Soja: Balanço global e La Niña sustentam bons preços

09/10/2020 Agronegócio POR: Marino Guerra

Preços estão muito bons, mas será que poderão estar ainda melhores?

Num estudo de mercado mensal realizado por uma confiável instituição financeira sobre as perspectivas dos principais produtos agropecuários do globo, considerando os dados de setembro, é apontado para um longo período de preços firmes na soja em decorrência de diversos fatores, porém se destacando dois: estoque mundial e condição climática.

A situação do balanço global do grão deixou o status de “confortável” para “apertado”. Foram produzidas na safra 18/19, 360 milhões de toneladas, já a perspectiva do período corrente e de se produzir são 337 milhões, atingindo o recorde de 370 milhões, como expectativa, para a temporada 20/21.

A queda no atual ciclo produtivo tem como principal agente os Estados Unidos, que em decorrência principalmente de fatores climáticos ocorridos na colheita, viu seus números caírem expressivas 24 milhões de toneladas, para se ter ideia de magnitude, representa meia sojicultura Argentina.

O “aperto” aparece ao inserir a linha “consumo”, isso porque é esperado para essa safra 352 milhões de toneladas, o que retirará do estoque mundial 15 milhões. E a expectativa para 20/21 também é de déficit (por enquanto de apenas um milhão de toneladas), lembrando que a produção mundial deverá bater o seu recorde já quebrado nesse ano.

O segundo fator de sustentação de valor atende pelo nome de La Niña e a seca que trouxe para o início da primavera no Centro-Sul brasileiro, postergando o ganho de área de plantio a partir da segunda quinzena de outubro.

Assim, os preços da soja seguem subindo o morro em alta velocidade, para se ter ideia o indicador Cepea/Esalq fechou ontem (8), a saca de 60 kg no porto de Paranaguá, cotado a US$ 28,61, valor que não era visto desde o dia 30 de junho de 2016. Crescimento também registrado nos mercados futuros e internacionais.

Considerando essa conjuntura, o produtor que ainda não travou, deve fazer, pelo menos uma parte considerada, o quanto antes, pois analisando o nível tecnológico do Brasil, a não ser em caso de uma catástrofe, é correr um risco desnecessário pagar para ver.