Só investimentos garantem oferta de etanol para mercados interno e externo

23/08/2012 Etanol POR: Unica
O consumo global dos biocombustíveis deverá se expandir nos próximos anos, mas para que o etanol de cana brasileiro tenha acesso aos mercados internacionais, serão necessárias políticas públicas que levem a investimentos e à ampliação da produção. A avaliação é do diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, que participou na terça-feira (07/08), do 3º Encontro Internacional de Energia promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Para atingir as necessidades desses novos mercados, o setor sucroenergético brasileiro precisa de um planejamento estratégico e incentivos que possibilitem expandir a produção, garantindo etanol para exportação sem comprometer o abastecimento do País,” explica Sousa. Ele participou do painel “Mercado de Biocombustíveis no Mundo”, coordenado pelo vice-presidente da Fiesp e vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, uma das associadas da UNICA, João Guilherme Sabino Ometto,
Os Estados Unidos (EUA) e alguns países da União Européia (UE) já reconhecem as vantagens energéticas e ambientais do etanol de cana, o que coloca o produto em vantagem frente aos demais biocombustíveis. Os americanos, por exemplo, criaram a Renewable Fuel Standard (RFS), lei que prevê o consumo crescente de biocombustíveis, atingindo 136 bilhões de litros anuais em 2022. Desse total, 79 bilhões de litros deverão ser de biocombustíveis avançados, categoria em que se enquadra o etanol brasileiro.
“Nos EUA, a RFS define que os biocombustíveis avançados são aqueles capazes de reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) em pelo menos 50% em comparação à gasolina. O etanol de cana, que emite 90% menos GEEs em relação ao combustível fóssil, leva grande vantagem sobre o produto americano fabricado a partir do milho, que reduz as mesmas emissões em no máximo 38%,” explica Sousa.
Incentivos públicos
Agora, de acordo com o diretor executivo da UNICA, com outros países incentivando a utilização e a compra de combustíveis renováveis, falta o Brasil seguir o mesmo exemplo e criar mecanismos que garantam o crescimento da indústria da cana. “A grande vantagem dos programas dos EUA e União Europeia é que foram desenhados de tal forma que a demanda cresce gradativamente ao longo dos anos. Isto permite um adequado planejamento dos investimentos por parte dos empresários para suprir a demanda,” detalhou.
O evento da Fiesp, que teve como tema “Energia no Brasil: tão limpa, tão cara,” reuniu nos dias 06 e 07/08 autoridades governamentais, empresários, investidores e fornecedores de energia em discussões sobre o planejamento energético no contexto da economia sustentável, oferta, demanda e segurança do abastecimento de derivados, novas tecnologias de energia, oportunidades da energia solar, eólica e a regulação do etanol, entre outros. Patrocinaram do evento representantes da Tractebel Energia, CPFL Brasil, Ecom Energia, Bolt Energias, Comerc Energia, Light Energia e MPX. A correalização é da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).