Trazendo a rapaziada para o agronegócio

06/05/2014 Colunista POR: Revista Canavieiros - ed. 94
Esta nossa coluna especial para o Agrishow será diferente. Não falaremos de cana, mas sim de emoções. Na verdade estamos sim falando da cana, mas de seu futuro. Não sou o único que acredita que uma virada nossa virá a partir do engajamento dos jovens, da nossa mocidade, da nossa rapaziada. Permitam-me trazer a memória esta grande canção, um samba do Gonzaguinha, “Eu Acredito é na Rapaziada”. 
“Eu acredito é na rapaziada...
Que segue em frente e segura o rojão...
Eu ponho fé é na fé da moçada...
Que não foge da fera e enfrenta o leão...
Eu vou à luta com essa juventude…
Que não corre da raia a troco de nada...
Eu vou no bloco dessa mocidade...
Que não tá na saudade e constrói…
A manhã desejada”
Após a leitura do samba de nosso saudoso Gonzaguinha, compartilho uma das grandes experiências que tive na minha carreira, no dia 04/03/14. Além da emoção, fica de aprendizado o caso de louvável ação de uma empresa (a Agrosul, revendedora da John Deere em seis cidades do Oeste da Bahia e do Piauí), para dar informações e valorizar o agro nos nossos meninos e meninas, futuro do Brasil, como já nos antecipava o Gonzaguinha.
Meu livro “Doutor Agro”, uma coletânea de textos históricos, tal como o Caminhos da Cana, que será lançado em breve, foi o escolhido como tema para ampla competição de redação no segundo semestre de 2013, que envolveu 4.000 jovens do ensino fundamental (8ª e 9ª séries) de 32 escolas públicas e privadas. Estas escolas estão localizadas em seis cidades da Bahia e do Piauí. 
Cerca de 30 foram para a final, e um comitê formado pela Secretaria da Educação de Luís Eduardo Magalhães (BA) e gente do setor privado, escolheu os três vencedores, que além do reconhecimento público, ganharam uma viagem às cidades históricas de Minas Gerais, escolhida para enfatizar o caráter cultural do prêmio.
 
Além disto, o primeiro ganhou um notebook, e o segundo um tablet. E o mais interessante: a escola do vencedor ganhou uma “ecoteca” – biblioteca ecológica, feita com tudo reciclado, e, lógico, com grande número de livros (vejam foto na galeria no final do texto).
Como estive em LEM, fui convidado a visitar a escola e fazer uma mini-palestra na classe do vencedor sobre o futuro do Brasil e o papel do agronegócio. Os jovens, ou a rapaziada, como dizia Gonzaguinha, fez inúmeras perguntas, no universo de seus 13 e 14 anos. Até então sabia que o vencedor estava no meio dos jovens, seus pais foram convidados e foram, emoção à toda prova. Uma das palestras mais difíceis que eu dei, confesso que faltou um pouco de ar para começar…
Finalmente, ao final da palestra fui apresentado ao campeão, absolutamente envergonhado pela presença do autor e por tirar a foto acima em frente aos seus colegas e amigos, em frente à sua rapaziada do dia a dia. 
Valeu jovem escritor, rapaz Guilhermo Buzanello, filho dos orgulhosos Rogério e Marcia, você é o nosso homenageado do mês.
Ao lado a redação do rapaz, que vale nossa leitura. 
E ressalto que Guilhermo está completamente certo em seu último parágrafo “...mesmo com todos os desafios e problemas encontrados para o produtor brasileiro, o agricultor não se exausta a promover o seu desenvolvimento e continua firme em sua missão de colocar comida à disposição de toda a população”. 
Tal como Gonzaguinha, eu também acredito é na rapaziada.
Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.
Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA)