Shell anuncia acordo para compra do BG Group por 47 bilhões de libras

08/04/2015 Combustível POR: Valor Econômico
A gigante petrolífera Royal Dutch Shell anunciou, em comunicado divulgado hoje, ter entrado em acordo para a compra do BG Group por 47 bilhões de libras (US$ 69,6
bilhões), em dinheiro e ações.
Para cada ação, os acionistas da BG receberão 383 centavos de libra em dinheiro e 0,4454 ação B da Shell, o que lhes atribuirá o equivalente a 19% do capital do grupo ampliado, fazendo deste um dos líderes mundiais no setor de gás natural liquefeito.
O preço envolve um prêmio de 50% em relação ao preço de fechamento, de 910,4 centavos de libra, da ação da BG na terça­feira.
As duas companhias enfrentam um cenário de queda de preços do petróleo, desde meados do ano passado, e a operação conjunta permitirá eliminar custos redundantes, de forma a compensar os efeitos negativos do ajuste de preços da commodity em suas mais importantes linhas.
“O resultado será uma companhia mais competitiva, mais forte para ambos os grupos de acionistas, em um ambiente mais volátil para os preços do petróleo”, disse em comunicado o chairman da Shell, Jorma Ollila.
No início dos negócios em Londres, as ações da Shell caíam 5%, enquanto as do BG Group subiam 37%. A compra do BG Group acrescentará 25% às reservas comprovadas de petróleo e gás da Shell e 20% à sua produção, assegurando também acesso aos preciosos campos de petróleo offshore da BG na Bacia de Santos, no Brasil, bem como a significativas reservas de gás, ainda pouco desenvolvidas, no leste da África e a um grande projeto de gás natural na Austrália.
“As posições da BG em águas profundas e sua força na exploração, liquefação e transporte de gás natural, bem como em marketing, combinarão bem com a escala, expertise em desenvolvimento e força financeira da Shell”, disse o CEO da BG, Helge Lund. 
Segunda maior do Brasil
A mega­aquisição da BG pela Shell fará com que a gigante anglo­holandesa se torne a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás apenas da Petrobras, ultrapassando a Statoil e a Repsol Sinopec. A produção da companhia, que hoje é de 46,4 mil barris diários de óleo equivalente no país, passará a 183,6 mil barris contando com os 137,2 mil barris da BG.
Se a operação for bem­sucedida, a Shell passará a ter participação relevante em áreas nobres de regiões onde já são produzidos volumes expressivos de petróleo e gás. A empresa já adquiriu 20% de Libra, um dos campos gigantes do pré­sal, mas ainda está em fase de exploração. A companhia também descobriu petróleo no pré­sal na área
apelidada de Gato do Mato (BM­S­54).
A BG tem um portfolio diversificado no país, que implicará mais custos de investimento para a Shell. Ela é sócia da Petrobras, Repsol e Galp em diversos campos do pré­sal, como Lula, Iracema, Iara, Lapa, Sapinhoá, Abaré Oeste, Iguaçu, Abaré e Carioca.
A informação de que a Shell negocia a compra da BG foi antecipada ontem pelo "The Wall Street Journal", parceiro do Valor. A compra, que pode ser fechada ainda hoje, está avaliada em US$ 50 bilhões, valor que, levando em conta o porte gigantesco da empresa, representa um sinal de como a queda nos preços do petróleo está afetando a
indústria global do setor. 
Se concluído, será o casamento de duas empresas que, como outras petroleiras, vêm sendo pressionadas pela drástica queda nos preços do petróleo e do gás desde meados do ano passado. O negócio permitirá que as gigantes europeias eliminem custos redundantes, o que ajudaria a compensar o impacto causado pelos preços baixos.
A Shell é uma das maiores petroleiras do mundo, com valor de mercado de US$ 192 bilhões. Além de petróleo, produziu mais de três trilhões de pés cúbicos de gás natural no ano passado. As negociações ocorrem, de acordo com o "WSJ", depois que a Shell anunciou ter recuado em suas ambições de se tornar uma importante produtora
de gás de xisto. O processo de faturamento hidráulico, ou "fracking", que usa areia e fluídos para extrair xisto e gás de formações rochosas, criou um boom de petróleo e gás nos Estados Unidos.
Aquisição dá impulso à Shell no país
A provável aquisição da BG pela Shell fará com que a gigante anglo­holandesa se torne a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás apenas da Petrobras. Também vai ultrapassar a Statoil e a Repsol Sinopec.
A compra permitirá aumento expressivo das reservas de petróleo da companhia, já que ela passará a ter participação relevante em áreas nobres do pré­sal, onde foram feitas as maiores descobertas do mundo e já são produzidos volumes expressivos. A Shell adquiriu 20% do campo de Libra, um dos gigantes do pré­sal leiloado pelo sistema de partilha da produção, que ainda está em fase de exploração.
A companhia também descobriu petróleo na área apelidada de Gato do Mato (BM­S­54, também no pré­sal) mas discute com a Pré­Sal Petróleo SA (PPSA) questões complexas relacionadas à individualização da produção. 
Atualmente, a Shell produz no Brasil 46,4 mil barris de óleo equivalente (boe) e o volume aumentará para 183,7 mil barris quando ela acrescentar os 137,2 mil barris da BG. 
A Shell ainda está em quinto lugar entre as maiores concessionárias brasileiras, mas com a venda dos campos Bijupirá­Salema para a PetroRio, ainda em análise pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção total de petróleo a que ela tem direito cai para cerca de 24 mil barris. A companhia tem também a concessão do Parque das
Conchas (BC­10), do BM­S­54 e BM­ES­27 (onde a Petrobras é operadora), além de Libra.
Já o portfólio da BG no Brasil é mais diversificado, o que implicará em mais custos de investimento para a Shell, já que o plano de investimentos da britânica prevê aportes de US$ 3 bilhões por ano no país. Não por acaso, a unidade brasileira da BG responde por 20% da produção total da companhia.
A empresa é sócia de Petrobras, Repsol Sinopec e Galp em campos do pré­sal, como Lula, Iracema, Iara, Lapa, Sapinhoá, Abaré Oeste, Iguaçu, Abaré e Carioca. Também adquiriu licenças para explorar áreas na Bacia de Barreirinhas.
O meganegócio também impressionou algumas fontes no Brasil. Mas fusões ou aquisições desse calibre já eram esperadas a partir da queda dos preços do petróleo. Foi o que ocorreu entre 1998 e 2002 nas compras da Amoco e Arco pela BP; da Texaco pela Chevron; da Mobil pela Exxon e na fusão das francesas Total, Petrofina e Elf. "A Shell inaugura uma onda de fusões que já era esperada. A BG tem reservas importantes mas precisa de muito dinheiro, e a Shell precisava de reservas", diz fonte.
Com BG, Shell espera produzir 550 mil barris por dia no Brasil em 2020
A combinação entre a petroleira Royal Dutch Shell com a BG Group vai elevar a posição da empresa no Brasil e a colocará em posição importante de investidora e titular de reservas no país. A companhia vê potencial de aumentar a produção de 52 mil barris de óleo equivalente por dia em 2014 para 550 mil barris para o grupo combinado no fim da década.
As operações de águas profundas no Brasil da BG oferecem crescimento no curto prazo, complementando a produção existente da Shell, além do potencial de longo prazo do projeto de Libra, de acordo com o comunicado das companhias. Elas destacam que o grupo combinado será o principal parceiro da Petrobras. 
A Shell já está bem estabelecida no país em águas profundas, com aproximadamente 10% da produção total vinda desse tipo de projeto. A tecnologia e os recursos da empresa são reconhecidos entre os melhores da indústria, segundo o comunicado, e a petroleira atingiu o atrativo retorno médio sobre o capital empregado em 12% em
2014, excluindo determinados itens.
Em 2013, a Shell entrou no campo de Libra. Ainda de acordo o comunicado, a experiência no local, junto com a expertise de 100 anos de participação no Brasil, fornece à Shell alto nível de confiança no potencial de rentabilidade e crescimento que podem ser liberados com a combinação dos recursos da Shell, portfólio e posição competitiva da BG em águas profundas.
A gigante petrolífera Royal Dutch Shell anunciou, em comunicado divulgado hoje, ter entrado em acordo para a compra do BG Group por 47 bilhões de libras (US$ 69,6
bilhões), em dinheiro e ações.
Para cada ação, os acionistas da BG receberão 383 centavos de libra em dinheiro e 0,4454 ação B da Shell, o que lhes atribuirá o equivalente a 19% do capital do grupo ampliado, fazendo deste um dos líderes mundiais no setor de gás natural liquefeito.
O preço envolve um prêmio de 50% em relação ao preço de fechamento, de 910,4 centavos de libra, da ação da BG na terça­feira.
As duas companhias enfrentam um cenário de queda de preços do petróleo, desde meados do ano passado, e a operação conjunta permitirá eliminar custos redundantes, de forma a compensar os efeitos negativos do ajuste de preços da commodity em suas mais importantes linhas.
“O resultado será uma companhia mais competitiva, mais forte para ambos os grupos de acionistas, em um ambiente mais volátil para os preços do petróleo”, disse em comunicado o chairman da Shell, Jorma Ollila.
No início dos negócios em Londres, as ações da Shell caíam 5%, enquanto as do BG Group subiam 37%. A compra do BG Group acrescentará 25% às reservas comprovadas de petróleo e gás da Shell e 20% à sua produção, assegurando também acesso aos preciosos campos de petróleo offshore da BG na Bacia de Santos, no Brasil, bem como a significativas reservas de gás, ainda pouco desenvolvidas, no leste da África e a um grande projeto de gás natural na Austrália.
“As posições da BG em águas profundas e sua força na exploração, liquefação e transporte de gás natural, bem como em marketing, combinarão bem com a escala, expertise em desenvolvimento e força financeira da Shell”, disse o CEO da BG, Helge Lund. 
Segunda maior do Brasil
A mega­aquisição da BG pela Shell fará com que a gigante anglo­holandesa se torne a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás apenas da Petrobras, ultrapassando a Statoil e a Repsol Sinopec. A produção da companhia, que hoje é de 46,4 mil barris diários de óleo equivalente no país, passará a 183,6 mil barris contando com os 137,2 mil barris da BG.
Se a operação for bem­sucedida, a Shell passará a ter participação relevante em áreas nobres de regiões onde já são produzidos volumes expressivos de petróleo e gás. A empresa já adquiriu 20% de Libra, um dos campos gigantes do pré­sal, mas ainda está em fase de exploração. A companhia também descobriu petróleo no pré­sal na área
apelidada de Gato do Mato (BM­S­54).
A BG tem um portfolio diversificado no país, que implicará mais custos de investimento para a Shell. Ela é sócia da Petrobras, Repsol e Galp em diversos campos do pré­sal, como Lula, Iracema, Iara, Lapa, Sapinhoá, Abaré Oeste, Iguaçu, Abaré e Carioca.
A informação de que a Shell negocia a compra da BG foi antecipada ontem pelo "The Wall Street Journal", parceiro do Valor. A compra, que pode ser fechada ainda hoje, está avaliada em US$ 50 bilhões, valor que, levando em conta o porte gigantesco da empresa, representa um sinal de como a queda nos preços do petróleo está afetando a
indústria global do setor. 
Se concluído, será o casamento de duas empresas que, como outras petroleiras, vêm sendo pressionadas pela drástica queda nos preços do petróleo e do gás desde meados do ano passado. O negócio permitirá que as gigantes europeias eliminem custos redundantes, o que ajudaria a compensar o impacto causado pelos preços baixos.
A Shell é uma das maiores petroleiras do mundo, com valor de mercado de US$ 192 bilhões. Além de petróleo, produziu mais de três trilhões de pés cúbicos de gás natural no ano passado. As negociações ocorrem, de acordo com o "WSJ", depois que a Shell anunciou ter recuado em suas ambições de se tornar uma importante produtora
de gás de xisto. O processo de faturamento hidráulico, ou "fracking", que usa areia e fluídos para extrair xisto e gás de formações rochosas, criou um boom de petróleo e gás nos Estados Unidos.
Aquisição dá impulso à Shell no país
A provável aquisição da BG pela Shell fará com que a gigante anglo­holandesa se torne a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás apenas da Petrobras. Também vai ultrapassar a Statoil e a Repsol Sinopec.
A compra permitirá aumento expressivo das reservas de petróleo da companhia, já que ela passará a ter participação relevante em áreas nobres do pré­sal, onde foram feitas as maiores descobertas do mundo e já são produzidos volumes expressivos. A Shell adquiriu 20% do campo de Libra, um dos gigantes do pré­sal leiloado pelo sistema de partilha da produção, que ainda está em fase de exploração.
A companhia também descobriu petróleo na área apelidada de Gato do Mato (BM­S­54, também no pré­sal) mas discute com a Pré­Sal Petróleo SA (PPSA) questões complexas relacionadas à individualização da produção. 
Atualmente, a Shell produz no Brasil 46,4 mil barris de óleo equivalente (boe) e o volume aumentará para 183,7 mil barris quando ela acrescentar os 137,2 mil barris da BG. 
A Shell ainda está em quinto lugar entre as maiores concessionárias brasileiras, mas com a venda dos campos Bijupirá­Salema para a PetroRio, ainda em análise pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção total de petróleo a que ela tem direito cai para cerca de 24 mil barris. A companhia tem também a concessão do Parque das
Conchas (BC­10), do BM­S­54 e BM­ES­27 (onde a Petrobras é operadora), além de Libra.
Já o portfólio da BG no Brasil é mais diversificado, o que implicará em mais custos de investimento para a Shell, já que o plano de investimentos da britânica prevê aportes de US$ 3 bilhões por ano no país. Não por acaso, a unidade brasileira da BG responde por 20% da produção total da companhia.
A empresa é sócia de Petrobras, Repsol Sinopec e Galp em campos do pré­sal, como Lula, Iracema, Iara, Lapa, Sapinhoá, Abaré Oeste, Iguaçu, Abaré e Carioca. Também adquiriu licenças para explorar áreas na Bacia de Barreirinhas.
O meganegócio também impressionou algumas fontes no Brasil. Mas fusões ou aquisições desse calibre já eram esperadas a partir da queda dos preços do petróleo. Foi o que ocorreu entre 1998 e 2002 nas compras da Amoco e Arco pela BP; da Texaco pela Chevron; da Mobil pela Exxon e na fusão das francesas Total, Petrofina e Elf. "A Shell inaugura uma onda de fusões que já era esperada. A BG tem reservas importantes mas precisa de muito dinheiro, e a Shell precisava de reservas", diz fonte.
Com BG, Shell espera produzir 550 mil barris por dia no Brasil em 2020
A combinação entre a petroleira Royal Dutch Shell com a BG Group vai elevar a posição da empresa no Brasil e a colocará em posição importante de investidora e titular de reservas no país. A companhia vê potencial de aumentar a produção de 52 mil barris de óleo equivalente por dia em 2014 para 550 mil barris para o grupo combinado no fim da década.
As operações de águas profundas no Brasil da BG oferecem crescimento no curto prazo, complementando a produção existente da Shell, além do potencial de longo prazo do projeto de Libra, de acordo com o comunicado das companhias. Elas destacam que o grupo combinado será o principal parceiro da Petrobras. 
A Shell já está bem estabelecida no país em águas profundas, com aproximadamente 10% da produção total vinda desse tipo de projeto. A tecnologia e os recursos da empresa são reconhecidos entre os melhores da indústria, segundo o comunicado, e a petroleira atingiu o atrativo retorno médio sobre o capital empregado em 12% em
2014, excluindo determinados itens.
Em 2013, a Shell entrou no campo de Libra. Ainda de acordo o comunicado, a experiência no local, junto com a expertise de 100 anos de participação no Brasil, fornece à Shell alto nível de confiança no potencial de rentabilidade e crescimento que podem ser liberados com a combinação dos recursos da Shell, portfólio e posição competitiva da BG em águas profundas.