Soja (Copercana) avança em produtividade e preço

06/04/2022 Noticias POR: MARINO GUERRA


Diversos produtores vão bater o recorde da propriedade

 

Nas primeiras águas da primavera, quando se anuncia o início do plantio de soja, muitos agricultores ainda carregavam a dúvida do tamanho da área que ia entrar para reforma da cana, isso em decorrência dos eventos climáticos extremos (secas, geadas e incêndios) somados à expectativa de preços históricos para a temporada 22/23. Para ajudar na indecisão, os gráficos de preço da soja indicavam tendências de depreciação além das notícias em relação à falta e aumento significativo do preço de alguns dos principais insumos utilizados na cultura. Poucos imaginavam que a La Niña faria mais uma das suas artes ao secar o verão do sul do Brasil de tal maneira que deverá derrubar em 10% a safra nacional. Segundo informações publicadas pelo Rally da Safra, os três estados que compõem a região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) devem ter uma média de produtividade por volta das 35 sacas por hectare. Não precisou de mais nada para “touro botar o urso para correr” e o valor da saca ultrapassar os R$ 200,00 em algumas diversas praças produtoras. E como a cereja do bolo, para a região de abrangência da Copercana, o verão veio do jeito que a soja gosta, com chuvas regulares e um veranico em março, que colaborou para a secagem dos campos sem a necessidade de uso do dessecante (que também estava em falta). Resultado: Produtividades históricas pipocando em diversas fazendas.

Casos de sucesso

Tradicional na cana e a mendoim, a família Deliberto finalizou sua quarta temporada nos grãos (soja) com algo em torno de 400 hectares cultivados nas redondezas de Dumont e R ibeirão Preto. Com ganhos de área progressivos, o agrônomo Rodrigo Deliberto ressaltou que tanto o investimento como o aprendizado na cultura também cresceram de modo constante, fatores importantes para conseguirem ultrapassar a média de 70 sacas por hectare pela primeira vez.

 


Rodrigo Deliberto ressalta a evolução de todos e as condições favoráveis como motivos que levaram a quebra de recorde de produtividade

 

“Lógico que o clima nos ajudou muito, mas o resultado veio também com a evolução na nossa infraestrutura e na experiência que nos permitiu conseguir fazer o preparo de solo no tempo correto para aproveitarmos a janela ideal de plantio e também na escolha das variedades (foram plantadas a TMG 7063 e a HO Iguaçu)”, disse Deliberto. O produtor também falou da parceria com a cooperativa para conseguir atingir os objetivos: “Desde a aquisição dos implementos, passando pela compra das sementes, fertilizantes e defensivos, até a entrega da soja, a Copercana está presente. Acreditamos no conceito do ciclo virtuoso que consiste em termos uma fornecedora cada vez mais forte interessada em nosso crescimento justamente porque vai comercializar nossa produção”. Já experiente na formação da lavoura de grãos na reforma do canavial, o produtor de Serrana-SP, Daniel Tavarez Serrano, que cultivou pouco mais da metade de sua área de 340 hectares em meiosi, também conquistou uma produtividade expressiva, próxima das 65 sacas por hectare. Ele destacou que como os manejos na fazenda pouco mudam de um ano para o outro, como por exemplo a escolha das variedades (sempre com a tecnologia intacta e as variedades M 6410 e 5947 e a TMG 7063) e a opção pela secagem natural da lavoura, os resultados acima da média, como da atual safra, demonstram a importância da chuva para a cultura.


O produtor Daniel Tavarez Serrano ao lado do agrônomo da equipe técnica de grãos da Copercana, Caio Silva Barbosa. Cultivo da soja em meiosi.

 

Fila na entrega

Como ninguém esperava por uma produtividade tão alta, somada ao aumento de área na região canavieira, em decorrência do grande número de reformas causados pela combinação gelo e fogo da última safra, e a janela de colheita menos planejada, pela falta de dessecante, a entrega da produção, em especial sua primeira metade, foi marcada por grandes filas de caminhão na frente dos silos. E nas duas unidades da Copercana (Sertãozinho e Guaíra) não foi diferente. Segundo as contas do diretor comercial  agrícola, Augusto Cesar Strini Paixão, eram esperadas cerca de 80 mil toneladas e a expectativa, na metade do mês de março, já ultrapassava das 100 mil toneladas. “O volume é tão grande que arrendamos um segundo silo em Guaíra e também disponibilizamos uma estrutura em nossa unidade de grãos 3 (antiga Usina Albertina) para elevar a capacidade de armazenagem. Outro ponto é que,  como os preços estão bem atrativos, já estamos negociando parte da soja”, disse Paixão. Um quarto motivo é o aumento expressivo no número de agricultores que entregaram sua produção para a Copercana, como explica o dirigente: “Além da tradição da Copercana, que dá segurança e facilidade de conversa, nossa forma de negociar também pesa na decisão dos produtores”. Ele ainda espera um volume, maior ou parecido, para a safra 22/23. Isso porque os preços tendem a se manterem firmes e, na região, ter muitos canaviais entrando em reforma, o que levará ao investimento na melhoria do recebimento a partir do encerramento da safra atual.