Chuvas de novembro chegam sem certeza de permanência
Primeira chuva de novembro chegando na região de abrangência da Copercana (imagem de satélite do IPMet feita na tarde do dia 9)
A imprevisibilidade presente em diversos setores de 2020 não ia deixar de aparecer naquele que talvez é uma das áreas mais complexas de se prever, o estudo do comportamento do tempo.
Assim, no mês de novembro, os prognósticos climáticos produzidos em outubro indicavam para volumes robustos de chuvas, maiores até mesmo que as normais climáticas, mas o que se viu até o dia nove foi uma total paralisia de precipitações na região de abrangência da Copercana, levando tensão entre os produtores rurais.
Em entrevista concedida ao portal Notícias Agrícolas, o especialista em agrometeorologia da Esalq/Usp, Paulo Sentelhas, afirmou que o comportamento do tempo nos últimos meses, em especial por influência do La Niña, torna as previsões de grandes intervalos de tempo, mais imprecisas se comparado com anos anteriores.
Ele disse que até mesmo os estudos de curto prazo não vêm se confirmando, como a primeira chuva de novembro, que até sexta-feira estava prevista para entre o dia 9 e 10 e depois passou para o dia 16 e depois acabou voltando (graças a Deus) para a data inicial.
Tal instabilidade mexe com o mercado de açúcar, que na escala mundial passou a última semana andando de lado, o contrato para março/21 foi cotado a maior parte do tempo entre 14,50 e 15 centavos de dólar por libra-peso.
Bons valores, mas nada o que se equipara ao que aconteceu com o preço do adoçante no mercado interno, o valor da saca de 50 kg do cristal (índice Cepea/Esalq) superou na quarta-feira e se manteve até o final de semana acima da casa dos R$ 102,00, o que nunca havia acontecido desde o surgimento da cotação em maio de 2003.
Esse evento é explicado pela falta de previsão do tempo, acrescido de uma influência grande da queda repentina do dólar, que abandonou o patamar de R$ 5,76 no dia 03, para R$ 5,40 (valor da cotação na tarde de segunda-feira, 09).
Todas as incertezas levam a apenas uma afirmação: o produtor que conseguir extrair o máximo de produtividade na safra do ano que vem e também driblar as intempéries climáticas, fazendo uma colheita de sucesso na rotação de cultura (soja ou amendoim), deverá ter um 2021 bastante próspero.
Valor do açúcar no mercado interno (índice Cepea/Esalq) bate recorde ultrapassando a marca dos R$ 102,00 a saca de 50 kg