Sonhos plantados, conquistas colhidas

05/11/2021 Noticias POR: FERNANDA CLARIANO


Uma trajetória de 35 anos de trabalho e dedicação

 

A Copercana – Cooperativa de Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo é uma das cooperativas que mais têm crescido no estado de São Paulo. Atualmente conta com um quadro de mais de 7.200 cooperados e mais 1.600 funcionários que fazem dela uma instituição sólida e de excelência nos serviços prestados aos seus cooperados e clientes através do fornecimento de produtos e serviços que agregam valor às suas atividades agropecuárias.

A partir desta edição, a Revista Canavieiros irá homenagear os colaboradores que fizeram sua história junto à Copercana. Uma forma de reconhecer e prestigiar quem se dedica à cooperativa há várias décadas. Profissionais que acreditam na importância dos seus papéis e no desenvolvimento da cooperativa e fazem valer a premissa de que a vida dá sempre uma oportunidade para aqueles que buscam fazer diariamente seu trabalho com comprometimento e competência. Basta saber aproveitar e valer a pena cada ocasião.

A reportagem da Revista Canavieiros conversou com o superintendente comercial de Insumos da Copercana, Frederico José Dalmaso, que falou sobre a sua trajetória de 35 anos na cooperativa, bem como as lembranças que enriqueceram essa editoria com detalhes vivenciados por ele, que mostram o seu preparo e conhecimento necessários para cumprir os desafios de tornar a cooperativa cada vez mais forte.

Natural de Sertãozinho, Dalmaso nasceu no dia 2 de agosto de 1962. Filho dos ex-professores Frederico Dalmaso Júnior e de Edith Silveira Dalmaso (in memorian), ele viveu boa parte da sua infância na propriedade rural do seu avô materno, Pedro Silveira, onde passava as férias junto com o seu irmão gêmeo, Pedro Dalmaso. “Fui criado na roça onde adorava passar as férias. Quando queriam me agradar era só me mandar para lá. Sempre gostei de ajudar a plantar, andar a cavalo e sinto muita saudade daquele tempo. Eu fui muito feliz naquele lugar”.

O gosto pela agricultura que veio das raízes cresceu ainda mais quando recebeu o incentivo do seu padrinho, Hélio Dalmaso para cursar agronomia. Frederico se formou em junho de 1986, pela Faculdade de Agronomia “Luiz Meneghel”, em Bandeirantes, no Estado do Paraná.


As atividades no campo fizeram parte do início das suas atividades na cooperativa

 

Em setembro de 1986, iniciou as atividades na Copercana como engenheiro agrônomo, onde por oito anos trabalhou no campo realizando difusão de tecnologias junto aos cooperados, acompanhando o plantio e os tratos culturais das lavouras. “Quando comecei a trabalhar na cooperativa tinha uma equipe de vendas, porém não havia um departamento de vendas, era um departamento técnico gerenciado pelo finado Manoel Ortolan. Lembro-me que na época tive algumas conversas com o ‘Maneco’ que a princípio não atendeu à minha solicitação, mas depois acabou aceitando e os departamentos foram separados passando a existir o comercial”.

Posteriormente iniciaram-se as vendas realizadas pelos agrônomos de campo, onde os cooperados ficaram totalmente assistidos, desde a recomendação técnica até a aquisição dos defensivos e fertilizantes. “A área comercial é pautada na eficiência. Se você conhece tecnicamente o que vende, consegue vender bem. Fui me adaptando, crescendo e fiquei muito animado

Gratidão pelos mestres

“Tive o finado Antônio Roberto Verri como chefe por pouco tempo, mas me lembro de que ele nos falava ‘Não contem mentiras’. Ele dizia para contarmos sempre a verdade aos clientes e juntei isso à minha educação. Não faça nada que você não possa contar para os outros, e hoje me sinto orgulhoso pela minha história. Precisei falar alguns nãos e fiz inimizades, mas faço as coisas como têm que ser feitas e isso foi um grande aprendizado. A Copercana acreditou mais em mim do que eu mesmo. Me deram uma condição que nem eu sabia se daria conta e só tenho gratidão a quem me ajudou a ser o que sou hoje”.

Em abril de 1994, Frederico foi convidado para assumir a gerência comercial de Insumos Agrícolas, onde está até hoje, realizando compras dos defensivos e fertilizantes, coordenando uma equipe de 54 colaboradores, dentre eles a equipe de vendas, composta por 20 agrônomos, a Central de Recebimento de Defensivos, a equipe de apoio a área comercial, tanto na matriz como na Uname, e organizando toda a logística de campo, vendas e estoque dos defensivos agrícolas/fertilizantes.

“Na época, o senhor Toninho Tonielo me chamou na diretoria para conversar e me convidou para ocupar o cargo de gerente comercial. Levei um susto e fiquei nervoso, mas sempre fui muito determinado e aceitei o desafio e a confiança que ele havia depositado em mim. Fui aprendendo com ele e só tenho a agradecer por ter tido um professor como o senhor Toninho. Devo profunda gratidão a ele e ao finado Verri que me ajudaram bastante”.

Os desafios de aceitar um cargo de liderança

 Frederico deixou de ser um agrônomo de campo e foi se especializar para assumir o novo cargo. Fez MBA em Controladoria e Finanças na cidade de Ribeirão Preto para entender um pouco mais sobre a área comercial. “Quando você aceita um cargo de liderança, não pode querer ser o que era antes. Passei a me dedicar na parte comercial e foi algo que me despertou, tenho uma paixão muito grande por essa área onde um dia é diferente do outro e eu gosto muito disso”.

Princípios de valorização pelo ser humano e respeito fazem parte do legado que procura passar para os seus funcionários que atendem diariamente renomadas multinacionais. “Sempre que posso ajudo as pessoas que vejo que têm vontade de aprender e crescer, eu trago essas pessoas para perto de mim. Sempre ensinei a elas como manter a alegria de viver, porque aprendi com meus pais, acho que vem de família. E também digo que nunca queiram ser melhores que ninguém, que mantenham o pé no chão. Isso aprendi com quem me contratou”.

Os parceiros


Em 2002 com diretores, agrônomos e empresas parceiras

 

Frederico não deixa faltar o olhar atencioso e é do tipo que faz questão de estar com os parceiros da cooperativa em todas as tomadas de decisões. “A Copercana hoje é muito mais próxima das multinacionais e as que são mais focadas no negócio estão conosco – são as que ficam. Eu tenho muita amizade e confiança junto aos nossos parceiros, mas aprendi com os anos a conversar na hora certa, me posicionar quando preciso e deixar bem claro para as pessoas e empresas o que a cooperativa quer. Tenho essa força toda porque atrás de mim tem uma grande empresa e a Copercana tem uma credibilidade muito grande no mercado. Isso me ajudou e ajuda bastante”.

Homenagem


Da esquerda para a direita, Diego Mendes Alves da Silva (ATV da IHARA); Frederico Dalmaso; Frederico Mendes Pereira (gerente comercial da IHARA) e Luciano Antoniol de Almeida (gerente de Marketing Regional IHARA)

 

Recentemente, Frederico foi homenageado pela multinacional IHARA, pelos seus 35 anos de Copercana. Na oportunidade, o gerente comercial da IHARA, Frederico Mendes Pereira, enalteceu o trabalho e a dedicação de Dalmaso junto à cooperativa. “Em nome da IHARA, parabenizamos o sr. Frederico Dalmaso pelos 35 anos de dedicação à Copercana. Essa é uma expressão de agradecimento e admiração pelo seu profundo conhecimento de mercado e por sua história traçada junto à cooperativa. São pessoas como ele, com seu comprometimento e amor, que consolidam ainda mais a história dessa cooperativa. A IHARA reconhece o seu trabalho e acredita muito nessa parceria que só tende a crescer a cada ano. Reforço nossos parabéns e desejos de sucesso”, salientou Pereira. “Fiquei muito feliz e recebo essa homenagem com muita gratidão. A IHARA é uma empresa que vem crescendo com a gente, oferecendo bons produtos, credibilidade e é ética no trabalho. Essa foi uma surpresa boa, me deixou muito feliz”.

Lição de vida

 Frederico afirma que em todo esse tempo de empresa aprendeu a ver a vida de maneira diferente. “Aprendi a valorizar as pessoas, a honestidade, a fidelidade e o comprometimento, sem isso eu não teria chegado aonde cheguei. Mas tive decepções também, têm problemas que são inerentes ao nosso dia a dia e não tem como escapar. O que mais vivi de bom na Copercana foi esse treinamento que passei ao conhecer pessoas. O mundo não é feito só de pessoas boas e nem de pessoas ruins, você tem que escolher as suas companhias – quem vai comungar os mesmos valores que você, isso foi o que mais aprendi aqui”.

Família


Frederico e Helena, com quem é casado há 31 anos, e ao lado com o seu filho João Frederico

 

Aos 27 anos, Frederico se casou com Helena Christina Martineli Dalmaso, com quem tem o seu único filho, João Frederico. Ele fala como é conciliar o trabalho e a família. “Sou casado com a Helena há 31 anos. Conversamos bastante sobre nossa família, mas acho muito difícil não levar algo do trabalho para casa, porém consigo ministrar bem, não deixo que as coisas de casa influenciem no dia a dia do trabalho e vice-versa”.

O que mais importa é gostar do que faz. “O meu filho sempre quis ser engenheiro agrônomo, mas foi para o Paraná cursar Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia contrariado porque eu o desaconselhei a fazer agronomia. Na época isso me incomodou, pois ele só precisava do meu aval para voltar e fazer o que realmente queria. Certa ocasião expliquei a ele que eu estava errado em não permitir que fizesse agronomia, mas era cuidado, já que eu havia passado uma época difícil e não gostaria que ele passasse o que passei. Precisei de um tempo para ver que era bobagem e que ele deveria seguir a vocação dele. Acabamos de conversar e ele mudou de curso correndo. Hoje está mais próximo de casa cursando o segundo ano de agronomia e adorando. Às vezes me chama para ajudá-lo a estudar e isso me trouxe mais leveza”.

O mercado de insumos

 Por sua experiência, Frederico já vivenciou várias crises no setor de insumos, e ressalta que é preciso ter muito cuidado com informações. “É preciso ver quais são os interesses por trás das informações que nos chegam e pesar na balança. Realmente existe uma falta de produtos porque ficamos praticamente dois anos sem produzir com a pandemia e isso já era esperado. O mercado de defensivos realmente está enfrentando um ano diferente por causa da pandemia, pode ser que chegue em novembro e isso melhore – mas é preciso ter cuidado. Acredito que a questão de insumos seja resolvida no máximo até janeiro próximo. O que temos passado para os produtores neste momento é que tentem manter a calma porque as notícias são ruins, mas o que vendemos, o que nos comprometemos, nós vamos atender”.

Feira Agronegócios Copercana

A feira Agronegócios Copercana hoje representa muito para a cooperativa e também para os cooperados e foi se moldando ao longo dos anos. “Sempre tive o apoio do senhor Toninho para a realização da feira, ele tem uma grande visão e gosta do que é certo. No início não foi fácil, teve as dificuldades, mas hoje é um sucesso, cada ano que passa vem crescendo. Atualmente 30% do que vendemos são frutos da feira. O que o cooperado fecha no Agronegócios Copercana ele consegue por um preço bom. A nossa feira acontece para que o produtor realmente faça bons negócios, quem compra nunca se arrepende. A Copercana tem muita credibilidade. Em 1994 faturávamos R$ 22 milhões por ano. Atualmente a área comercial fatura R$ 1.3 bilhões”.

Com a pandemia a feira precisou ser repensada e adaptada às recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Em duas edições aconteceu de forma virtual e hibrida. “A feira presencial é mais forte e é fácil de vender, já no formato virtual é mais fácil falar não. Mas acho que as duas edições que tivemos online foram sucesso, porém a feira presencial é muito melhor, sem dúvida”.

Convicção das suas escolhas

Trabalhar há 35 anos em uma instituição é mais que uma relação de emprego ou trabalho, são oportunidades, trocas de experiências, trabalho em equipe, dedicação e comprometimento. É vestir a camisa e encarar os desafios. Aos 59 anos de idade, com 35 deles dedicados à Copercana, Dalmaso ainda fala com empolgação da sua história. Ele completa esse marco na sua carreira com o mesmo entusiasmo do começo.

“Durante todo esse tempo pude acompanhar as transformações na cooperativa e seu crescimento assim como as mudanças no setor de insumos, a expansão da minha equipe bem como a chegada de novas empresas parceiras e também a conquista de grandes clientes que se tornaram meus amigos. Nessas mais de três décadas, aprendi algumas lições de carreira que me fizeram ter convicção das escolhas que fiz e faria tudo de novo. As minhas escolhas sempre foram feitas por mim, sem esperar nada de ninguém e hoje entendo isso. Eu tenho feito o possível para que as coisas deem certo, enfrentamos fortes concorrentes, mas estamos sempre ganhando porque temos uma coisa muito boa chamada relacionamento”.

“O profissional, em qualquer oficio, alcançará o triunfo a partir de um espírito tenaz, forte e obstinado”. Afonso Opazo