Um setor de brigadistas

15/09/2021 Cana-de-Açúcar POR: MARINO GUERRA

Combate e prevenção aos incêndios em canaviais é assunto levado muito a sério pelo segmento sucroenergético

 

A cana é uma planta fantástica por sua capacidade de responder de maneira rápida a condições extremas, ela pode passar por um mês de janeiro seco, castigada por um sol e uma rotina de temperaturas acima dos 40 graus, mas se lá em março cair uma água boa, ela vai responder e entregar a tão valiosa sacarose.

Forjada a fogo desde praticamente a descoberta do Brasil até no final do século passado, praticamente toda a sociedade a sentenciou a eliminar a prática da queima de sua palha para a colheita manual e, num piscar de olhos, como a velocidade que passa o primeiro trimestre de um ano, introduzir uma tecnologia mecanizada.

Os que não simpatizam com o setor (talvez por ele ser um dos mais sustentáveis da agricultura mundial) com certeza festejaram achando que a cultura sumiria do horizonte, mas em pouco tempo viram abismados, ao custo de muita luta, a capacidade do produtor de cana de se reinventar e entregar para a sociedade a meta estipulada pelos senhores das leis com anos de antecedência.

Fato é que de poluidores de quintais com as fagulhas amaldiçoadas pelas donas de casa, hoje a cultura enterra carbono e se o mundo um dia conseguir se libertar do efeito estufa, com certeza a touceira de mato será um dos super heróis.

Mas “repudiar” é infelizmente um dos verbos mais praticados nos tempos de hoje e não basta subir um foco de incêndio e lá vem uma chuva de dedos curtir as postagens que julgam com total incoerência o produtor canavieiro.

Não sabem de nada. Não conseguem enxergar o investimento em tecnologia, capacitação e maquinário que há hoje numa usina de tal tamanho que é possível afirmar que elas produzem cana, açúcar, etanol, energia elétrica e prestam o serviço de combate ao fogo nos meses de seca.

A intenção desta reportagem é descrever esse cenário, material importante para todos que são ligados de alguma maneira ao setor responder quando ver ou ouvir algum julgamento sem fundamento, pois há tempos deixamos de ser incendiários para nos tornarmos brigadistas.