A unidade Santa Helena, da Raízen Energia, encerrou o processamento de cana na safra 2017/18 quase três semanas antes do previsto, devido à escassez de matéria-prima em meio a uma quebra de safra, disse nesta quarta-feira à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto. A Santa Helena, situada no Estado de São Paulo, com capacidade para moer até 1,5 milhão de toneladas de cana por safra, é a primeira unidade da Raízen, o maior grupo do setor de etanol e açúcar do mundo, a encerrar a temporada de cana, disse a fonte.
A antecipação do fim da moagem indica o efeito da seca em regiões de São Paulo, Estado que responde por mais da metade da moagem do centro-sul do Brasil, o que poderia sustentar os preços do açúcar, ponderou a fonte, do setor industrial, que pediu para ficar no anonimato porque não tem autorização para falar com a imprensa. “A Santa Helena encerrou a moagem quase que três semanas antes do previsto. Era para continuar até o dia 4 de novembro. Foi encerrada pela escassez de cana”, disse a fonte.
A Raízen, uma joint venture da Cosan e da Shell , afirmou que não se manifestaria sobre o assunto. A fonte evitou fazer comentários se o encerramento antecipado da safra vai reduzir as expectativas de moagem da Raízen, que planeja processar mais de 60 milhões de toneladas de cana, ou mais de 10 por cento da safra do centro-sul. O grupo detém mais de 20 unidades no Brasil.
O pouco da cana que ainda resta na região da Santa Helena, que fica na divisa entre Piracicaba e Rio das Pedras, será direcionado para uma das cinco unidades da Raízen no polo piracicabano, a Costa Pinto, uma forma de otimizar as operações. “É uma tendência, (essa antecipação de fim de moagem) vai acontecer com o mercado, em virtude da seca em julho e em setembro. Algumas regiões chegaram a ter no período até 120 dias sem chuvas, na área de Piracicaba”, comentou.
Segundo a fonte, o Estado de São Paulo, com exceção da região oeste, onde as chuvas foram mais volumosas e constantes, deverá ter uma quebra de safra. No acumulado da safra do centro-sul até 1 de outubro, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) registra uma queda de quase 2 por cento na moagem de cana, ante o mesmo período do ano passado, para 467,2 milhões de toneladas.
Na véspera, a Tereos Açúcar & Energia Brasil, um dos maiores grupos sucroenergéticos do país, informou que também deve encerrar a safra mais cedo neste ano, ainda em novembro, em função do tempo seco, que propicia uma moagem mais acelerada. Na véspera, a consultoria Canaplan estimou uma queda de 3 por cento na moagem do centro-sul, ante a temporada passada.
A fonte avaliou que não deverá haver problemas de oferta de etanol, até porque as companhias estão produzindo o máximo que podem do biocombustível, que está remunerando mais do que açúcar. A fonte disse acreditar que o mercado internacional de açúcar deverá ser sustentado pela quebra de safra. Segundo a fonte, dependendo do ano, a Santa Helena antecipa o final de suas operações, mas este ano a falta de cana no final da safra “surpreendeu”. “Não se esperava ter que encerrar a safra no dia 17 (de outubro)”.
Por: Roberto Samora
Fonte: Reuters 18/10/2017
A unidade Santa Helena, da Raízen Energia, encerrou o processamento de cana na safra 2017/18 quase três semanas antes do previsto, devido à escassez de matéria-prima em meio a uma quebra de safra, disse na quarta-feira (18) à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto. A Santa Helena, situada no Estado de São Paulo, com capacidade para moer até 1,5 milhão de toneladas de cana por safra, é a primeira unidade da Raízen, o maior grupo do setor de etanol e açúcar do mundo, a encerrar a temporada de cana, disse a fonte.
A antecipação do fim da moagem indica o efeito da seca em regiões de São Paulo, Estado que responde por mais da metade da moagem do centro-sul do Brasil, o que poderia sustentar os preços do açúcar, ponderou a fonte, do setor industrial, que pediu para ficar no anonimato porque não tem autorização para falar com a imprensa. “A Santa Helena encerrou a moagem quase que três semanas antes do previsto. Era para continuar até o dia 4 de novembro. Foi encerrada pela escassez de cana”, disse a fonte.
A Raízen, uma joint venture da Cosan e da Shell , afirmou que não se manifestaria sobre o assunto. A fonte evitou fazer comentários se o encerramento antecipado da safra vai reduzir as expectativas de moagem da Raízen, que planeja processar mais de 60 milhões de toneladas de cana, ou mais de 10 por cento da safra do centro-sul. O grupo detém mais de 20 unidades no Brasil.
O pouco da cana que ainda resta na região da Santa Helena, que fica na divisa entre Piracicaba e Rio das Pedras, será direcionado para uma das cinco unidades da Raízen no polo piracicabano, a Costa Pinto, uma forma de otimizar as operações. “É uma tendência, (essa antecipação de fim de moagem) vai acontecer com o mercado, em virtude da seca em julho e em setembro. Algumas regiões chegaram a ter no período até 120 dias sem chuvas, na área de Piracicaba”, comentou.
Segundo a fonte, o Estado de São Paulo, com exceção da região oeste, onde as chuvas foram mais volumosas e constantes, deverá ter uma quebra de safra. No acumulado da safra do centro-sul até 1 de outubro, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) registra uma queda de quase 2 por cento na moagem de cana, ante o mesmo período do ano passado, para 467,2 milhões de toneladas.
Na véspera, a Tereos Açúcar & Energia Brasil, um dos maiores grupos sucroenergéticos do país, informou que também deve encerrar a safra mais cedo neste ano, ainda em novembro, em função do tempo seco, que propicia uma moagem mais acelerada. Na véspera, a consultoria Canaplan estimou uma queda de 3 por cento na moagem do centro-sul, ante a temporada passada.
A fonte avaliou que não deverá haver problemas de oferta de etanol, até porque as companhias estão produzindo o máximo que podem do biocombustível, que está remunerando mais do que açúcar. A fonte disse acreditar que o mercado internacional de açúcar deverá ser sustentado pela quebra de safra. Segundo a fonte, dependendo do ano, a Santa Helena antecipa o final de suas operações, mas este ano a falta de cana no final da safra “surpreendeu”. “Não se esperava ter que encerrar a safra no dia 17 (de outubro)”.
Por: Roberto Samora