Unida solicita à ANP a suspensão da importação do etanol dos USA
15/01/2014
Etanol
POR: Assessoria de Imprensa da Unida
Etanol importado trará prejuízo aos produtores nordestinos de cana
Um possível desabastecimento de etanol à base de cana no mercado do NE, apontado pelo governo federal, fez com que ele importasse etanol de milho dos EUA para a região. Mas a ideia não agradou os produtores de cana-de-açúcar, que, através da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) criticou a medida devido os seus efeitos econômicos negativos para o segmento. Por este motivo, o órgão de classe regional, que representa cerca de 22 mil produtores de cana, repudiou a ação e solicitou a suspensão da medida à Superintendência de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
“O pedido de suspensão tem consonância com posições da presidente Dilma Rousseff”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida. O dirigente conta que quando Dilma visitou os canavieiros nordestinos em 20 de maio de 2013, na Associação dos Fornecedores de Cana de PE, ela garantiu que seu governo sempre fará uma política permanente com o segmento para enfrentar as dificuldades de clima, relevo e do mercado. Na época, a presidente bradou que qualquer país do mundo tem que ter a consideração pela diferenciação regional. É isso que o setor cobra.
Se o pleito dos canavieiros não for atendido, a importação do etanol vai promover uma concorrência desleal e problemas decorrentes na cadeia produtiva local. O primeiro problema é a redução do valor da cana, o que vai afetar diretamente os agricultores e também os industriais. Lima explica que isso acontece porque a composição do preço dela depende do valor de mercado de seus produtos industrializados, como é o etanol. “Com a concorrência do etanol forasteiro, ocorrerá uma depreciação dos valores do etanol local e, consequentemente, dos valores da cana”, diz.
O dirigente fala ainda que é um contrassenso o governo federal investir, por um lado, R$ 148 mi em subvenção para socorrer o setor canavieiro do NE, em função dos prejuízos provocados com a última seca, e, por outro lado, importar etanol para competir com o mesmo setor produtivo regional que começa a sair dos cenários da estiagem e tenta lutar para se manter viável economicamente. Lima lembra ainda que o etanol de milho não é fiscalizado pela ANP, portanto, falta certificação sobre a qualidade do combustível importado.