Um setor que não para

Agronegócio POR: Fernanda Clariano

Os impactos da Covid-19 na indústria foi assunto discutido on-line por representantes do setor

O mundo foi pego de surpresa com o vírus da Covid-19 e o Brasil também, entramos no campo do desconhecido. Iniciamos o ano com perspectivas de crescimento, a economia caminhando de forma positiva, empregos sendo gerados, mas de repente tudo mudou. A saúde tornou-se a preocupação de todos porque existia e ainda existe o desconhecimento e a situação passou a exigir criatividade.

E foi com criatividade e as ferramentas possíveis que a 16º edição da feira Agronegócios Copercana aconteceu. O evento reuniu de forma on-line empresas e personalidades do agronegócio para falar de inovação, tecnologia e como contribuir com o país num momento delicado como o que estamos atravessando.

Os impactos que a pandemia da Covid-19 vem causando em toda a indústria, de forma especial no Brasil, foram discutidos pelo presidente da Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP, Ciesp e do IRS (Instituto Roberto Simonsen), Paulo Skaf; pelo diretor superintendente do grupo Viralcool e diretor-titular do Ciesp Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo Filho, e pelo presidente do Ceise Br e vice-presidente do Ciesp Sertãozinho, Luís Carlos Júnior Jorge, a live contou com o apoio da FMC.

Skaf pontuou algumas medidas da Fiesp que têm contribuído principalmente na área da saúde e social, dentre elas o trabalho realizado pelo Senai de recuperar respiradores que estavam quebrados nos hospitais públicos, a fabricação de álcool em gel para serem distribuídos nos hospitais e a fabricação de máscaras cirúrgicas de três camadas para abastecer os hospitais. “O Senai recuperou algumas centenas de respiradores, que receberam os devidos reparos e foram devolvidos, funcionando a custo zero”.

Na ocasião Tonielo Filho lembrou que a Santa Casa de Sertãozinho teve aparelhos respiradores reparados pelo Senai, e mencionou também os milhares de frascos de álcool em gel que foram fabricados com tecnologia da própria escola e beneficiou não só a cidade, mas todo o Estado.

As 120 cozinhas industriais instaladas nas escolas do Sesi também têm contribuído com as causas sociais oferecendo refeições gratuitamente às famílias de vários cantos do Estado que vêm enfrentando dificuldades. “Durante o mês de maio foram fabricadas 230 mil refeições por dia, um total de quase 4,5 milhões. Essa ação deve seguir nos meses de junho e julho e estimamos que chegue a um total de 8 milhões de refeições distribuídas”, disse Skaf.

“Visitei o Sesi de Sertãozinho e vi a produção das marmitas, um trabalho voluntário fantástico que atende aos mais necessitados. Também, logo no início da pandemia, conseguimos 5 mil máscaras para a Santa Casa de Sertãzinho, uma solicitação prontamente atendida”, destacou o presidente do Ceise Br.

De acordo com o presidente da Fiesp, esse tem sido um período de grande luta com os governos para tentar conseguir, em todos os aspectos, fôlego e oxigênio para que as empresas possam continuar de pé. É de conhecimento na área federal que foi postergado PIS/Cofins, o INSS sobre folha e houve uma série de desburocratização. Para crédito foi dispensado a CND (Certidão Negativa de Débitos) de tributos, CND de previdência, mas o crédito ainda não fluiu como deveria ser, está atrasado. “O FGI (Fundo Garantidor de Investimento) está na reta final para começar a operar pelo BNDES e espero que atinja empresas com faturamento de até R$ 300 milhões e que possa dar fôlego, essa é a nossa luta. Esse é o momento de olharmos para o futuro, corrermos atrás para rapidamente o setor ser irrigado, principalmente, por crédito a custo razoável, com prazo e carência, tomarmos as providências necessárias, cobrarmos dos governos, mas, paralelamente a tudo isso, buscarmos uma nova agenda, acreditar e ter a esperança que iremos retomar o mais breve possível”.

Júnior Jorge chamou a atenção para o trabalho incansável da Fiesp sobre a liberação de créditos com juros adequados. “Acompanhamos todo o trabalho da Fiesp para liberar o FGI, Pronamp e Proger e tenho a certeza que os nossos associados, a indústria de base, estão sendo muito bem representados neste sentido”.

Estocagem de etanol e RenovaBio

Tonielo Filho aproveitou a oportunidade para comentar sobre a  liberação do financiamento de estocagem de etanol de R$ 3 bilhões  e da MP do Agro sobre o RenovaBio que está no Congresso e foi vetada pelo presidente da República, solicitando, na ocasião, o auxílio do presidente da Fiesp na causa.

“Isso é ruim porque atrapalha muito os investidores. Hoje os CBIos podem ser comprados por qualquer pessoa física e jurídica do mundo inteiro, mas com o veto no imposto que era de 15% (sobre a receita dos CBIos) pelo Ministério da Economia, que impôs que esse imposto teria que ser 34%, pois não se pode deixar de arrecadar, inviabiliza quem está comprando e quem está vendendo. A perda de receita é muito grande e isso não ajuda quem está precisando investir em canavial. Hoje, a questão dos CBIos está parada no governo por causa dessa tributação e isso está amarrando ainda mais o programa. Por isso, peço a ajuda do presidente Skaf para que essa questão da tributação do RenovaBio possa se desenrolar”.

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