A União Europeia (UE) e o Mercosul trocaram ofertas tarifárias nesta quarta-feira (11) para negociar um acordo de livre comércio, do qual foram excluídos alguns produtos sensíveis para o bloco europeu.
"Esta é a primeira troca de ofertas, desde 2004, e um passo importante para fazer avançar o processo de negociação", indicaram as partes em comunicado. As negociações para um tratado de livre-comércio entre UE e Mercosul foram retomadas em 2010, depois que a troca de ofertas feita seis anos antes não permitiu que as discussões avançassem.
"Como esperado, ninguém ficou completamente satisfeito", disse à agência de notícias AFP uma fonte do Mercosul. Carne bovina e etanol, dois produtos importantes para o bloco sul-americano, foram deixados de fora da oferta da UE, que não ofereceu quotas. Essa questão ficou para ser definida "no futuro", acrescentou a fonte.
A chanceler argentina, Susana Malcorra, que tem estimulado essa troca desde a posse do presidente liberal, Mauricio Macri, escreveu no Twitter que se trata "de um primeiro e importante passo para chegar a um acordo que satisfaça ambas as partes".
A UE e o Mercosul vão "analisar ofertas" e voltarão a se reunir antes do verão (inverno, no hemisfério Sul).
Esta troca foi adiada diversas vezes desde 2014 e nas últimas semanas foi questionada pela relutância de países europeus em incluir produtos agrícolas "sensíveis" na oferta. O setor passa por uma grave crise.
"Os dois lados mantêm seu total compromisso nessa negociação, com a perspectiva de grandes benefícios econômicos e políticos (...) de um acordo ambicioso e equilibrado", acrescentou o comunicado.
A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom escreveu em um tuíte: "Intercâmbio de ofertas hoje entre a UE e o Mercosul. Primeiro passo para retomar nossas negociações comerciais. Importante econômica, politica e culturalmente".
QUESTÃO AGRÍCOLA
Em abril, 20 países da UE, liderados pela França, maior potência agrícola europeia, pediram à Comissão Europeia um estudo de impacto sobre o efeito que teria uma abertura comercial às exportações do Mercosul no setor agrícola, antes da troca.
Os países alertaram, na época, que incluir os "produtos sensíveis" poderia ter repercussões em todas as negociações comerciais da UE, em particular a que está sendo feita com os Estados Unidos.
Metade das importações da UE vindas do Mercosul correspondem a produtos agrícolas, setor em que a UE tem um déficit comercial de aproximadamente € 20 bilhões, segundo cálculos da Comissão.
"Somos muito conscientes da crise do setor agrícola", reconheceu a comissária europeia de Comércio. "60% de nossas importações agrícolas do Mercosul correspondem a soja e forragem para o setor suíno".
As organizações profissionais do setor agrícola e as cooperativas europeias, Copa-Cogeca, reagiram a essa nova etapa manifestando sua oposição a um acordo de livre comércio.
O secretário-geral da Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, lamentou, que a Comissão tenha avançado na troca "apesar das advertências de 20 ministros da UE".
"Estou extremamente decepcionado que a oferta continue incluindo produtos agrícolas sensíveis", disse.
Segundo os estudos citados pela Copa-Cogeca, a UE poderá perder até € 7 bilhões em caso de um acordo com o Mercosul, "que já é um grande exportador de matérias-primas agrícolas".
Para a UE, o Mercosul, que não fechou acordos comerciais com nenhum bloco comercial no mundo, representa um mercado de 260 milhões de pessoas. Um bloco bi-regional criaria uma área de livre-comércio de 760 milhões de pessoas.
Segundo dados da Comissão Europeia, o bloco sul-americano é o sexto mercado mais importante para as exportações da UE. O intercâmbio comercial foi de cerca de € 88 bilhões em 2015.
A UE é o principal sócio comercial do Mercosul.
A União Europeia (UE) e o Mercosul trocaram ofertas tarifárias nesta quarta-feira (11) para negociar um acordo de livre comércio, do qual foram excluídos alguns produtos sensíveis para o bloco europeu.
"Esta é a primeira troca de ofertas, desde 2004, e um passo importante para fazer avançar o processo de negociação", indicaram as partes em comunicado. As negociações para um tratado de livre-comércio entre UE e Mercosul foram retomadas em 2010, depois que a troca de ofertas feita seis anos antes não permitiu que as discussões avançassem.
"Como esperado, ninguém ficou completamente satisfeito", disse à agência de notícias AFP uma fonte do Mercosul. Carne bovina e etanol, dois produtos importantes para o bloco sul-americano, foram deixados de fora da oferta da UE, que não ofereceu quotas. Essa questão ficou para ser definida "no futuro", acrescentou a fonte.
A chanceler argentina, Susana Malcorra, que tem estimulado essa troca desde a posse do presidente liberal, Mauricio Macri, escreveu no Twitter que se trata "de um primeiro e importante passo para chegar a um acordo que satisfaça ambas as partes".
A UE e o Mercosul vão "analisar ofertas" e voltarão a se reunir antes do verão (inverno, no hemisfério Sul).
Esta troca foi adiada diversas vezes desde 2014 e nas últimas semanas foi questionada pela relutância de países europeus em incluir produtos agrícolas "sensíveis" na oferta. O setor passa por uma grave crise.
"Os dois lados mantêm seu total compromisso nessa negociação, com a perspectiva de grandes benefícios econômicos e políticos (...) de um acordo ambicioso e equilibrado", acrescentou o comunicado.
A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom escreveu em um tuíte: "Intercâmbio de ofertas hoje entre a UE e o Mercosul. Primeiro passo para retomar nossas negociações comerciais. Importante econômica, politica e culturalmente".
QUESTÃO AGRÍCOLA
Em abril, 20 países da UE, liderados pela França, maior potência agrícola europeia, pediram à Comissão Europeia um estudo de impacto sobre o efeito que teria uma abertura comercial às exportações do Mercosul no setor agrícola, antes da troca.
Os países alertaram, na época, que incluir os "produtos sensíveis" poderia ter repercussões em todas as negociações comerciais da UE, em particular a que está sendo feita com os Estados Unidos.
Metade das importações da UE vindas do Mercosul correspondem a produtos agrícolas, setor em que a UE tem um déficit comercial de aproximadamente € 20 bilhões, segundo cálculos da Comissão.
"Somos muito conscientes da crise do setor agrícola", reconheceu a comissária europeia de Comércio. "60% de nossas importações agrícolas do Mercosul correspondem a soja e forragem para o setor suíno".
As organizações profissionais do setor agrícola e as cooperativas europeias, Copa-Cogeca, reagiram a essa nova etapa manifestando sua oposição a um acordo de livre comércio.
O secretário-geral da Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, lamentou, que a Comissão tenha avançado na troca "apesar das advertências de 20 ministros da UE".
"Estou extremamente decepcionado que a oferta continue incluindo produtos agrícolas sensíveis", disse.
Segundo os estudos citados pela Copa-Cogeca, a UE poderá perder até € 7 bilhões em caso de um acordo com o Mercosul, "que já é um grande exportador de matérias-primas agrícolas".
Para a UE, o Mercosul, que não fechou acordos comerciais com nenhum bloco comercial no mundo, representa um mercado de 260 milhões de pessoas. Um bloco bi-regional criaria uma área de livre-comércio de 760 milhões de pessoas.
Segundo dados da Comissão Europeia, o bloco sul-americano é o sexto mercado mais importante para as exportações da UE. O intercâmbio comercial foi de cerca de € 88 bilhões em 2015.
A UE é o principal sócio comercial do Mercosul.