A Universidade Federal do Tocantins inaugurou, nesta segunda-feira (23), a "Usina Flex: O Etanol da Batata Doce", em solenidade que contou ainda com o lançamento do Programa de Produção de Etanol Social da Amazônia, da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
A parceria entre as duas instituições vai permitir o estabelecimento da Amazônia como produtora de Etanol, de forma sustentável e socialmente inclusiva. O lançamento do programa foi realizado no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), no Câmpus de Palmas. Em seguida, foi organizada uma visita técnica à Usina, no qual a Unidade foi inaugurada oficialmente.
Com capacidade de 3 mil litros/dia, a usina vai funcionar como uma vitrine pública do Programa, na qual os produtores interessados poderão conhecer o processo de fabricação do Etanol da batata-doce e suas potencialidades - além de permitir a continuidade das pesquisas da Universidade na área.
Já o programa da Sudam permitirá levar essa tecnologia a todos os estados da Amazônia (começado pelo Pará, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia - Ufra), fortalecendo os pequenos e médios produtores e criando empregos sem gerar impacto ao meio ambiente.
"A tecnologia não é ponto principal da solenidade de hoje, e sim o Programa", afirma o reitor da UFT e pesquisador do álcool da batata-doce, Márcio Silveira. "A parte técnica, nós já dominamos. Mas, se você não tem um órgão de fomento para subsidiar os produtores, o conhecimento não se dissemina e a tecnologia perde o sentido. O projeto da Sudam transforma o conhecimento em algo palpável, real para o produtor, que vai poder usar essa tecnologia em favor do desenvolvimento da região".
Silveira explica que a batata-doce é a cultura ideal para viabilizar uma iniciativa dessa natureza, já que o milho e a cana-de-açúcar têm alto custo; a beterraba, como se usa na Europa, também. A solução foi focar em uma espécie nativa; a mandioca não permite uma produção em maior escala, pois não pode ser colhida mecanicamente. Isso tornou a batata-doce a candidata ideal. "É uma planta que já era cultivada pelos brasileiros nativos, antes do Descobrimento. Uma cultura rústica, naturalmente resistente a pragas, dispensando agrotóxicos. Tem o ciclo de produção rápido, de apenas cinco meses e - graças às pesquisas da UFT, que criou cultivares capazes de produzir até 50 toneladas por hectare - produz em grande escala".
Além da produção do Etanol e seus derivados - que vão desde biogás até bebidas e compostos cosméticos, o processo de geração do álcool a partir da batata-doce gera ainda resíduo rico em proteína, que pode ser utilizado na alimentação de bovinos, ovinos e suínos.
DESENVOLVIMENTO
Em sua apresentação, o superintendente da Sudam, Djalma Mello, explicou que o objetivo do projeto é promover a diversificação da base produtiva industrial da Amazônia, verticalizar a produção, gerar empregos e internalizar a riqueza produzida nos nove estados da região.
"A Amazônia, hoje, não produz Etanol, o que nos torna dependentes de São Paulo e do Nordeste em relação ao produto. As pesquisas da UFT com a batata-doce nos apresentaram a cultura ideal para reverter esse quadro de forma sustentável. Temos os recursos naturais, já que a região dispõe de milhares de hectares de terra pronta para o uso, sem a necessidade de desmatamento. Temos também a mão-de-obra, proveniente dos pequenos e médios produtores e da agricultura familiar. E, com as cultivares da Universidade, temos a matéria-prima", explicou.
De acordo com Mello, a intenção da Sudam é instalar um pólo de produção de etanol em cada estado da Amazônia. "Além da facilidade de crédito e subsídio, vamos oferecer ainda um desconto de 75% no imposto de renda pago pelo produtor"
Além do reitor da UFT e do superintendente da Sudam, a inauguração contou ainda com a presença do professor Sueo Numazawa, reitor da Ufra; dos senadores Donizete Borges (TO) e Paulo Rocha (PA); do deputado estadual pelo Amazonas Denilson Chagas; do superintendente do Banco da Amazônia no Tocantins, Marivaldo Melo e do diretor da Cimasp Biocombustíveis, Erivan Bueno - entre outras autoridades da região amazônica.
A Universidade Federal do Tocantins inaugurou, nesta segunda-feira (23), a "Usina Flex: O Etanol da Batata Doce", em solenidade que contou ainda com o lançamento do Programa de Produção de Etanol Social da Amazônia, da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
A parceria entre as duas instituições vai permitir o estabelecimento da Amazônia como produtora de Etanol, de forma sustentável e socialmente inclusiva. O lançamento do programa foi realizado no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), no Câmpus de Palmas. Em seguida, foi organizada uma visita técnica à Usina, no qual a Unidade foi inaugurada oficialmente.
Com capacidade de 3 mil litros/dia, a usina vai funcionar como uma vitrine pública do Programa, na qual os produtores interessados poderão conhecer o processo de fabricação do Etanol da batata-doce e suas potencialidades - além de permitir a continuidade das pesquisas da Universidade na área.
Já o programa da Sudam permitirá levar essa tecnologia a todos os estados da Amazônia (começado pelo Pará, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia - Ufra), fortalecendo os pequenos e médios produtores e criando empregos sem gerar impacto ao meio ambiente.
"A tecnologia não é ponto principal da solenidade de hoje, e sim o Programa", afirma o reitor da UFT e pesquisador do álcool da batata-doce, Márcio Silveira. "A parte técnica, nós já dominamos. Mas, se você não tem um órgão de fomento para subsidiar os produtores, o conhecimento não se dissemina e a tecnologia perde o sentido. O projeto da Sudam transforma o conhecimento em algo palpável, real para o produtor, que vai poder usar essa tecnologia em favor do desenvolvimento da região".
Silveira explica que a batata-doce é a cultura ideal para viabilizar uma iniciativa dessa natureza, já que o milho e a cana-de-açúcar têm alto custo; a beterraba, como se usa na Europa, também. A solução foi focar em uma espécie nativa; a mandioca não permite uma produção em maior escala, pois não pode ser colhida mecanicamente. Isso tornou a batata-doce a candidata ideal. "É uma planta que já era cultivada pelos brasileiros nativos, antes do Descobrimento. Uma cultura rústica, naturalmente resistente a pragas, dispensando agrotóxicos. Tem o ciclo de produção rápido, de apenas cinco meses e - graças às pesquisas da UFT, que criou cultivares capazes de produzir até 50 toneladas por hectare - produz em grande escala".
Além da produção do Etanol e seus derivados - que vão desde biogás até bebidas e compostos cosméticos, o processo de geração do álcool a partir da batata-doce gera ainda resíduo rico em proteína, que pode ser utilizado na alimentação de bovinos, ovinos e suínos.
DESENVOLVIMENTO
Em sua apresentação, o superintendente da Sudam, Djalma Mello, explicou que o objetivo do projeto é promover a diversificação da base produtiva industrial da Amazônia, verticalizar a produção, gerar empregos e internalizar a riqueza produzida nos nove estados da região.
"A Amazônia, hoje, não produz Etanol, o que nos torna dependentes de São Paulo e do Nordeste em relação ao produto. As pesquisas da UFT com a batata-doce nos apresentaram a cultura ideal para reverter esse quadro de forma sustentável. Temos os recursos naturais, já que a região dispõe de milhares de hectares de terra pronta para o uso, sem a necessidade de desmatamento. Temos também a mão-de-obra, proveniente dos pequenos e médios produtores e da agricultura familiar. E, com as cultivares da Universidade, temos a matéria-prima", explicou.
De acordo com Mello, a intenção da Sudam é instalar um pólo de produção de etanol em cada estado da Amazônia. "Além da facilidade de crédito e subsídio, vamos oferecer ainda um desconto de 75% no imposto de renda pago pelo produtor"
Além do reitor da UFT e do superintendente da Sudam, a inauguração contou ainda com a presença do professor Sueo Numazawa, reitor da Ufra; dos senadores Donizete Borges (TO) e Paulo Rocha (PA); do deputado estadual pelo Amazonas Denilson Chagas; do superintendente do Banco da Amazônia no Tocantins, Marivaldo Melo e do diretor da Cimasp Biocombustíveis, Erivan Bueno - entre outras autoridades da região amazônica.