Os acionistas da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho (RO), vão investir na companhia R$ 1,95 bilhão para o pagamento de dívidas com o mercado de curto prazo e com o consórcio construtor, segundo a Folha apurou.
Se um depósito de R$ 860 milhões não for feito na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) até a próxima terça (9), a empresa poderá perder a licença de operação da usina.
Os sócios devem investir valor correspondente à sua participação. Segundo essa lógica, a Furnas contribuiria com 39% do valor total, a Odebrecht, com 28,7%, a Andrade Gutierrez, com 12,4%, a Cemig, com 10%, e o FI-FGTS, com os 9,9% restantes.
"Furnas já comunicou formalmente à Santo Antônio que irá realizar o aporte referente à sua participação na sociedade [39%]", disse a empresa em comunicado.
Oficialmente, Furnas afirma que o pedido feito pela Santo Antônio Energia --empresa que gere a usina, da qual ela é acionista-- foi de R$ 850 milhões no total, valor que seria suficiente para pagar apenas a dívida no mercado de curto prazo.
A Folha, no entanto, apurou que a injeção será maior.
A Odebrecht também confirmou que realizará investimento, sem revelar o valor.
"A Odebrecht confirma a decisão de efetivar o aporte imediato do seu quinhão para assegurar a retomada das obras e foi informada de que os sócios farão o mesmo."
Segundo a companhia, os sócios estão aguardando o julgamento de recursos que estão no Superior Tribunal de Justiça e na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para definir o valor exato que será preciso investir.
As ações tentam postergar o cronograma de entrega da usina, o que a isentaria de arcar com os prejuízos no mercado de curto prazo.
A dívida da Santo Antônio com esse mercado aconteceu porque a usina não conseguiu gerar toda a energia que havia se comprometido a entregar, e precisou comprar a diferença.
Até o início de agosto, Santo Antônio detinha duas liminares que a isentavam de honrar essas obrigações. No entanto, ambas caíram e agora a empresa precisa pagar o acumulado desde abril, a não ser que obtenha decisões favoráveis nos recursos.
Andrade Gutierrez, Cemig e FI-FGTS também confirmam investimentos, conforme apurou a reportagem.
Por meio de sua assessoria, a Santo Antônio Energia afirmou que ainda não há definição sobre a injeção de recursos, porque ela depende de uma decisão dos acionistas em assembleia-geral extraordinária.
Com o investimento maior, será possível pagar também ao consórcio construtor, que há duas semanas ameaçou paralisar as obras, após a interrupção dos pagamentos por parte da Santo Antônio.
A primeira etapa da usina já está praticamente concluída. Foram instaladas 32 turbinas, sendo que a última ainda está em fase de teste. O que falta para a conclusão são estruturas para operação e manutenção da usina. Outras 18 turbinas da segunda etapa só devem entrar em operação em 2016.
Machado da Costa
Os acionistas da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho (RO), vão investir na companhia R$ 1,95 bilhão para o pagamento de dívidas com o mercado de curto prazo e com o consórcio construtor, segundo a Folha apurou.
Se um depósito de R$ 860 milhões não for feito na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) até a próxima terça (9), a empresa poderá perder a licença de operação da usina.
Os sócios devem investir valor correspondente à sua participação. Segundo essa lógica, a Furnas contribuiria com 39% do valor total, a Odebrecht, com 28,7%, a Andrade Gutierrez, com 12,4%, a Cemig, com 10%, e o FI-FGTS, com os 9,9% restantes.
"Furnas já comunicou formalmente à Santo Antônio que irá realizar o aporte referente à sua participação na sociedade [39%]", disse a empresa em comunicado.
Oficialmente, Furnas afirma que o pedido feito pela Santo Antônio Energia --empresa que gere a usina, da qual ela é acionista-- foi de R$ 850 milhões no total, valor que seria suficiente para pagar apenas a dívida no mercado de curto prazo.
A Folha, no entanto, apurou que a injeção será maior.
A Odebrecht também confirmou que realizará investimento, sem revelar o valor.
"A Odebrecht confirma a decisão de efetivar o aporte imediato do seu quinhão para assegurar a retomada das obras e foi informada de que os sócios farão o mesmo."
Segundo a companhia, os sócios estão aguardando o julgamento de recursos que estão no Superior Tribunal de Justiça e na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para definir o valor exato que será preciso investir.
As ações tentam postergar o cronograma de entrega da usina, o que a isentaria de arcar com os prejuízos no mercado de curto prazo.
A dívida da Santo Antônio com esse mercado aconteceu porque a usina não conseguiu gerar toda a energia que havia se comprometido a entregar, e precisou comprar a diferença.
Até o início de agosto, Santo Antônio detinha duas liminares que a isentavam de honrar essas obrigações. No entanto, ambas caíram e agora a empresa precisa pagar o acumulado desde abril, a não ser que obtenha decisões favoráveis nos recursos.
Andrade Gutierrez, Cemig e FI-FGTS também confirmam investimentos, conforme apurou a reportagem.
Por meio de sua assessoria, a Santo Antônio Energia afirmou que ainda não há definição sobre a injeção de recursos, porque ela depende de uma decisão dos acionistas em assembleia-geral extraordinária.
Com o investimento maior, será possível pagar também ao consórcio construtor, que há duas semanas ameaçou paralisar as obras, após a interrupção dos pagamentos por parte da Santo Antônio.
A primeira etapa da usina já está praticamente concluída. Foram instaladas 32 turbinas, sendo que a última ainda está em fase de teste. O que falta para a conclusão são estruturas para operação e manutenção da usina. Outras 18 turbinas da segunda etapa só devem entrar em operação em 2016.
Machado da Costa