Mario Lorencatto - CEO da Usina Coruripe
Estar entre as 100 maiores empresas do setor de agronegócio, além de ser um dos destaques nos principais rankings nacionais que reconhecem os bons resultados com relação às iniciativas ESG (Environmental, social and corporate governance), em português, ASG (Ambiental, Social e Governança), foram as marcas obtidas pela Usina Coruripe, controlada pelo grupo Tércio Wanderley, com sede em Coruripe (AL) e fundada em 1925, maior empresa do setor sucroenergético no Norte/Nordeste.
O grupo também está entre os maiores do setor em Minas Gerais e é um dos 10 maiores do Brasil. Com quatro unidades em Minas Gerais (em Iturama, Campo Florido, Carneirinho e Limeira do Oeste), uma em Alagoas (Coruripe) e um terminal ferroviário próprio em Fernandópolis (SP), a Usina Coruripe (o grupo) possui capacidade de moagem de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, produz mais de 1 milhão de toneladas de açúcar, cerca de 500 milhões de litros de etanol, com capacidade de armazenagem de cerca da metade dessa produção, e comercializa energia renovável produzida a partir da queima de biomassa.
Trazemos nesta entrevista a visão do CEO da Usina Coruripe, Mario Lorencatto, que destaca entre outros assuntos o trabalho realizado pela unidade em 2021, além de projetos de sustentabilidade, ambiental e de governança.
Revista Canavieiros: Gostaria que nos falasse como foi o trabalho realizado pela gestão para se chegar a esse reconhecimento?
Mario Lorencatto: O reconhecimento da Forbes Agro 100 é fruto de um trabalho contínuo e pautado em uma estratégia de negócio que investe em inovação, sustentabilidade e nas pessoas. Na Coruripe priorizamos a eficiência de todas as operações realizadas no campo, indústria e dentro do setor administrativo e financeiro da companhia. Além do mais, um ponto a ser destacado em nossa atuação é o da gestão dos recursos naturais e energéticos. Com isso, alcançamos excelentes resultados, evitamos o desperdício e ganhamos autonomia, tornando a empresa referência em responsabilidade ambiental e corporativa.
Revista Canavieiros: Como foram os resultados da Coruripe em 2021 e quais são os desafios para este ano?
Lorencatto: Frente ao cenário da pandemia e ao período de estiagem que atravessamos, podemos dizer que o ano de 2021 foi bastante desafiador. Apesar disso, a Usina Coruripe se manteve confiante no mercado, apostando sempre em melhorias operacionais e em técnicas avançadas de cultivo, irrigação e manejo, além de investimentos nas plantas industriais. Foi por meio de um trabalho multidisciplinar que alcançamos excelentes resultados em 2021. Prova disso é que, durante a safra 2020/2021, obtivemos um faturamento de R$ 3,16 bilhões, o que representa um crescimento de 28,9% em relação à safra 2019/2020. Nosso lucro líquido alcançou o valor de R$ 338,3 milhões, isso demonstra um aumento de 331,9% na comparação com o período anterior. Para o ano de 2022, queremos continuar a desenvolver as atividades da empresa com sustentabilidade, de forma a gerar valor para acionistas, colaboradores e sociedade.
Revista Canavieiros: Como será essa nova safra? A moagem deve ser superior?
Lorencatto: Para a safra 2022/2023, nossa projeção de volume de toneladas de cana-de-açúcar moídas é de que seja superior ao da safra atual. Nosso planejamento é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito no campo, na usina e com os fornecedores, além da indústria e logística.
Revista Canavieiros: A Coruripe foi destaque nos principais rankings nacionais que reconhecem os bons resultados da empresa e as iniciativas de ESG. Fale um pouco sobre esse trabalho realizado?
Lorencatto: Nas operações diárias da empresa, pensamos sempre em longo prazo e adotamos critérios de ESG. Tal abordagem nos permite criar valor para os mais diferentes stakeholders do negócio e nos posicionar no setor sucroenergético de forma competitiva, responsável e atrativa. Nas questões ambientais, investimos na manutenção das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). No total, a Usina Coruripe é responsável por mais de 18 mil hectares de áreas preservadas no Cerrado e na Mata Atlântica, além de produzir anualmente 70 mil mudas de plantas nativas de ambos os biomas. Sendo assim, desenvolvemos atividades em prol da preservação da fauna e flora e contribuímos com o reflorestamento de áreas devastadas. Atuamos também com responsabilidade social. Para isso, incentivamos programas sociais que fomentem a educação, a cultura, o empreendedorismo e o desenvolvimento de comunidades. É por meio do Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (Idese) que abraçamos 12 programas sociais, somando 7.000 pessoas beneficiadas no ano de 2021. No quesito governança, atuamos alinhados às melhores práticas corporativas do mercado, buscando uma evolução contínua na estratégia da empresa com foco em conectar pessoas, processos e inovações.
Revista Canavieiros: Para a Coruripe, qual a importância da sustentabilidade, visão de futuro e pessoas?
Lorencatto: A adoção de práticas sustentáveis e o cuidado com as pessoas fazem parte do DNA do Grupo Tércio Wanderley. Por meio desses valores, a Usina Coruripe se consolidou no país como um negócio capaz de crescer e atuar com responsabilidade socioambiental. Portanto, para continuar a ser referência no setor em que atuamos, vamos continuar a operar de forma estratégica e alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e aos 10 princípios do Pacto Global.
Revista Canavieiros: Como é para vocês serem reconhecidos como uma das maiores empresas do agronegócio?
Lorencatto: Estar entre as maiores do agronegócio é um reconhecimento público ao trabalho dos colaboradores e líderes da empresa. Dessa forma, contamos com um time mais motivado e capaz de concretizar os objetivos e metas da companhia. Os talentos que fazem a Coruripe são peças fundamentais que a posicionam entre as maiores e melhores do país no agronegócio, segundo rankings como Época 360, Valor 1000, Exame, Globo Rural, Forbes Agro 100, entre outras publicações.
Revista Canavieiros: Como vocês veem o trabalho desenvolvido pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo, que também, como a Coruripe, vê como importante a questão do ESG?
Lorencatto: A Copercana é um exemplo de modelo de cooperativismo no Brasil, que tem buscado atuar de forma inovadora e sustentável. É sempre bom saber que empresas, cooperativas e outras instituições possuem
as estratégias alinhadas aos critérios ESG. Com isso, o setor agrícola e o sucroenergético só têm a ganhar e se fortalecer cada vez mais.
“Estar entre as maiores do agronegócio é um reconhecimento público ao trabalho dos colaboradores e líderes da empresa”, Mario Lorencatto