UPL mostra resultados em cana e amendoim

14/05/2020 Agricultura POR: Marino Guerra

Meiosi com o amendoim sendo a cultura intercalar onde aconteceram os ensaios da UPL

Ensaio realizado em Pitangueiras, numa meiosi com as duas culturas, apresenta desempenho interessante

Não é mistério para ninguém que a UPL é hoje dona de um dos maiores portfólios de defensivos e nutrição no agro nacional, tendo diversas soluções consolidadas nas principais culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.

Outras frentes de trabalho que a empresa vem apresentando movimentações nos últimos tempos são nas lavouras mais específicas, e um grande exemplo disso é o UPDT, polímero vegetal que aumenta o tempo de permanência da água no solo, utilizado na batata, café, florestas e hortaliças.

Fazendo um recorte para a realidade local, que possui uma produção significativa de amendoim, a marca está num processo contínuo de regulamentação de produtos, trazendo cada vez mais opções para quem trabalha com a leguminosa.

E perante esse cenário, no mês de março foram apresentados, num dia de campo, os resultados de um estudo realizado numa meiosi localizada em Pitangueiras-SP, na Fazenda Santo Antônio, de propriedade de Possidônio Sanches.

O primeiro assunto do evento foi o amendoim, cultivado na entrelinha com as linhas-mães de cana. Cada corredor recebeu um manejo de forma intercalada, sendo um considerado “UPL” e o outro a prática da fazenda.

É importante ponderar que nos dois casos foram realizadas sete aplicações nos mesmos dias após o plantio (26, 40, 53, 65, 77, 93 e 110), fazendo a colheita de avaliação com 114 dias de vida da lavoura. Ainda é válido informar que o campo foi semeado no dia 12 de novembro de 2019 e as vagens retiradas em 05 de novembro de 2020.

A diferença entre os tratamentos foi basicamente a substituição dos defensivos pela linha da UPL e a inserção de fisioativadores. O Biozyme (enraizador) foi o mais utilizado, entrando na calda das três primeiras aplicações (26, 40 e 53 dias após o plantio), sempre na dosagem de 300 ml/ha. O segundo produto aplicado dessa linha foi o Kfol, que atua no crescimento e enchimento dos grãos, entrando na composição aos 65 e 77 DAP com dose de 800 g/ha.

Ataque da “Pinta preta” na parcela com o tratamento padrão da fazenda (esquerda) e o manejo com os produtos UPL (direita)

Para chegar ao resultado final foram coletadas três amostras por tratamento, tendo cada uma três metros lineares (na lavoura o hectare estava medindo 11.111 metros lineares num espaçamento de 0,9 m entre linhas). Foram consideradas somente vagens de dois grãos ou mais e peso médio de 1,5 grama depois de seca.

Ao observar as estimativas de produtividade, em todas o manejo UPL saiu vencedor. A produção em nove metros lineares apresentou um acréscimo de 510 vagens, o que resultou em 421,11 unidades ou 631,66 gramas por metro no tratamento novo contra as 364,44 unidades ou 546,66 gramas por metro nas áreas que receberam o tratamento da propriedade.

O ganho foi de 38 sacas por hectare, cabendo a cada produtor avaliar se essa diferença paga o acréscimo no custo, que é basicamente o valor dos dois bioestimulantes. Essa conta é prudente e deve ser feita com o agrônomo que faz o acompanhamento técnico da operação.

Visualmente, ao andar pelas duas áreas, o que mais chamou a atenção foi a presença, com muito mais frequência, da pinta preta nos setores tratados tradicionalmente.

O segundo assunto do dia foi o tratamento das linhas-mães de meiosi, dividido em quatro manejos diferentes: UPL (programa pronutiva), padrão da fazenda, UPL + UPDT e padrão + UPDT.

Nas linhas-mães, a principal diferença visual entre as plantas que receberam o UPDT está no tamanho e na saúde dos colmos iniciais, pois logo após o transplantio, as mudas tiveram que enfrentar uma estiagem que perdurou por mais de um mês. As que puderam contar com o apoio do polímero tiveram melhor desenvolvimento, e detalhe, reduzindo a irrigação pela metade

O transplantio das mudas, todas fornecidas pela Hess, variedade CV-7870, aconteceu no dia 03 de setembro de 2019, e a área ficou quase um mês sem chuva. Para a análise de altura da cana, as plantas foram medidas aos 48 e 70 dias após o transplante das mudas. No arranque, o tratamento que demonstrou melhor resultado foi o padrão com UPDT (57,19 cm), seguido do padrão da fazenda puro (56,06 cm), UPL puro (55,04 cm) e UPL com UPDT (51,74 cm).

Com a cana já maior, a diferença entre os três líderes no arranquio foi de centímetros (todos com 1,67 m). Contudo, o tratamento UPL + UPDT ficou seis centímetros menor.

Ao contar os perfilhos por metro linear aos 48 dias após a inserção das mudas, o resultado foi: UPL (15,25), Padrão + UPDT (14,65), UPL + UPDT (14,58) e padrão (13,88).

É válido considerar que esses resultados foram preliminares, com pouco mais de seis meses após o transplantio, ou seja, foram realizadas as mesmas observações com as plantas mais próximas da época de desdobra.

Padrão de raiz da muda fornecida pela Hess

Na altura, as posições mudaram, ficando da seguinte maneira: UPL (1,33 m), UPDT tanto com UPL como padrão (1,29 m). Quanto a quantidade de colmos, o cenário permaneceu praticamente inalterado, com os dois manejos com o UPDT e o UPL puro muito próximos (cerca de 18 por metro linear) e, mais abaixo, o tratamento padrão com 15.

Mais dois quesitos foram analisados - o diâmetro da cana e também o seu peso por hectare - fatores que levaram à mesma linha da maioria praticamente empatar e apenas um ficar mais abaixo.

Porém, como o assunto é meiosi, o importante é a quantidade de gemas produzidas e também a taxa de desdobra. Nesses pontos, todos os tratamentos que se diferenciaram do padrão da fazenda registraram melhoras, com ganho de praticamente três ruas (18 contra 15). Quando o assunto foi o incremento de gemas, o resultado melhor foi para aquele que acrescentou o UPDT, com um aumento de quase 25% no número de gemas.

Pensando em custos, a UPL apresentou um gráfico produzido por seu Benchmarking que mostra que o custo, até a fixação no solo, do plantio de MPB, é de R$ 1,47, considerando o valor de R$ 1,00 por planta e R$ 0,47 de custos operacionais (sendo o principal deles o de irrigação).

No caso da inserção do UPDT na cova de plantio, o custo cai para R$ 1,39, sendo o desembolso operacional R$ 0,27 e a compra do produto mais R$ 0,12 por muda.

Para finalizar o evento, o produtor de Monte Azul Paulista, Ricardo Dellarco, conhecido por sua experiência na adoção da meiosi como sistema de plantio, deu um interessante depoimento, não só reforçando a importância da adoção do polímero vegetal, mas também lembrando aos presentes que para ter sucesso no cultivo de uma linha-mãe, é preciso se dedicar ao cultivo do solo. “Fazendo uma canterização como se fosse formar uma horta de alface no local”, completou.

O produtor de Monte Azul Paulista, Ricardo Dellarco, comenta que além da utilização do UPDT é preciso ter muito cuidado com o processo de canterização na hora de fazer a linha-mãe. “Tem que cuidar como se fosse plantar alface”

Os produtores e filhos do sr. Possidônio Sanches, Wagner Tomás Sanches e Luiza Aparecida Sanches, ao lado do RTV da Copercana, Carlos Madeira, e o agrônomo da Canaoeste, Edson Fernandes Júnior, ambos de Pitangueiras-SP