Sumitomo compra 20% de empresa de biomassa da Cosan

29/02/2016 Cana-de-Açúcar POR: Valor Econômico
Até então uma startup, a Cosan Biomassa, controlada da gigante de infra-estrutura e energia Cosan, entra no seu primeiro ano de escala comercial com uma sócia de peso. A trading Sumitomo Corporation anunciou hoje no Japão a compra de 20% da empresa, que nasceu com o propósito de desenvolver um mercado de longo prazo para o bagaço e a palha da cana e, para isso, aposta na produção de pellets da biomassa. O valor pago pela fatia minoritária não foi informado, mas após a entrada da japonesa, a Cosan Biomassa passou a ser avaliada em cerca de R$ 500 milhões, disse ao Valor o presidente da empresa, Mark Lyra.
A planta comercial entrou em operação no ano passado no município paulista de Jaú, ao lado da usina de cana-de-açúcar da Raízen Energia, outra controlada da Cosan. A unidade tem capacidade instalada para produzir 175 mil toneladas de pellets por ano. Antes de inaugurar a planta, a Cosan Biomassa, criada em 2010, pesquisou por alguns anos a tecnologia para fabricar o produto.
Por ser considerado inovador, o projeto obteve financiamento reembolsável, a juros subsidiados, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Foram aprovados R$ 254,9 milhões e, até agora, a financiadora desembolsou R$ 169,7 milhões. Conforme a Finep, o projeto tem ainda uma contrapartida da Cosan Biomassa de R$ 110 milhões.
Segundo Lyra, o projeto não se restringe ao desenvolvimento da tecnologia, mas de toda a cadeia produtiva do pellets. Isso inclui criar um mercado de longo prazo para o bagaço e a palha da cana e desenvolver a demanda para o produto final. A ideia, explicou, é "amarrar" as duas pontas, ou seja, fechar contratos de venda de pellets e, ao mesmo tempo, firmar os de compra de bagaço e palha, ambos de longa duração.
O primeiro contrato de aquisição de bagaço foi feito por um período de dez anos com a própria unidade da Raízen vizinha à fábrica de pellets. Já o primeiro contrato de venda do produto final está em negociação, com previsão de ser finalizado neste ano, afirmou Lyra. "Será uma exportação para um dos maiores geradores de energia da Europa".
Usualmente feito a partir de resíduos de madeira, os pellets são largamente usados nos Estados Unidos e na Europa como combustível em aquecedores residenciais, em caldeiras de indústrias e pelas geradoras de eletricidade. Os principais mercados¬alvo da Cosan Biomassa são o europeu, o japonês e o sul-coreano.
"Só o Japão deve importar entre 10 milhões e 20 milhões de toneladas de biomassa pelletizada até 2030. Acreditamos que uma parcela relevante dessa demanda será atendida pela biomassa de cana-de-açúcar disponível no Brasil", disse em comunicado Yoshi Kusano, gerente geral de biomassa da Sumitomo Corporation.
Os pellets da Cosan Biomassa são únicos no mundo, segundo Lyra. A fábrica recebe bagaço e palha de cana e os transforma, por meio de um processo de secagem e compressão, em pequenos pedaços de "energia", no formato de palitos. No longo prazo, a empresa quer ampliar sua produção para 2 milhões de toneladas por ano (até 2025), com potencial de quadruplicar a depender da demanda do mercado e do retorno gerado pelo negócio, segundo Lyra.
Um dos maiores desafios da empresa ainda passa pelo recolhimento da palha de cana no campo a um custo competitivo. Os testes nessa frente começaram há cerca de quatro anos e, desde então, a empresa obteve uma redução de 40% no custo dessa operação, de acordo com o executivo. "Nos próximos cinco anos, vamos conseguir uma economia de 20% a 30%", estimou.
Ele explicou que cogeração de energia e pellets não serão concorrentes pela mesma matéria-prima (bagaço e palha). "São complementares". "As usinas eficientes no uso de energia na produção de açúcar, etanol e eletricidade geram uma sobra de bagaço", afirmou o presidente da Cosan Biomassa. 
 
 
Até então uma startup, a Cosan Biomassa, controlada da gigante de infra-estrutura e energia Cosan, entra no seu primeiro ano de escala comercial com uma sócia de peso. A trading Sumitomo Corporation anunciou hoje no Japão a compra de 20% da empresa, que nasceu com o propósito de desenvolver um mercado de longo prazo para o bagaço e a palha da cana e, para isso, aposta na produção de pellets da biomassa. O valor pago pela fatia minoritária não foi informado, mas após a entrada da japonesa, a Cosan Biomassa passou a ser avaliada em cerca de R$ 500 milhões, disse ao Valor o presidente da empresa, Mark Lyra.

 
A planta comercial entrou em operação no ano passado no município paulista de Jaú, ao lado da usina de cana-de-açúcar da Raízen Energia, outra controlada da Cosan. A unidade tem capacidade instalada para produzir 175 mil toneladas de pellets por ano. Antes de inaugurar a planta, a Cosan Biomassa, criada em 2010, pesquisou por alguns anos a tecnologia para fabricar o produto.

 
Por ser considerado inovador, o projeto obteve financiamento reembolsável, a juros subsidiados, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Foram aprovados R$ 254,9 milhões e, até agora, a financiadora desembolsou R$ 169,7 milhões. Conforme a Finep, o projeto tem ainda uma contrapartida da Cosan Biomassa de R$ 110 milhões.

 
Segundo Lyra, o projeto não se restringe ao desenvolvimento da tecnologia, mas de toda a cadeia produtiva do pellets. Isso inclui criar um mercado de longo prazo para o bagaço e a palha da cana e desenvolver a demanda para o produto final. A ideia, explicou, é "amarrar" as duas pontas, ou seja, fechar contratos de venda de pellets e, ao mesmo tempo, firmar os de compra de bagaço e palha, ambos de longa duração.

 
O primeiro contrato de aquisição de bagaço foi feito por um período de dez anos com a própria unidade da Raízen vizinha à fábrica de pellets. Já o primeiro contrato de venda do produto final está em negociação, com previsão de ser finalizado neste ano, afirmou Lyra. "Será uma exportação para um dos maiores geradores de energia da Europa".

 
Usualmente feito a partir de resíduos de madeira, os pellets são largamente usados nos Estados Unidos e na Europa como combustível em aquecedores residenciais, em caldeiras de indústrias e pelas geradoras de eletricidade. Os principais mercados¬alvo da Cosan Biomassa são o europeu, o japonês e o sul-coreano.

 
"Só o Japão deve importar entre 10 milhões e 20 milhões de toneladas de biomassa pelletizada até 2030. Acreditamos que uma parcela relevante dessa demanda será atendida pela biomassa de cana-de-açúcar disponível no Brasil", disse em comunicado Yoshi Kusano, gerente geral de biomassa da Sumitomo Corporation.

 
Os pellets da Cosan Biomassa são únicos no mundo, segundo Lyra. A fábrica recebe bagaço e palha de cana e os transforma, por meio de um processo de secagem e compressão, em pequenos pedaços de "energia", no formato de palitos. No longo prazo, a empresa quer ampliar sua produção para 2 milhões de toneladas por ano (até 2025), com potencial de quadruplicar a depender da demanda do mercado e do retorno gerado pelo negócio, segundo Lyra.

 
Um dos maiores desafios da empresa ainda passa pelo recolhimento da palha de cana no campo a um custo competitivo. Os testes nessa frente começaram há cerca de quatro anos e, desde então, a empresa obteve uma redução de 40% no custo dessa operação, de acordo com o executivo. "Nos próximos cinco anos, vamos conseguir uma economia de 20% a 30%", estimou.

 
Ele explicou que cogeração de energia e pellets não serão concorrentes pela mesma matéria-prima (bagaço e palha). "São complementares". "As usinas eficientes no uso de energia na produção de açúcar, etanol e eletricidade geram uma sobra de bagaço", afirmou o presidente da Cosan Biomassa.