O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, recusou o convite da presidente Dilma Rousseff para ser o ministro da Fazenda do segundo mandato. O convite só foi feito depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, que esteve também com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na terça-feira. Brandão teria contornado o problema sucessório no segundo maior banco privado do país para Trabuco poder aceitar. Tudo parecia acertado para ele dizer "sim" mas, durante conversa com Dilma, ele recusou.
A explicação ficou por conta do processo de transição no Bradesco. A saída do executivo seria algo delicado no momento em que o banco prepara a sucessão de Brandão para um prazo de dois anos e Trabuco é o candidato mais cotado para assumir essa função. Sua ida para o Ministério da Fazenda abriria um duplo problema sucessório no banco: nomear o presidente executivo imediatamente e um novo presidente do conselho em dois anos.
Toda a complexidade desse quadro no Bradesco foi objeto de conversa de Lula com Brandão que, segundo conta uma fonte que acompanhava de perto a articulação, teria concordado que Trabuco deixasse a presidência e por dois anos ocupasse a pasta da Fazenda. Em dois anos a economia já teria voltado aos trilhos e ele poderia retornar para o banco e Dilma poderia colocar alguém até mais voltado a uma linha desenvolvimentista.
O nome do executivo agora seria fundamental, na argumentação de Lula, para restabelecer a confiança e colocar ordem na política fiscal no segundo mandato de Dilma. "Era para ser um grande show de Frank Sinatra, mas algo aconteceu", lamentou uma outra fonte, temendo a frustração que isso causará nas expectativas do mercado.
Até o fechamento desta edição, ontem, a presidente Dilma havia se encontrado com o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa em São Paulo e conversado com o ex-secretário do Tesouro Nacional e hoje presidente da Bradesco Asset Management, Joaquim Levy, na quarta-feira. Mas não está claro para que cargos ela os convidou.
Depois de Lula ter se articulado com Lázaro Brandão para remover os obstáculos à ida de Trabuco para a pasta da Fazenda, a presidente Dilma teve, na terça-feira, uma conversa com o presidente do conselho do Bradesco para um acerto final, segundo relato de fontes que acompanharam todos os passos dessa negociação.
Trabuco esteve na quarta-feira em Brasília para um encontro com Dilma já com alguns nomes de eventuais colaboradores no bolso, que ele pretendia convidar para cargos importantes no Ministério da Fazenda, caso aceitasse o posto. Joaquim Levy e Octavio de Barros eram alguns desses nomes. No curso da reunião, porém, decidiu o contrário.
No PT, o discurso se ajustava para enfrentar eventuais críticas ou acusação de estelionato eleitoral. Dilma, durante a campanha, demonizou a figura de banqueiro, ao colar a candidatura de Marina Silva à Neca Setubal, herdeira do banco Itaú, como se isso manchasse os propósitos de Marina. E, agora, convidava um banqueiro para o comando da economia nos próximos anos.
Trabuco, porém, não é banqueiro mas um bancário que dedicou toda sua vida e carreira ao Bradesco, treinavam petistas.
Dilma conseguiu, de alguma maneira, contornar duas das principais indicações de Lula para o cargo de ministro da Fazenda, a do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e a de Trabuco. Estes dois nomes, mas sobretudo Meirelles, significariam uma intervenção de Lula no segundo mandato da presidente.
Ontem no início da noite, após o enterro do advogado e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a presidente reuniu-se, em São Paulo, com Nelson Barbosa, o terceiro nome indicado por Lula de quem Barbosa se aproximou bastante após deixar o governo Dilma. O ex-secretário tanto pode assumir o Ministério da Fazenda quanto o do Planejamento. (Colaborou Carolina Mandl, de São Paulo)
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, recusou o convite da presidente Dilma Rousseff para ser o ministro da Fazenda do segundo mandato. O convite só foi feito depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, que esteve também com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na terça-feira. Brandão teria contornado o problema sucessório no segundo maior banco privado do país para Trabuco poder aceitar. Tudo parecia acertado para ele dizer "sim" mas, durante conversa com Dilma, ele recusou.
A explicação ficou por conta do processo de transição no Bradesco. A saída do executivo seria algo delicado no momento em que o banco prepara a sucessão de Brandão para um prazo de dois anos e Trabuco é o candidato mais cotado para assumir essa função. Sua ida para o Ministério da Fazenda abriria um duplo problema sucessório no banco: nomear o presidente executivo imediatamente e um novo presidente do conselho em dois anos.
Toda a complexidade desse quadro no Bradesco foi objeto de conversa de Lula com Brandão que, segundo conta uma fonte que acompanhava de perto a articulação, teria concordado que Trabuco deixasse a presidência e por dois anos ocupasse a pasta da Fazenda. Em dois anos a economia já teria voltado aos trilhos e ele poderia retornar para o banco e Dilma poderia colocar alguém até mais voltado a uma linha desenvolvimentista.
O nome do executivo agora seria fundamental, na argumentação de Lula, para restabelecer a confiança e colocar ordem na política fiscal no segundo mandato de Dilma. "Era para ser um grande show de Frank Sinatra, mas algo aconteceu", lamentou uma outra fonte, temendo a frustração que isso causará nas expectativas do mercado.
Até o fechamento desta edição, ontem, a presidente Dilma havia se encontrado com o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa em São Paulo e conversado com o ex-secretário do Tesouro Nacional e hoje presidente da Bradesco Asset Management, Joaquim Levy, na quarta-feira. Mas não está claro para que cargos ela os convidou.
Depois de Lula ter se articulado com Lázaro Brandão para remover os obstáculos à ida de Trabuco para a pasta da Fazenda, a presidente Dilma teve, na terça-feira, uma conversa com o presidente do conselho do Bradesco para um acerto final, segundo relato de fontes que acompanharam todos os passos dessa negociação.
Trabuco esteve na quarta-feira em Brasília para um encontro com Dilma já com alguns nomes de eventuais colaboradores no bolso, que ele pretendia convidar para cargos importantes no Ministério da Fazenda, caso aceitasse o posto. Joaquim Levy e Octavio de Barros eram alguns desses nomes. No curso da reunião, porém, decidiu o contrário.
No PT, o discurso se ajustava para enfrentar eventuais críticas ou acusação de estelionato eleitoral. Dilma, durante a campanha, demonizou a figura de banqueiro, ao colar a candidatura de Marina Silva à Neca Setubal, herdeira do banco Itaú, como se isso manchasse os propósitos de Marina. E, agora, convidava um banqueiro para o comando da economia nos próximos anos.
Trabuco, porém, não é banqueiro mas um bancário que dedicou toda sua vida e carreira ao Bradesco, treinavam petistas.
Dilma conseguiu, de alguma maneira, contornar duas das principais indicações de Lula para o cargo de ministro da Fazenda, a do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e a de Trabuco. Estes dois nomes, mas sobretudo Meirelles, significariam uma intervenção de Lula no segundo mandato da presidente.
Ontem no início da noite, após o enterro do advogado e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a presidente reuniu-se, em São Paulo, com Nelson Barbosa, o terceiro nome indicado por Lula de quem Barbosa se aproximou bastante após deixar o governo Dilma. O ex-secretário tanto pode assumir o Ministério da Fazenda quanto o do Planejamento. (Colaborou Carolina Mandl, de São Paulo)