no exterior associada à receita obtida na área de energia foram responsáveis pela capacidade da WEG de entregar resultados robustos.
No fim de 2015, fabricantes como Romi, Caterpillar e JCB vivenciaram um ganho de competitividade devido à desvalorização do real. Na época, a expectativa era de que o dólar em torno de R$ 4, as exportações poderiam ser a rota de fuga da crise brasileira.
Isso, no entanto, não se concretizou. Em 2016, as exportações medidas pela Abimaq caíram 2,9%. A queda na receita total foi de 24,3% e apenas no mercado interno o tombo foi de 33,9%. Para este ano, a previsão é de um real mais valorizado, reduzindo o potencial ganho de competitividade. Ainda assim, espera­se mais notícias positivas do exterior do que do mercado brasileiro.
A publicação do balanço de 2016 da fabricante de máquinas e equipamentos Romi na terça­feira, com prejuízo de R$ 40 milhões e perspectivas pouco animadoras para este ano, trouxe à tona a situação preocupante do setor de bens de capital mecânicos. Tido como termômetro do desempenho da economia, é um dos primeiros a começar a sofrer e um mercado que demora à reagir após a crise.
A Romi é emblemática porque é sensível às decisões de investimento da indústria. Ela é fornecedora de máquinas ferramenta e fundidos e usinados para segmentos como o automotivo, máquinas e equipamentos, prestação de serviço, energia, agricultura, construção, óleo e gás e embalagem.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que a queda no faturamento no setor teve início em 2013 e completou quatro anos em 2016. E ainda não dá sinais de que acabou. 
Para 2017, a projeção é de crescimento de 5% na receita líquida, mas sobre base enxuta. O montante do ano passado representa praticamente metade do faturamento em 2012, último ano de crescimento, e a expectativa dos empresários é de uma retomada gradual.
Falar em "receita dos fabricantes" significa consolidar empresas de perfis e tamanhos diferentes, muitas sujeitas a desafios em comuns e outras enfrentando problemas específicos. Há uma capacidade ociosa no setor produtivo que precisa ser ocupada antes que a retomada dos investimentos gere novos pedidos de máquinas. Tendo isso em vista, a direção da Romi disse, na teleconferência com investidores e analistas ontem, que 2017 ainda deve ser de demanda fraca e nenhum segmento já deu sinais de recuperação.
Para os fabricantes de máquinas para construção, o cenário é parecido. A falta de investimentos em infraestrutura por parte do poder público, reduziu o volume de máquinas movimentado nesse mercado. Em 2013, quando o setor como um todo já dava sinais de enfraquecimento, o segmento de máquinas para construção viveu seu auge, com a venda de cerca de 30 mil unidades. Ano passado, a expectativa da Sobratema, associação de máquinas para construção e mineração, falava em 8,7 mil unidades. A projeção para 2017 é de 9,2 mil unidades ­ uma melhora, mas longe do que o setor já viu.
Mesmo com os leilões de infraestrutura previstos este ano, como o de quatro aeroportos, os empresários não esperam que os projetos gerem demanda antes de 2018. "A primeira onda é retomar o parque", diz o presidente da JCB, José Luis Gonçalves. O movimento natural é primeiro colocar as máquinas ociosas de volta à ativa.
O setor de máquinas para óleo e gás vive situação específica. Com uma cadeia construída principalmente para atender a Petrobras, a paralisação de obras e a redução de investimentos da estatal gerou uma crise sem precedentes. A Abimaq estima que os fabricantes tenham mais de R$ 500 milhões a receber de contratadas da estatal por máquinas já entregues ou produzidas e estocadas nas fábricas. Adiciona­se a isso a insegurança em relação às regras de conteúdo local a serem aplicadas nos próximos leilões de exploração.
Há, no entanto, fabricantes de nicho que conseguem manter o desempenho. Um exemplo é a WEG, que, antes da crise, se consolidou no mercado externo e atende uma das poucas áreas que manteve investimentos: energia elétrica. Exportações e vendas a partir de unidades produtivas no exterior associada à receita obtida na área de energia foram responsáveis pela capacidade da WEG de entregar resultados robustos.
No fim de 2015, fabricantes como Romi, Caterpillar e JCB vivenciaram um ganho de competitividade devido à desvalorização do real. Na época, a expectativa era de que o dólar em torno de R$ 4, as exportações poderiam ser a rota de fuga da crise brasileira.
Isso, no entanto, não se concretizou. Em 2016, as exportações medidas pela Abimaq caíram 2,9%. A queda na receita total foi de 24,3% e apenas no mercado interno o tombo foi de 33,9%. Para este ano, a previsão é de um real mais valorizado, reduzindo o potencial ganho de competitividade. Ainda assim, espera­se mais notícias positivas do exterior do que do mercado brasileiro.